Um Filme de Cinema, de Thiago B. Mendonça, chega à plataforma Embaúba Play nesta sexta-feira, 1 de dezembro. De forma lúdica e divertida, filme resgata a história do cinema pelo olhar infantil

Combinando o documental e a ficção, o cineasta Thiago B. Mendonça lança um olhar carinhoso e lúdico à história do cinema em UM FILME DE CINEMA, que chega com exclusividade para locação na plataforma EMBAÚBA PLAY, que possui hoje um catálogo de aproximadamente 550 títulos, sendo 70% deles disponibilizado gratuitamente.

O filme começou com o interesse de registrar um momento da vida das filhas Bebel e Isa, de 7 e 3 anos respectivamente. “Queria fazer algo que tivesse relação com nossas histórias, e que fosse ao mesmo tempo uma grande brincadeira ficcional. Bebel e Isa nasceram no meio do cinema e do teatro – a mãe delas, Renata, é a produtora do filme e também se dedica ao cinema”, explica o diretor. Daí nasceu a ideia para o longa, que tem ao centro um cineasta, interpretado por Rodrigo Scarpelli, que funciona como uma espécie de alterego de Mendonça.

A filha mais velha do personagem resolve fazer, como trabalho na escola, um filme com seus amigos. O pai está em crise criativa, e o processo desse projeto acaba servindo como uma investigação da história do cinema, e, também, uma maneira dele lembrar porque gosta tanto dessa arte.

Mendonça conta que o trabalho com as crianças foi bastante espontâneo. Houve uma preparação para que ficassem à vontade na frente da câmera, mas fora isso, deixava-as livres para improvisar. “Muitos dos diálogos nasceram espontaneamente, como a entrevista que o pai faz com a Bebel. A Bebel sempre foi uma criança diferente, muito certa de suas ideias e firme nas suas posições. Ao final ela fazia o papel dela mesma.”

Ele conta que Bebel levou as filmagens muito a sério, e que a menor, Isa, viu tudo como uma grande brincadeira, e se divertiu bastante. “Elas gostam muito do filme. Assistem com diversão, mas também com saudade. Sabem o privilégio que tiveram de ter esta memória particular de um momento rico da infância registrado para sempre, junto a amigas, amigos e familiares.”

Já o cineasta, interpretado por Scarpelli, Mendonça conta que não é baseado apenas nele mesmo. “Eu o criei como um pastiche não só do que sou, mas de diretores que vivem crises de identidade. Foi muito divertido pensar este personagem para o Rodrigo, um ator muito querido, com quem eu trabalhei anteriormente no grupo teatral Folias D’Arte. Nós temos um jeito parecido e também somos parecidos fisicamente.”

Uma das preocupações do diretor nesse filme era o tornar também acessível para um público infantil, uma vez que a infância é também um dos temas aqui, e, para isso, assistiu a vários filmes para criança, especialmente para perceber como as histórias são contadas para elas. “É uma responsabilidade grande pensar conteúdo para crianças. Criar algo que seja ao mesmo tempo divertido, educativo (sem didatismo) e que possibilite uma reflexão autônoma. Tentamos construir um filme que busca um caminho de liberdade, de inspirar a criatividade do público infantil. Essa era a vontade que tínhamos e que temos, o nosso desafio.”

A combinação entre o documental e o ficcional também foi importante na construção de UM FILME DE CINEMA, pois, segundo Mendonça, o modo como apresentamos o cinema para as crianças tem algo de documentário, mas, ele ressalta, filme é também todo invenção, há muito trabalho de interpretação das crianças, muita criação para chegarmos no processo de filmagem. “O documental está nas entrevistas das crianças, na forma como elas utilizam a câmera, em muitas sugestões delas que foram acolhidas, no registro de um momento especial da vida das meninas (trata-se de nossa casa, do quarto onde elas dormiam, da escola da Isa e de crianças que em sua maioria estudavam com elas ou moravam próximas). E também é um documento das relações de afeto que transparecem na tela.”

Nas exibições em festivais, como na 20ª Mostra de Tiradentes, o diretor confessa que estava apreensivo com a reação do público – especialmente o infantil – mas a resposta na sessão foi a certeza de que o projeto atingia seus objetivos. “Foi emocionante, pois as crianças interagiam, riam bastante, e ficavam o tempo todo concentradas na história. Tivemos muitas falas bonitas das crianças que assistiram, e também de seus pais. Foi uma surpresa perceber que os pais gostam muito do filme.”

