Explorando os sons da arte, a exposição “Solfejo” de Felippe Moraes chega à CAIXA Cultural, mergulhando na interseção entre música, física e espiritualidade

Obras que emitem som pela interação do visitante, outras luminosas em néon e backlight, até fotografias de ondas sonoras e concertos com as músicas dos planetas, são algumas das experiências propostas por Felippe Moraes em Solfejo, com curatorial assinado por Victor Gorgulho. A exposição que fica em cartaz nas Galerias Principal e Piccola I e II da CAIXA Cultural Brasília de 10 de abril a 26 de maio de 2024.

Nesta que é a maior de sua carreira e a primeira individual em Brasília, Moraes apresenta 45 trabalhos criados ao longo dos últimos 15 anos. A mostra estreou em 2019 em São Paulo, quando alcançou um público de cerca de 25 mil pessoas. Cinco anos depois, ela retorna revista, ampliada e profundamente transformada pelos eventos do período.

“Remontar essa exposição é a possibilidade de rever trabalhos antigos e adicionar novos, compreendendo como os eventos tão poderosos dos últimos anos influenciaram minha pesquisa sobre música”, ressalta Felippe, que detalha: “desde a pandemia, observamos a sombra do autoritarismo e os embates democráticos no mundo, situações que conclamaram minha prática e investigação a uma urgência narrativa. Foram tempos importantes para ser artista e com profundas implicações.”

Solfejo

Para a exposição em Brasília, o artista desenvolveu a série “Composição Aleatória #2”, um conjunto de três gangorras, com quatro sinos acoplados a cada uma delas. Nessa obra, Felippe convida o público a se balançar nas estruturas, acionando assim os 12 sinos e produzindo uma composição sonora aleatória e que nunca se repete.

Do interesse de Felippe pelos movimentos cósmicos, Solfejo apresenta Harmonices Mundi, vídeo produzido em 2017, no Irã, que exibe seis instrumentistas tocando composição por Johannes Kepler, de 1619, para os planetas, revelando seus movimentos, tempos e narrativas.

Partindo desse princípio, o artista desenvolveu, em 2023, Solaris Discotecum, uma pista de dança onde os astros podem dançar. “Um globo de espelho pende do teto, fazendo as vezes do sol, e uma pequena esfera de chumbo circula ao seu redor, fazendo as vezes da Terra, na escala exata”, descreve Felippe. Ao redor, estão suspensos 12 tubos de néon desenhados com a forma das constelações do zodíaco. “É um convite a dançar em meio às estrelas”, completa.

Em uma das Galerias está Samba Exaltação, um panorama da produção de Moraes sobre o samba e o carnaval. A série, que começou como intervenções públicas em São Paulo no ano de 2021, apresenta fotografias em backlight e néons dizeres tradicionais do cancioneiro brasileiro como “Não deixe o samba morrer” e “Canta forte, canta alto”. A obra “apela à memória afetiva das músicas para que o público possa ouvir as canções mentalmente”, sugere o artista.

Serviço:

[Artes Visuais] Solfejo
Local: CAIXA Cultural Brasília | Galerias Piccola I e II
Endereço: SBS Quadra 4 Lotes 3/4
Abertura: dia 9 de abril, às 19h, com visita mediada e bate-papo com o artista
Visitação: de 10 de abril a 26 de maio de 2024
Horário: das 9h às 21h, de terça-feira a domingo
Bilheteria: entrada franca
Classificação: livre para todos os públicos
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal