Exposição Studio Drift – Vida em Coisas, aproxima a arte da natureza e da tecnologia chega ao CCBB Brasília

Studio Drift – Vida em Coisas reúne obras criadas por artistas holandeses e suas equipes em Amsterdã e Nova York; proposta é despertar reflexões sobre a relação da humanidade com a natureza, por meio de esculturas e instalações hipnóticas.

Usando a luz como um dos pilares de sua arte, Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, junto às suas equipes em Amsterdã e Nova York, exploram as relações dos seres humanos com a natureza e a tecnologia de forma simples e ao mesmo tempo profunda. As obras que tocam em aspectos essenciais da vida na Terra estão presentes na mostra Studio Drift – Vida em Coisas, a ser inaugurada pelo Centro Cultural Banco do Brasil Brasília em 28 de novembro.

Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, criaram DRIFT em 2007, na Holanda. Atualmente, comandam uma equipe multidisciplinar de 64 pessoas, nos estúdios em Amsterdã e Nova York. Os artistas se tornaram mundialmente conhecidos pela criação de esculturas, instalações e performances que colocam pessoas, ambiente e natureza na mesma frequência. Suas obras sugerem ao público uma reconexão com o planeta.

“Estamos muito interessados na interação entre movimentos naturais e seres humanos e usamos a tecnologia para permitir isso. Nossas obras representam processos e movimentos que nós experimentamos na natureza e no próprio corpo.”, observa Lonneke.

Alfons Hug, curador da mostra ao lado de Marcello Dantas, explica que ao escolher a luz como elemento central de suas composições artísticas, DRIFT “nos faz pensar no mundo de hoje, mas também em nossas origens, pois esta luz vem de longe e contém um vislumbre do passado remoto”.

POR DENTRO DA EXPOSIÇÃO

Descrição gerada automaticamente com confiança baixaStudio Drift – Vida em Coisas ocupará o Pavilhão de Vidro, as galerias 1, 2 e 5. A obra Fragile Future, que procura fundir natureza e tecnologia em uma escultura multidisciplinar de luz, traz uma visão utópica e crítica do futuro do nosso planeta, em que duas formas de evolução aparentemente opostas realizam um pacto de sobrevivência.

Circuitos elétricos tridimensionais, de bronze, ficam conectados a sementes da planta dente-de-leão, que emitem luzes. Trata-se de uma escultura com forma potencialmente infinita, que pode crescer ou encolher, dependendo do espaço que ocupa. Para a construção, a dupla recorreu a sementes que, uma a uma, receberam luzes de LED, num processo artesanal que resiste aos métodos de produção em massa e à cultura do descarte. A instalação estará presente na galeria 1.

Descrição gerada automaticamente com confiança baixaO comportamento das flores que, durante a noite, se fecham, numa medida de proteção e de economia de recursos, é apresentada na escultura hipnótica Shylight (algo como “luz tímida”, se traduzido para o português) que será instalada no Pavilhão de Vidro.

Se grande parte dos objetos feitos pelos homens tendem a ter uma forma fixa, o projeto do DRIFT, neste caso, é recuperar a ideia de que, na natureza, tudo está em constante metamorfose e adaptação. Assim, os objetos animados ganham a força de expressar, caráter e emoção.

Descrição gerada automaticamenteA escultura Ego, que teve uma primeira versão criada para compor o cenário da ópera Orfeu, representa a rigidez da produção da humanidade e o quanto é importante que essa produção se torne fluida, para que não colapse.

A obra, que será montada na galeria 2 do CCBB, questiona o quanto nossas esperanças, verdades e emoções são resultado direto da rigidez ou da fluidez de nossa mente. Um bloco de fibra de náilon oscila, graças à ação de oito motores e um algoritmo desenvolvido especialmente para a obra, acompanhada de uma composição especialmente feita pelos artistas.

Descrição gerada automaticamentea Galeria 1, o papel humano na construção dos significados é abordado na série Materialism, na qual peças em formato de blocos comprimem objetos. Os materiais ganham uma forma condensada, instigando a imaginação sobre o papel humano na transformação da natureza.

Neste projeto contínuo, o público pode conferir as obras: Fusca Volkswagen, Jogo Game Boy, Lápis, Cabo Elétrico, Bicicleta, Pandeiro e Havaianas. As duas últimas foram criadas especialmente para a mostra brasileira, assim como Banquete, parceria de DRIFT com os designers brasileiros do Estúdio Campana, Humberto e Fernando Campana.

RACIONALIDADE

O curador Marcello Dantas explica que existe uma racionalidade por trás das obras do DRIFT, que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. “Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas – animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”.

O animismo em DRIFT significa, por exemplo, transformar um robô numa flor, revelando o encontro entre “a projeção que fazemos das coisas e aquilo que elas potencialmente podem ser”, complementa Dantas. “Ao estudar os seres vivos e tentar emular artificialmente seu comportamento, passamos a criar uma escuta e uma linguagem que, em alguma dimensão simbólica, podem ser sincronizadas”.

Além de Brasília Studio Drift – Vida em Coisas pôde ser conferida nas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, superando 400 mil visitantes.

A mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset Management.
Ingressos gratuitos, disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Brasília.

Serviço

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul – Brasília – DF
Studio Drift – Vida em Coisas
Período | 28 de novembro de 2023 a 21 de janeiro de 2024, das 09h às 21h
Local | Galerias 1, 2, 5 e Pavilhão de Vidro
Classificação indicativa: livre
Ingressos | em www.bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB Brasília
Entrada Gratuita