“O Riso e a Faca” é um dos destaques brasileiros na competição Un Certain Regard do Festival de Cannes, com estreia mundial marcada para 2025

Na próxima semana, dia 13 de maio, começa o 78ª Festival de Cannes, um dos principais festivais de cinema do mundo, e o longa “O RISO E A FACA” (I Only Rest In The Storm), é um dos representantes brasileiros selecionados para a competição Oficial. Dirigido pelo português Pedro Pinho (A Fábrica de Nada), o filme que está na mostra Un Certain Regard conta com grande parte de sua equipe composta por brasileiros, incluindo um dos protagonistas do filme, Jonathan Guilherme, a produtora Tatiana Leite e o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo.

Batizado a partir de uma música homônima do músico, cantor e compositor baiano Tom Zé, o filme foi rodado na Guiné-Bissau, e acaba de divulgar novas fotos. “O RISO E A FACA” conta a história do engenheiro ambiental Sérgio, português que viaja para uma metrópole na África Ocidental onde vai trabalhar num projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Lá, ele desenvolve um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. No trio de protagonistas, está o brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei que trocou as quadras pela arte e hoje é poeta em Barcelona, na Espanha, onde mora. Ele dá vida ao personagem Gui e contracena com o português Sérgio Coragem, conhecido por seus papéis em “Verão Danado” (2017) e “Fogo-Fátuo” (2022); e a cabo-verdiana Cleo Diára, de “Diamantino” (2018).

“O filme convida os personagens a trazer a palavra para o centro da ferida mais exposta do nosso tempo: a fronteira neocolonial. Construindo a partir dessa premissa uma jornada polifônica, expondo um espectro de perspectivas em torno de um problema central, que permanece longe de estar resolvido.”, diz o diretor Pedro Pinho

O RISO E A FACA é coproduzido pela brasileira Bubbles Project, com distribuição no Brasil da Vitrine Filmes.

SINOPSE

Sérgio viaja para uma metrópole da África Ocidental. Vai trabalhar como engenheiro ambiental para uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a selva. Ali, envolve-se numa relação íntima mas desequilibrada com dois habitantes da cidade, Diára e Gui. À medida que adentra nas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, esse laço frágil torna-se o seu último refúgio perante a solidão ou a barbárie.

O DIRETOR

Pedro Pinho nasceu em Lisboa e viveu em Paris, Barcelona, ​​Maputo (Moçambique) e Mindelo (Cabo Verde). Em 2009, fundou, com outros cinco cineastas, a produtora Terratreme. O seu primeiro documentário, “Bab Sebta” (co-realizado com Frederico Lobo), estreou no FIDMarseille em 2008, onde ganhou o Prêmio Esperance de Marselha.

A média-metragem de ficção “Um Fim do Mundo” participou da seção Generation, da Berlinale, em 2013. Em 2014, o documentário “As Cidades e as Trocas” (co-realizado com Luísa Homem) estreou no FIDMarseille e no Art of the Real no Lincoln Center, em Nova York. Em 2017, sua estreia em longas-metragens de ficção, “A Fábrica de Nada”, estreou na Quinzena de Cineastas de Cannes, onde ganhou o Prêmio FIPRESCI da Crítica Internacional e recebeu outros 20 prêmios em festivais em todo o mundo.

O filme recebeu ainda dois prêmios Sophia, o Oscar do cinema português e foi lançado comercialmente em países da Europa, Ásia e América Latina, entre eles o Brasil. Em 2025, “O RISO E A FACA”, seu segundo longa de ficção, estreia na mostra Un Certain Regard da Seleção Oficial do Festival de Cannes.

