Eros, filme sobre amor, sexo e intimidade vivido em motéis, estreia nos cinemas em 12 de junho, Dia dos Namorados, trazendo reflexões sobre a sexualidade brasileira
No documentário EROS, pessoas frequentadoras de motel foram convidadas a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos com a diretora, Rachel Daisy Ellis, para fazer parte do filme. Produzido pela Desvia em coprodução com a Ponte, e com distribuição da Fistaile, EROS ganha trailer e data de lançamento nos cinemas em 12 de junho, dia dos namorados.
O filme é a estreia de Rachel na direção de longa-metragem, que estreou no Brasil na mostra competitiva de Tiradentes em 2024 e internacionalmente no prestigioso festival de documentários CPH:DOX na Dinamarca. Rachel é conhecida por seu trabalho como produtora da Desvia que co-fundou em 2010, com Gabriel Mascaro e produziu longas premiados como “Doméstica”, “Boi Neon”, “Divino Amor” e o recente “O Último Azul”, também de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no 75° Festival de Berlim.
A diretora e o montador Matheus Farias costuraram 10 histórias de pessoas que se filmaram durante uma noite em 10 suítes diferentes, de distintos lugares do Brasil. O filme foi resultado de uma longa pesquisa que durou mais que 2 anos e conta com a montagem do editor pernambucano Matheus Farias (montador do Retrato Fantasma & O Agente Secreto).
Rachel conta que EROS surgiu de uma vontade de explorar e provocar reflexões sobre o que o motel, a maior instituição de sexo do Brasil, revela sobre as relações de sexo, amor e intimidade.
“O motel serve como um prisma das normas e práticas sexuais e emocionais e faz parte do tecido da identidade sexual do país” explica a diretora sobre o desejo de fazer um filme sobre motéis. “Queria explorar e entender melhor as relações que acontecem entre as quatro paredes das suítes de um motel e o que poderiam revelar sobre como nos relacionamos intimamente”.
Todas as filmagens foram realizadas com os celulares das próprias personagens que foram convidados a se filmar durante uma estadia, numa suíte de sua escolha. “Escolhi o dispositivo do auto registro como maneira de adentrar a intimidade e explorar a auto-representação. O filme acabou sendo um mergulho nas relações íntimas, a liberdade sexual, o refúgio, a relação corpo-espaço, a auto-representação, a performance, o amor romântico e a solidão.”
O filme faz parte de um trabalho mais amplo autoral da diretora que explora a influência de instituições nas relações interpessoais, e também o auto-registro.
Sobre o conteúdo bastante explícito no filme a diretora esclarece: “fiquei surpresa e tocada com a generosidade com que as pessoas se expuseram, mas entendi que também existe uma vontade erótica também, um desejo de se exibir pro mundo, mostrar seus corpos e contar pro mundo suas histórias. A parceria e cumplicidade entre eu e todos os personagens foi um processo muito lindo e enriquecedor, não apenas para o filme mas pessoalmente.”
A distribuidora Fistaile pontua que a campanha de Eros está sendo desenhada para fomentar debates sobre o filme, as territorialidades e vivências possíveis nos motéis, e o bem-estar sexual: “o 12 de Junho é uma data celebrada no imaginário brasileiro, mas que ainda carrega muitas nuances de um país conservador, principalmente em questões sexuais, de gênero e etárias. O filme, que já foi exibido em festivais de diferentes lugares, teve recepções diversas, envolvendo afeto, humor e entusiasmo. Acreditamos que sua estreia comercial também pode gerar diálogos plurais com seus públicos. A data também é estratégica para parcerias com marcas e influencers que tenham sinergia com os temas e valores expostos em tela”.
Sinopse:
O filme EROS acessa a intimidade vivenciada na maior instituição erótica do Brasil: o motel. Pessoas frequentadoras foram convidadas a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos para fazer parte de um filme.
Ficha Técnica
Direção e Argumento: Rachel Daisy Ellis
Produção: Dora Amorim, Rachel Daisy Ellis
Empresa Produtora: Desvia
Coprodução: Ponte
Montagem: Matheus Farias, Edt
Desenho de som: Nicolau Domingues
Mixagem: Nicolau Domingues e Mauricio D´Órey
Participantes & Filmagens de: Marlova Dornelles & Andrade, Gabriel Soares & Hagar, Joana & José dos Santos, Ale Gaúcha & amigos, Fernanda Falção & Ribersson, Camila & Heber, Barbara Drummond & Paulo Vela, Luis de Basquiat, Rachel Daisy Ellis
Assistência de direção: David Moura, Everton Federico, Hellyda Cavalcante
Pesquisadores: Victoria Alves, Bruna Leite, Chico Ludemir, Chico Ludemir, Vanessa Forte, Maria Clara Escobar, Fernanda Luá, Tainã Aynoã dos Santos Barros, Mayara Sanchez, Laura Dornelles
Assessoria de Imprensa: Sinny Assessoria
Distribuição: Fistaile
Cartaz: Guilherme Luigi
Trailer: Matheus Farias e Will Oliveira
Este projeto foi contemplado pelo Edital da Lei Paulo Gustavo (LPG) do município de Recife, com recursos da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, da Prefeitura de Recife, e do Ministério da Cultura, Governo Federal.
Sobre Rachel Daisy Ellis
Rachel Daisy Ellis é cineasta brasileira/britânica radicada em Recife, Brasil desde 2004. É mestre em Política Social e Participação e frequenta atualmente uma pós-graduação em Artes Visuais: Fotografia e Pós-Cinema na Universidade NOVA de Lisboa. Em 2010 co-fundou a produtora Desvia com o diretor/artista Gabriel Mascaro com o objetivo de produzir filmes por autores com fortes visões estéticas que levam aos espectadores a pensar o mundo ao seu redor de novas maneiras.
Produziu cinco longas e um curta de Gabriel Mascaro, com quem mantém uma forte parceria criativa, tendo co-escrito três desses projetos com ele. Rachel também coproduziu vários filmes, incluindo Rojo (2018) de Benjamin Naishtat e Prayers for the Stolen (2021) de Tatiana Huezo. O primeiro filme de Rachel como diretora foi o curta documentário Mini Miss, que estreou em 2018 no True/False e foi exibido em mais de 40 festivais, incluindo Sheffield, Doc Aviv, AFI Docs, É Tudo Verdade e ganhou vários prêmios, incluindo prêmio de aquisição Canal Brasil de melhor filme no É Tudo Verdade. O filme é um dos três curtas sobre primeira infância (os outros dois estão em produção). Eros é seu primeiro longa-metragem. Atualmente, desenvolve outros projetos como diretora.
Sobre a Fistaile
Fistaile é uma empresa de distribuição, curadoria e desenho de audiência. Tem atuação voltada para o audiovisual brasileiro, prioriza trabalhar projetos desde o desenvolvimento e que possibilitem circulações inovadoras.