Atriz faz contação de história para trazer à tona de forma lúdica e divertida detalhes da vida de mulheres brasileiras históricas. Projeto já conta com 65 vídeos publicados e funciona no Instagram e no Youtube

Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Ana Neri, Nísia Floresta e Chiquinha Gonzaga. Em comum, todas essas mulheres foram protagonistas da sua própria história e acabaram por deixar marcas definitivas na História do Brasil. São mulheres como essas que a atriz Juliana Zancanaro tem pesquisado a fundo para transformar em contos que são veiculados seu canal, Alexandria Conta e Cria, em funcionamento no Instagram e no Youtube.

Juliana Zancanaro iniciou o projeto Quarentena de Histórias em março de 2020, momento em que a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil e que acarretou no fechamento das instituições culturais de todo o país – obrigando os artistas a se reinventarem e criarem formas de se comunicar dentro do universo on-line. A ideia vingou e, ao longo de dois anos, foram produzidos 65 vídeos, sendo 60 deles sobre mulheres brasileiras e os outros cinco sobre latino-americanas. Estes foram feitos após o convite para a participação no XXX Festival Mujeres en Escena por la Paz, da Corporacíon Colombiana de Teatro, e no Festival Tiempo de Mujer, do Equador.

“Ao encontrar tantas mulheres esquecidas ou pouco conhecidas, entendi como missão trazer suas vidas e obras para jovens e adultos.”, conta Juliana. Entre nomes famosos, mas com detalhes de vida ainda desconhecidos por muitos, entraram outros apagados da História oficial como Dandara, a companheira de Zumbi dos Palmares, e Maria Firmina dos Reis, a primeira mulher a escrever um romance no Brasil. “Muitas mulheres precursoras que não são citadas ou são tratadas como coadjuvantes. É importante falar delas para conhecermos nosso passado de forma mais completa, dar-lhes crédito e, principalmente, inspirar novas gerações”, explica Juliana.

Atualmente, o projeto Quarentena de História recebeu o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF) para a produção da Série Especial DF, cuja missão é trazer à tona a história de 10 mulheres que fizeram e marcaram a nova capital brasileira.

“Muito se fala dos pioneiros, mas é fundamental conhecermos as pioneiras. Por exemplo, o mapa do DF foi desenhado por uma mulher que não consta no Arquivo Público.” diz a atriz. Entre os nomes previstos para esta série estão a topógrafa Mercedes Ribas Parada, a bibliotecária Maria da Conceição Moreira Salles, a radialista Lúcia Garófalo e Sarah Kubitschek que foi mais que primeira-dama. Também serão feitas entrevistas com mulheres ainda atuantes e reedições dos vídeos sobre Dulcina de Moraes, Lúcia Sander e Gisele Lemper.

A partir de agora, todos terão legenda descritiva e #pratodosverem nas publicações. O projeto terá ainda contações de histórias presencialmente em instituições brasilienses, sendo algumas delas dedicadas a Pessoas Com Deficiência (PCD).
Como diz a personagem Alexandria: “a História depende de quem conta e como é tradicionalmente contada por homens… que tal conhecer outros pontos de vista?”.

Origens do Quarentenas de História

Quarentena de Histórias é fruto do projeto Alexandria Conta e Cria que nasceu para o teatro em 2011 com a peça Elizabeth Tudo Pode que remonta uma biblioteca de onde a bibliotecária Alexandria nunca sai. Com o mote de transformar História em “historinha”, além de estimular a leitura, conta e mostra que a História é feita de pessoas reais, no caso, a rainha Elizabeth I.

Em 11 anos de estrada, o projeto fez várias temporadas no DF; passeou pelo Brasil, Argentina e Colômbia; virou livro bilíngue, aproveitando a tradução do texto para o espanhol e fez contações em escolas e livrarias. Vale ressaltar que tanto a montagem quanto a turnê para São Paulo e Belo Horizonte tiveram o apoio do FAC, sendo todas as outras ações de desdobramentos.