Exibido em diversos países, como Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Coreia do Sul, Ucrânia e Portugal, Mendonça confessa que a sessão mais tocante foi na Índia, onde foi premiado em um festival que exibe os filmes para milhares de crianças em suas escolas. “Para nós é muito bonito ver crianças de todo o mundo acompanhando as aventuras da Bebel e Isadora. Me ensinou de novo como o cinema pode nos aproximar de outros universos. Sempre percebi isso como cinéfilo. E agora percebo com realizador. Fazer filmes para crianças é uma responsabilidade muito grande e acho que conseguimos construir um filme bonito, que se comunica com outros ‘mundos’, realidades distantes, que o cinema tem o poder de tornar próximas.”

Sinopse

Bebel, filha de um diretor de cinema em crise, quer fazer um filme com seus amigos para um projeto escolar. A realização do filme se torna uma grande aventura e leva Bebel, sua família e seus amigos a uma viagem pela história do cinema.

Ficha Técnica

Direção: Thiago B. Mendonça
Roteiro: Thiago B. Mendonça
Produção Executiva: Renata Jardim
Produção: Adriana Barbosa, Danillo Prisco, Laura Calasans, Alex Rocha
Elenco: Bebel Mendonça, Isadora Mendonça, Rodrigo Scarpelli, Eugênia Cecchini, Antonio Petrin, Alípio Freire, Carlos Francisco, Camila Urbano
Direção de Fotografia: Andre Moncaio
Direção de Arte: Bira Nogueira
Trilha Sonora: Zeca Loureiro
Montagem: Bem Ortolan do Prado e Eduardo Liron
País: Brasil
Ano: 2017 – 2023
Duração: 83 minutos
Classificação Indicativa: Livre

Sobre Thiago B. Mendonça

Thiago B. Mendonça é diretor de cinema, roteirista, crítico e educador. Bacharel em Ciências Sociais pela USP, estudou cinema na UnB e atualmente faz pós-graduação em audiovisual na ECA-USP, estudando a obra de Andrea Tonacci. Recebeu por seus filmes mais de uma centena de prêmios em festivais nacionais e internacionais. Entre seus curtas estão “Minami em Close-up”, “A Guerra dos Gibis”, “Piove, il Film di Pio”, “O Canto da Lona”, “Entremundo”, “Procura-se Irenice”, “O Karaokê de Isadora” e “Belos Carnavais”.

Seu primeiro longa-metragem, “Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso que Dança”, foi o vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes de 2016 e premiado em festivais em Portugal, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Argentina. Seu segundo longa-metragem, “Um Filme de Cinema”, participou de alguns dos mais importantes festivais internacionais voltados para o público infantil. Seu terceiro longa-metragem, “Curtas Jornadas Noite Adentro”, estreou simultaneamente no DocLisboa e na Mostra Internacional de São Paulo, recebendo elogios de críticos como Claire Alouche na prestigiosa revista francesa Cahiers du Cinema. Atualmente finaliza seu quarto longa-metragem, “Antes do Fim”. Dirigiu a série “Vozes da Floresta”, sobre a Aliança dos povos da floresta, pela qual recebeu uma bolsa Pulitzer. Trabalha como roteirista para importantes diretores da nova geração do cinema brasileiro, com destaque para sua parceria com Adirley Queirós, com quem colaborou em 4 filmes.

Co-dirigiu trabalhos com Adirley, Zózimo Bulbul, entre outros diretores. Atua junto a grupos de teatro paulistanos como o Coletivo Comum e o Grupo Folias. É coordenador do Cinemancipa, curso de formação de cinema organizado pela Rede Emancipa de Educação Popular. Ministra cursos de audiovisual em diversos espaços. Como jornalista colaborou com diversas publicações, destacando-se seu trabalho na revista Le Monde Diplomatique, jornal Valor Econômico, Brasil de Fato, Estadão e na Revista Época (onde escrevia uma coluna sobre cinema).

Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política.

A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo. A plataforma conta hoje com aproximadamente 550 títulos, sendo 70% deles disponibilizado gratuitamente.

Saiba mais sobre a EMBAÚBA PLAY em: www.embaubaplay.com