Galeria A Pilastra (Guará II), recebe trabalhos de três artistas visuais na mostra Luta, Urgência e Moradia. Obras visuais de forte impacto, expõem a prática física em suas criações
Com curadoria de Lucena de Lucena, a mostra coletiva Luta, Urgência e Moradia apresenta questionamentos que circundam o embate físico na realização de trabalhos visuais no Distrito Federal. Segundo a curadora, “lampejos de ideias se deram no processo de desenvolvimento e montagem desses trabalhos”, discute acerca do processo físico de concepção das obras.
Luta, Urgência e Moradia
Apresenta obras de Yná Kabe Rodríguez, Raíssa Studart e AYA. Três artistas cujas trajetórias se debruçam na pesquisa do que se apresenta à margem social, deslocamentos e espacialidades. Yná, Raíssa e AYA têm expressivas carreiras acadêmicas em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB).
AYA, mulher negra e periférica, natural de Ceilândia e graduada em Artes Visuais pela UnB, ingressou no universo da pixação e caminha por estéticas e linguagens não-brancas. O conjunto de seu trabalho traz fotografia, fotomontagem, colagem, gravura, pintura, pintura-instalação (por fazer arranjos com descarte de suas obras).
Raísa Studart, artista multidisciplinar e pesquisadora, é integrante do grupo Pé Vermelho de Planaltina (DF). Sua tese de doutorado, pela UnB, tem como linha de pesquisa Deslocamentos e Espacialidades. Ativa em exposições coletivas desde 2017, realizou sua primeira exposição individual no Museu Nacional Honestino Guimarães, em 2021, e foi selecionada para o 2º Prêmio de Arte Contemporânea Vera Brant, em 2019.
Yná Kabe Rodríguez, travesti do Recanto das Emas (DF), defendeu dissertação de mestrado pela UnB na linha de pesquisa Métodos e Processos em Arte Contemporânea. Além de artista, curadora e pesquisadora, atua como produtora da Cultura Ballroom Brasileira e é mother da Kiki House of Cyclone.
Dentre as obras que compõem a mostra, Flexível, de Raíssa, expõe a luta física com tijolos tramados em corda de sisal, “materiais brutos que se fizeram sentir pelo peso no processo de montagem, meia tonelada”, descreve a curadora. E CÃO CAO-S, criada por AYA, que convida o olhar à micro detalhes simbólicos e “àquilo que não é comum ao espaço de arte, como barata, luzes fortes de uma sirene e pixo”, detalha Lucena.
Sobre a galeria:
Nascida em 2017 como Galeria de Arte – hoje – a atuação da Pilastra ultrapassa esse lugar. Além de espaço expositivo é também dedicada à música, ao cinema, ao teatro e à literatura. E mais, A Pilastra abre suas portas para pesquisa e inovação no campo das artes, formação profissional de artistas e agentes para o mercado de trabalho, além de promover arte-educação, por entendê-la um fator transformador social e do território.
Para o desenvolvimento de suas atividades, conta com uma equipe fixa de 16 voluntários técnicos, que atuam desde gestão de comunicação até produção e captação, seis artistas e outros colaboradores eventuais.
A Pilastra ocupa um ambiente térreo que compreende sala de exposição, depósito de reserva técnica, espaço para cursos e oficinas e área externa coberta. O local é bem localizado e de fácil acesso, na QE 40, Polo de Modas (final da rua 21), Guará II, com amplo estacionamento próximo.
Serviço:
Luta, Urgência e Moradia
Local: A Pilastra
Endereço: QE 40, Polo de Modas (final da rua 21), Guará II
Curadoria: Lucena de Lucena
Artistas: Yná Kabe Rodríguez, Raíssa Studart e AYA
Abertura: 12 de julho, às 19h
Visitação: até 31 de agosto, de quarta a sábado 15h às 20h
Entrada franca e livre para todos os públicos
Informações: (61) 9.8636-1774
Realização: A Pilastra
Patrocínio: FAC – Fundo de Apoio a Cultura do Distrito Federal