FICHA TÉCNICA

Direção: Pedro Pinho
Roteiro: Pedro Pinho, com colaboração de Miguel Seabra Lopes, José Filipe Costa, Luísa Homem, Marta Lança, Miguel Carmo, Tiago Hespanha, Leonor Noivo, Luis Miguel Correia e Paul Choquet
Elenco: Sérgio Coragem, Cleo Diára, Jonathan Guilherme, Renato Sztutman, Jorge Biague, Bruno Zhu, Kody McCree e Everton Dalman
Produção: Uma Pedra no Sapato e Terratreme (Portugal), Bubbles Project (Brasil), Still Moving (França), De Film (Romênia)
Produtores: Filipa Reis, Tiago Hespanha, Tatiana Leite, Juliette Lepoutre, Pierre Menahem, Ioana Lascăr e Radu Stancu
Produtores Associados: Rodrigo Letier (Kromaki Filmes), Geba Filmes e Maison des Cinéastes
Direção de Produção: Eduardo Nasser
Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Rita M. Pestana, Karen Akerman, Claúdia Oliveira e Pedro Pinho
Direção de Arte e Figurinos: Camille Lemonnier, Livia Lattanzio e Ana Meleiro
Maquiagem e Cabelo: Ami Camará
Som: Jules Valeur
Edição de Som: Pablo Lamar
Ano e países de produção: Portugal/Brasil/Romênia/França, 2025
Duração: 212 min
Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes

SOBRE TATIANA LEITE E A BUBBLES PROJECT

Pós-graduada em História da Arte pela Universidade Sorbonne (França) e em Cinema pela Unesa (Brasil), Tatiana Leite foi coordenadora e curadora internacional do Festival do Rio, produziu diversas mostras e festivais independentes e fez parte do comitê de seleção do Kinoforum e do Curta Cinema.

Foi assessora internacional da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e, em 2012, criou a produtora independente Bubbles Project, focada em filmes de novos autores, como “Aspirantes” (2014), de Ives Rosenfeld, “Pendular” (2017), de Julia Murat, “Benzinho” (2018), de Gustavo Pizzi. Com Argentina, Alemanha e Noruega, a Bubbles Project coproduziu “Família Submersa” (2018) de Maria Alché, com Chile, França e Coreia do Sul, fez “Nona” (2019), de Camila Jose Donoso, e em coprodução com a França, “Regra 34” (2022), de Julia Murat,.

Seus trabalhos mais recentes são “Malu” (2024), “A Herança” (2024), de João Cândido Zacharias (com a Sony Pictures e a Kromaki Filmes); e a produção associada “Retrato de um Certo Oriente” (2024), de Marcelo Gomes. Outro destaque é “Puan” (2023), de Maria Alché e Benjamin Naishtat, parceria com Argentina, França, Itália e Alemanha; Melhor Roteiro e Melhor Ator em San Sebastián e “O RISO E A FACA” que faz sua estreia mundial em Cannes.

SOBRE A MOSTRA UN CERTAIN REGARD

A mostra Un Certain Regard foi criada em 1978 para abrigar filmes mais ousados e cineastas menos conhecidos do que os selecionados para a competição principal do Festival de Cannes. Vinte anos depois, com a instituição de uma premiação, se transformou na segunda mostra competitiva do evento. Nos últimos 26 anos, premiou e impulsionou a carreira de cineastas como o tailandês Apichatpong Weerasethakul, o grego Yorgos Lanthimos, o coreano Hong Sang-soo e o brasileiro Karim Aïnouz, que venceu o prêmio principal em 2019 com “A Vida Invisível”.

SOBRE A VITRINE FILMES

A Vitrine Filmes é uma distribuidora de cinema independente que, há 15 anos, promove e valoriza o audiovisual brasileiro e latino-americano. Foi pioneira na descentralização do circuito exibidor com o projeto Sessão Vitrine e, desde 2020, vem ampliando sua atuação com iniciativas como a Vitrine España, dedicada à produção e distribuição de filmes na Europa; o selo Manequim, voltado a títulos com apelo mais amplo; o curso online Vitrine Lab; e a Vitrine Produções, focada no desenvolvimento de novos projetos brasileiros.

Mais de 5 milhões de pessoas já assistiram aos filmes da Vitrine nos cinemas. Entre os destaques do catálogo estão “Bacurau”, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes; “Druk – Mais Uma Rodada”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e “Nosso Sonho”, a cinebiografia de Claudinho e Buchecha, maior bilheteria nacional em 2023.

Em 2025, a Vitrine já lançou “Baby”, de Marcelo Caetano, exibido em Cannes, e prepara o relançamento de “Saneamento Básico” e “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, com cópias restauradas em 4K. Ainda este ano, chegam aos cinemas “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata em Berlim, e “O Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone no elenco.