Estreante na 48ª Campanha de Popularização do Teatro e Dança de BH, a tragicomédia Ópera Massacre, foi concebida durante os momentos mais dramáticos da pandemia
Resultado de uma crescente onda de angústia de seu idealizador, o historiador, autor e diretor teatral Gustavo Des, que sentia, como resultado daquele contexto atípico, estar sob a iminência de uma tragédia pessoal.
Ele explica que além das angústias, os tantos absurdos que permearam o noticiário durante o período também o influenciaram na construção do texto. “Como forma de escapar da angústia, solidão e melancolia, mudei meu cardápio musical, redescobri a música clássica, e me rendi de vez ao gênero do absurdo, meu gênero teatral favorito”, revelou o diretor.
Nesta trama inusitada, uma família entra em colapso quando se vê obrigada a preparar o velório da matriarca, uma distinta cantora de ópera que resiste bravamente, mesmo numa condição de extrema vulnerabilidade. Com forte apelo existencialista, o enredo é marcado por aflições de todos os tipos: calvície, iminência de morte, falta de cadeiras e, consequentemente, um desejo incontrolável de sentar, o que nos remete a vivências diárias, até então obscurecidas pela rotina massacrante de todo dia.
Em sua primeira peça encenada fora do ambiente virtual, Gustavo Des apostou no empreendedorismo e nas parcerias. “Quando uma ideia é boa e você acredita nela, a coisa flui, apresentei o texto a um colega ator no meu último dia de trabalho, trabalhava com marketing, e a resposta do Lucas foi tão emocionante que só me coube fazer essa Ópera acontecer”, acrescenta. O Lucas citado é o Lucas Michielini, entusiasta da obra e protagonista do curta-metragem “Nosso Próprio Eclipse”, que já conta com milhares de visualizações no YouTube.
Além de Michielini, outro nome de fundamental importância para a execução da obra foi o de Ramon Moreira, que assina a produção do espetáculo e com quem o diretor já havia trabalhado antes. “Quando encabecei esse projeto eu sabia que o Ramon estaria envolvido de algum jeito, pela sua visão e competência, assim, aguardei com grande expectativa a sua resposta sobre o texto e ele foi um dos primeiros a acreditar no teor único deste trabalho”, conta o diretor.
No processo de construção do espetáculo, outros grandes artistas chegaram para compor a orquestra e dar vida aos personagens, incluindo o ator paulista Tom Garcia, que abraçou Minas Gerais por acreditar no projeto, a atriz e compositora Clarice Carvalho, vencedora do Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, em 2022, e Axwell Godoi, que brilhou como um dos gnomos do espetáculo infantil “As Aventuras dos Gnomos Intergalácticos”. Além destes, o rol de talentos do espetáculo também conta com: Laura Damada, Thiago Latalisa e Gabriel Oliveira, grandes apostas para o teatro mineiro nos próximos anos.
O projeto, que foi engatilhado com recursos próprios, teve a sua concretização em junho, passando por três grandes teatros da capital mineira, dentre eles Cine Theatro Brasil Vallourec, Funarte e Feluma, se tornando um sucesso de bilheteria. Além do sucesso de público, o espetáculo também foi recebido com entusiasmo por alguns críticos renomados da capital, como é o caso do escritor Vander André Araújo, que se referiu a obra encenada como “Um show de interpretação teatral”. Já o crítico Ivo Costa, do site Boca do Inferno, considerou o espetáculo “Um vislumbre visual e sensorial”, pontuando o trabalho com nota máxima e 5 honrosas caveiras.
É dessa maneira exitosa que o espetáculo chega a 48ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de BH. Pronto para deixar o seu recado e seguir com uma turnê pelo Brasil. Imperdível!
ÓPERA MASSACRE
Teatro Santo Agostinho
14 de janeiro (sábado), 20h
15 de janeiro (domingo), 19h
Rua dos Aimorés, 2679 – Lourdes
Teatro Sesiminas (Grande Teatro)
28 de janeiro (sábado), 20h
29 de janeiro (domingo), 19h
R. Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia
Ingressos promocionais a R$20,00 nos postos do Sinparc ou no site www.vaaoteatromg.com.br/detalhe-peca/belo-horizonte/opera-massacre