Dirigido por Eduardo Wannmacher, Depois de Ser Cinza aborda de forma sofisticada relacionamentos amorosos no mundo contemporâneo

“Um filme sobre os movimentos que fazemos ao longo da vida”. Assim define Eduardo Wannmacher seu novo longa, DEPOIS DE SER CINZA, que estreia nesta quinta-feira, 3 de agosto, nos cinemas com a distribuição da Boulevard Filmes e da Vitrine Filmes.

A produção da Pironauta, em coprodução com a Ausgang, pode ser assistida nas seguintes praças: São Paulo, Afogados da Ingazeira, Belo Horizonte, Brasília, Caxias do Sul, Porto Alegre e Salvador. A classificação indicativa é 16 anos.

Com roteiro de Leo Garcia, o filme é narrado a partir de três mulheres diferentes que se envolveram com o mesmo homem, Raul (João Campos). Isabel (Elisa Volpatto), Suzy (Branca Messina) e Manuela (Silvia Lourenço) estiveram com ele em momentos e lugares diferentes, numa trama que transita entre o Brasil (Porto Alegre) e a Croácia (Dubrovnik, Zadar e Zagreb). Por meio desses personagens, o longa faz um retrato dos relacionamentos contemporâneos, num mundo onde as fronteiras estão cada vez mais esmaecidas.

“As pessoas fazem escolhas que culminam em transformações pessoais, profissionais e emocionais. É uma história de quatro pessoas que trazem bagagens distintas, que permitem diferentes identificações. O inconformismo que move a história de cada um e cada uma, reforça a jornada emocional que está presente na obra”, analisa Wannmacher.

Premiado no 3º Festival de Cinema de Alter do Chão, DEPOIS DE SER CINZA encontra sua força no trio de atrizes que interpreta personagens marcantes. “Elas tomaram decisões sobre toda a construção física e emocional das protagonistas. Com isso, surgiram mudanças e improvisos ao longo das filmagens, o que é estimulante e traz vida para o filme. A liberdade criativa impacta na interpretação e aparece na tela. Acima de tudo, busquei criar um ambiente de confiança e diálogo com elas, durante todo o projeto”, explica o diretor.

Wannmacher foi convidado para o filme pelo produtor Frederico Mendina, e trabalhou com o roteirista Leonardo Garcia na construção do projeto há mais de 15 anos. “Dirigir um filme a partir de outro roteirista é sempre complexo, pois ambos têm visões diferentes. Eu fui moldando o roteiro durante a escrita, mas sempre respeitando a essência do que foi criado pelo Leo Garcia. Os personagens são dele e a trama também. E durante a filmagem, o roteiro toma vida e voa por conta própria, pois envolve outras pessoas a partir daí.”

Garcia explica que um dos maiores desafios do roteiro foi a construção do ponto de vista das três personagens femininas. “Muitas mulheres leram o roteiro e ajudaram nesse processo tanto nas situações macro quanto nos detalhes. Importante salientar que quando eu estou criando e desenvolvendo personagens, me esforço para me colocar na pele delas, tentar entender profundamente como reagiriam em determinadas situações-limite, que é quando revelam quem realmente são. É claro que quanto mais uma personagem difere de mim, seja no gênero, etnia, caráter, profissão, mais será um processo complexo.”

A rota de Raul e Isabel na Croácia parte de uma viagem do próprio Garcia, que havia feito o mesmo trajeto enquanto escrevia o longa. “Eu sempre imaginei o primeiro capítulo do filme acontecendo em algum país longínquo, não tão conhecido, onde dois brasileiros despedaçados emocionalmente se encontrariam quase que por acaso. Meu pai me comentou sobre uma das cidades mais bonitas que ele tinha visitado, chamada Dubrovnik, no sul da Croácia. Vi umas fotos, e em abril de 2010, fui para lá, e fiz exatamente o trajeto que os personagens fariam. Não tenho dúvidas que vivenciar tudo aquilo foi fundamental para entender o clima da história e as transformações que as personagens passariam”, explica o roteirista.

Com uma narrativa construída que atravessa o tempo e o espaço, Wannmacher sabia que a sintonia com o diretor de fotografia Leonardo Maestrelli era fundamental para a construção do filme, e priorizar o elenco e os personagens se tornou fundamental nesse processo. “Buscamos valorizar os rostos e os sentimentos que brotavam das cenas. E claro, tínhamos a magnitude visual da Croácia em contraponto. As imagens do país são um personagem à parte. E buscamos criar uma Porto Alegre mais universal e menos regional a partir das imagens.”

Ainda entre os elemento técnicos do filme, a montagem, assinada por Bruno Carboni, que construiu a narrativa a partir do roteiro que já era não-linear. “Ele definiu muitas questões narrativas e significados do filme. A montagem do DEPOIS DE SER CINZA traz desafios para o público, que precisa juntar algumas peças e entender que a linha de tempo não é decisiva para a compreensão da história, mas sim a jornada emocional que está na obra.”

Exibido em festivais e mostras, no Brasil e no exterior, o longa tem uma boa acolhida da imprensa especializada. “O principal mérito de DEPOIS DE SER CINZA se encontra no elenco. Em primeiro lugar, trata-se de um grupo coeso em registro de atuação, fruto do talento do cineasta na condução do material humano. Além disso, o grupo possui um traquejo excepcional para diálogos”, escreve Bruno Carmelo, no Papo de Cinema.

