Lamartine Babo é inspiração para o musical inédito Carmim

Com direção do premiado escritor e ilustrador Roger Mello, a obra conta história curiosa sobre a vida do compositor. Temporada de 22/9 a 02/10, no Espaço Cultural Renato Russo. Ingressos antecipados pela Sympla.

O Espaço Cultural Renato Russo recebe, de 22 de setembro a 02 de outubro, sempre às 20h, temporada inédita do espetáculo Carmim. O musical é inspirado em episódio da vida de Lamartine Babo, um dos mais importantes compositores da história da música popular brasileira.

A montagem, que conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC/DF), baseia-se em fatos ocorridos na vida do artista, especificamente em 1936. Neste ano, Lamartine trocou cartas de amor com uma moça chamada Nair de Oliveira Pimenta, chegando até mesmo a ir visitá-la na cidadezinha mineira de Dores da Boa Esperança. O clímax se dá quando Lalá, como era chamado, tem uma revelação sobre Nair.

A dramaturgia busca recriar a atmosfera do Teatro de Revista e sua época áurea na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, na qual Lalá estava totalmente inserido, entremeando narrativas com fatos jornalísticos e diálogos que remetem às localidades do Rio e Minas.

A pesquisa musical reúne 18 canções de Lamartine ou em colaboração com seus parceiros e parceiras artísticas, desde clássicos como “Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda” à marchinha “Bonde Errado”, vencedora do carnaval de 1930, e nunca mais executada até então. A dramaturgia em muitos sentidos revela os meandros que culminam com a criação de “Serra da Boa Esperança”, aquele que é considerado por várias pessoas o samba canção mais bonito da história. Os arranjos originais do maestro Tibor Fittel para o espetáculo são um destaque precioso e envolvem um mergulho intenso na obra de compositor tão polivalente.

O musical ganha nome a partir da simbologia da palavra Carmim ao longo da história. O vermelho vivo como representação da força, do destaque em meio à multidão, a possibilidade de se transformar em outro, como no teatro. E também faz alusão às composições de Lamartine, que citou várias vezes a palavra como na música “Minha Cabrocha”, quando canta “cabrocha assim/gosto de ver/não põe carmim/mas faz endoidecer.”

Idealizado e dirigido pelo premiado escritor e ilustrador Roger Mello, o espetáculo traz personagens reais e fictícios inspirados em tipos das companhias de teatro da época ao som de canções da musicografia do compositor. “A chama de Carmim nasceu em mim há quase 30 anos, quando ouvi pela primeira vez sobre essa passagem da vida de Lamartine Babo, contada e cantada por Eduardo Dusek, no Circo Voador. Com a parceria da amiga de infância, a cantora Ariadna Moreira de Brasília, o Planalto se uniu ao Rio de Janeiro e Boa Esperança, unimos dramaturgia e música para criar o projeto que conta nessa montagem com a importante co-direção de Volnei Canônica”, conta o diretor Roger Mello.

Os atores – cantores, André Araújo, Ariadna Moreira, Artur Gedankien, Caísa Tibúrcio, Larissa Lopes e Roger Vieira e, os músicos, Fernanda Vitória, Renata Menezes, Ze Krishna e Victor Angeleas, compõem o elenco para contar essa quase desconhecida história fundamental para a música brasileira. No palco, o elenco divide cena com a concepção arrojada de figurinos inspirados na década de 30 assinados por Ney Madeira e Dani Vidal (RJ) e iluminação cênica de Marcelo Augusto.

Os ingressos já estão à venda pela Sympla e custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Quem puder e assim desejar, pode ainda contribuir um pouco mais com o espetáculo adquirindo um ingresso apoiador a R$40,00. Acompanhe também novidades e curiosidades sobre o espetáculo no perfil do instagram @musicalcarmim.