No período de isolamento, para manter o contato com o público, a atriz Juliana Zancanaro produziu as contações online criando novas dimensões para o projeto. Aproveitando que ela vive sempre isolada e fala de quem existiu de verdade, a Quarentena de Histórias passou a trazer a vida e feitos de mulheres que fizeram a História do Brasil.

Por conta do projeto on-line, a atriz foi convidada a participar do XXX Festival Mujeres en Escena por la Paz, da Corporacíon Colombiana de Teatro, em agosto de 2021, e do Festival Tiempo de Mujer, do Equador, quando foram veiculados 10 vídeos com tradução em espanhol.

Sobre a artista

Atriz com formação também em dança, desde de 2002, participa de pesquisas de teatro e cinema com Luciana Martuchelli. Participou de 10 espetáculos sempre no palco e atuando também como assistente de direção, roteirista, produtora e divulgadora. Faz locução, participa de comerciais e filmes. Fez roteiro, produção e direção de seu documentário Em busca de um patrocinador (2009). Além dos espetáculos, a parceria com a diretora rendeu a tradução do livro Pedras D’Agua, de Julia Varley, do Odin Teatret; a participação como atrizes do espetáculo Ur Hamlet, de Eugenio Barba, em junho de 2009, na Polônia; e produção do festival de teatro feito por mulheres, Solos Férteis (ligado à Rede Magdalena Project) e do workshop A Arte Secreta do Ator, Odin Teatret no Brasil (com 14 edições já realizadas). Escreveu, produziu e protagoniza Elizabeth Tudo Pode, desde 2011.

Juliana foi indicada pelo público ao prêmio Brasília Top Show de melhor atriz e o espetáculo foi finalista do Prêmio Sesc do Teatro Candango. Em maio de 2015, Juliana lançou seu primeiro livro infantil, As Minhocas de Sabina, pela Franco Editora, também com tradução para o espanhol, Los Gusanitos de Sabina. Elizabeth Tudo Pode também virou livro em 2017. Em 2017, apresentou no Festival Mujeres en Scena por la Paz, na Colômbia, o trabalho em processo De Amor y Sombra, que estreou, no Brasil, em 2018. Em 2016 e 2019, apresentou Diatribe de Amor, de Garcia Marquez, dirigido por André Aires.

Ficha técnica

Pesquisa, texto e interpretação: Juliana Zancanaro (@zancanaroju)
Direção: Luciana Martuchelli (@lucianamartuchelli)
Coordenação Geral: Reges Aragão (@regesar)
Designer gráfico: Filipe Lima (@filipeslima)
Assessoria de Imprensa: Paulo Lannes (@pelannes)
Assessoria de Acessibilidade: Ale Capone
Produção: Sartoryi

Este projeto foi realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF

Serviço

Quarentena de História
Instagram: https://www.instagram.com/alexandria_contaecria/channel/
Youtube: youtube.com/alexandriacontaecria
Classificação indicativa: livre

Seleção de vídeos já apresentados no canal Quarentena de história

– Maria Quitéria, que fingiu ser homem para lutar no exército pela nossa independência.

Link https://www.instagram.com/tv/B-CtYu1F7Wb/

– Nísia Floresta, educadora revolucionária, fez a primeira escola científica para mulheres.

Link https://www.instagram.com/tv/B-VEEbOl9BM/

– Nise da Silveira, psiquiatra que revolucionou o tratamento de doentes mentais.

Link https://www.instagram.com/tv/B-fbhvMl6TQ/

– Chiquinha Gonzaga, primeira maestrina brasileira, aliás o termo foi inventado para ela.

https://www.instagram.com/tv/CSrMOMCiGx5/

– Maria Firmina dos Reis, primeira romancista brasileira, negra, lança livro 30 anos antes da abolição.

https://www.instagram.com/tv/CUH-y_GFdIC/

– Bertha Lutz, pioneira na biologia e sufragista.

Link https://www.instagram.com/tv/B_DqJx-FoTO/

– Dulcina de Moraes, uma das maiores artistas do Brasil, responsável pelo reconhecimento profissional dos artistas cênicos.

https://www.instagram.com/tv/CS_6dNWCg7O/