DEPOIS DE SER CINZA tem financiamento do Edital de Concurso “RS Polo Audiovisual – Produção em Longa-metragem” Pró-cultura RS FAC; Ancine – através do Fundo Setorial do Audiovisual; e do VI Prêmio Santander Cultural / Prefeitura de Porto Alegre / APTC-ABDRS para desenvolvimento de projetos de produção de obras visuais cinematográficas de longa-metragem.

Sinopse

Três mulheres, de histórias completamente distintas, têm uma coisa em comum: amaram e se relacionaram com o mesmo homem. Sob o ponto de vista destas mulheres, através de uma estrutura intrincada de idas e vindas no tempo, vem à tona a história de Raul.

Ficha Técnica

Direção: Eduardo Wannmacher
Roteiro: Leo Garcia
Produção: Frederico Mendina
Direção de Produção: Mariana Mêmis Müller
Elenco principal: Elisa Volpatto, Branca Messina, Silvia Lourenço e João Campos
Produção Executiva: Frederico Mendina e Pedro Guindani
Direção de Fotografia: Leonardo Maestrelli
Direção de Arte: Valeria Verba
Figurino: Francine Mendes
Montagem: Bruno Carboni
Supervisor de Pós-produção: Daniel Dode
Trilha Musical Original: Ilja Coric, Maria Laskowska e Rossano Snel (Loving Room)
Desenho de Som: Rafael Rodrigues
Produtora: Pironauta
Coprodutora: Ausgang
Ano de Produção: 2020
Duração: 91 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos

Sobre Eduardo Wannmacher

Diretor, produtor e roteirista, Eduardo Wannmacher trabalha com televisão e cinema desde os anos 1990. É Realizador de diversos documentários para TV e curtas, entre eles “24 Horas com Carolina” (2012) selecionado para o Festival de Havana. DEPOIS DE SER CINZA é sua estreia em longas-metragens.

Sobre a empresa produtora Pironauta

A Pironauta foi fundada para atuar na criação e produção de conteúdo audiovisual, com foco na abrangência e diversidade de conteúdo audiovisual. Nossa missão é contar boas histórias. A produtora atua no cenário brasileiro com uma mirada nos mercados e cenários internacionais. A forma principal da Pironauta para viabilizar seus projetos tem sido através de parcerias com outros produtores e profissionais da cadeia audiovisual. Um dos resultados desta estratégia é o documentário de longa-metragem “Xico Stockinger” – prêmio de Melhor Fotografia no 4º Festival de Cinema Curta Amazônia e seleções no Portobello Film Festival (Reino Unido), Bogocine (Colômbia), Duhok International Film Festival (Iraque) e Festival de Cinema de Gramado. Em 2021, lançou “O Cinema e as Cidades”, série documental em cartaz no canal Prime Box. Seu próximo lançamento é o longa de ficção DEPOIS DE SER CINZA. Outro projeto da empresa é “68 Rotações”, adaptação da biografia do fotógrafo Paulo Botafogo, atualmente em desenvolvimento.

Sobre a Boulevard Filmes

A Boulevard Filmes, em operação desde 2013, é uma produtora e distribuidora audiovisual sediada em São Paulo, que busca o equilíbrio entre projetos autorais e demandas de mercado, focando em estratégias de produção e de distribuição compatíveis com cada projeto. A empresa se dedica principalmente à produção (curtas e longas) e distribuição (longas) de cinema brasileiro independente. A versatilidade e a busca pela diversidade são suas principais características, firmando parcerias com diretores e produtoras de Norte ao Sul do país. Enquanto distribuidora, é responsável pelo lançamento comercial de mais de 20 longas, como: “Amor, Plástico e Barulho”, “Carro Rei”, “Histórias que o nosso cinema (não) contava”, “Libelu – Abaixo a Ditadura”, “Legalidade”, “Raia 4”, “Proibido Nascer no Paraíso”, entre outros.

Sobre a Vitrine Filmes

A Vitrine Filmes, desde 2010, já distribuiu mais de 200 filmes e alcançou milhares de espectadores apenas nos cinemas do Brasil. Entre seus maiores sucessos estão “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019; “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional; e “Druk: Mais Uma Rodada”, de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2021.

Em 2020, a Vitrine Filmes iniciou um novo ciclo de expansão e renovação. Entre as iniciativas, o lançamento da Vitrine España, que produz e distribui longas-metragens na Europa; o Vitrine Lab, curso online sobre distribuição cinematográfica, vencedor do prêmio de distribuição inovadora do Gotebörg Film Fund 2021; a Vitrine Produções, para o desenvolvimento e produção de títulos brasileiros; e, em 2022, a criação do selo Manequim, focado na distribuição de filmes com apelo a um público mais amplo.

Na produção, o primeiro lançamento, “Amigo Secreto” (DocLisboa 2022), de Maria Augusta Ramos, que teve mais de 15 mil espectadores no Brasil; o romance adolescente “Jogada Ensaiada”, de Mayara Aguiar, em desenvolvimento; “O Nosso Pai”, curta de Anna Muylaert exibido no Festival de Brasília; e “Caigan Las Rosas Blancas” (“White Roses, Fall!”), de Albertina Carri, a continuação de “Las Hijas del Fuego”, distribuído pela Vitrine Filmes em 2019.

Em 2023, a Vitrine Filmes apresenta ainda mais novidades para a produção e distribuição audiovisual. Entre as estreias, estão confirmados para os próximos meses o filme “Canção ao Longe”, de Clarissa Campolina, e “Retratos Fantasmas”, novo filme de Kléber Mendonça Filho que teve sua première mundial no Festival de Cannes.

Depois de Ser Cinza