Ficha Técnica:

Dramaturgia, Direção e Cenografia: Roger Mello
Assistência de Direção: Volnei Canônica
Coordenação de Produção: Artur Cavalcante
Produção Executiva: Thiago de Barros
Identidade Visual: Felipe Cavalcante, Gabriel Menezes e Cecília Cartaxo
Direção Musical: Tibor Fittel
Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
Iluminação: Marcelo Augusto
Preparação Vocal: Ariadna Moreira
Preparação Corporal: Vitor Avelar
Assistência de Produção: Amanda Marinho e Thereza Maria
Fotos de Divulgação: Diego Bresani
Assessoria de Imprensa: Tato Comunicação / Jaque Dias e Cíntia Rogner
Produção: Jurumim Produções

Elenco

André Araújo
Ariadna Moreira
Artur Gedankien
Caísa Tibúrcio
Fernanda Vitória
Larissa Lopes
Renata Menezes
Roger Vieira
Victor Angeleas
Ze Krishna

Serviço:

Musical Carmim
De 22/09 a 02/10
Quinta a domingo, sempre às 20h e, na quarta (28/09), às 20h
Ingressos a partir de R$20 inteira e R$10 meia entrada à venda na Sympla por meio do link https://www.sympla.com.br/produtor/jurumim

Espaço Cultural Renato Russo
Teatro Galpão Hugo Rodas
CRS 508 Bloco A, Brasília – DF
Classificação indicativa: Livre

SOBRE O DIRETOR E DRAMATURGO

Roger Mello

Natural de Brasília, Roger Mello é ilustrador, designer gráfico e de produto, escritor, dramaturgo, cenógrafo, diretor teatral e vice-presidente do Instituto de Leitura Quindim. Foi o único latino-americano a vencer o Prêmio Internacional Hans Christian Andersen na Categoria Ilustrador. Concedido pelo International Board on Books for Young People (IBBY), o Prêmio é considerado o Nobel da Literatura Infantil e Juvenil. Publicou mais de 25 livros pelas editoras Companhia das Letras, Global, MeMo (França), Archipelago /Elsewhere (Estados Unidos) e Shanghai 99 (China), entre outras. Ilustrou mais de 100 títulos. Trabalhou como ilustrador com Ziraldo. Recebeu ainda inúmeros outros prêmios no Brasil e no exterior, sendo considerado hors concours pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Vencedor por 10 vezes do Prêmio Jabuti, pela Câmara Brasileira do Livro. Foi premiado pela Academia Brasileira de Letras e pela União Brasileira dos Escritores pelo conjunto de sua obra.

Roger é o autor das peças de teatro: Uma História de Boto-Vermelho, O País dos Mastodontes, Curupira, Elogio da Loucura (baseado na obra de Erasmo de Rotterdam), Meninos do Mangue, Entropia, João por um Fio, Dispare, W e Mundo na Mão. Estreou na direção com Dispare em 2011 em temporada na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ), espetáculo que teve circulação em 2012 no Teatro Oi Brasília, no Theatro de Pirenópolis e no Teatro Solís (Montevidéu, Uruguai) e em 2015 no Teatro Alcione Araújo da Biblioteca Parque Estadual (RJ). Venceu o prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil (Melhor Texto) com o espetáculo Uma História de Boto–Vermelho, cujo texto será reeditado em breve pela editora Global. Foi diretor de arte do documentário O Ciclo do Caranguejo, inspirado na obra de Josué de Castro, e dos curtas-metragens de ficção Cavalhadas de Pirenópolis (baseado em livro homônimo de Roger) e A Estátua de Lama, todos dirigidos por Adolfo Lachtermacher. Cavalhadas de Pirenópolis foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Gramado. O roteiro de Meninos do Mangue (escrito em parceria com Adolfo Lachtermacher) foi selecionado para o Laboratório SESC Rio de Roteiros para Cinema, em parceria com o Festival de Sundance.

Espetáculos de Roger Mello

Mundo na Mão (2019), direção Roger Mello
W (2017), direção Roger Mello
João por um fio (2011), direção Ricardo Schöpke
Dispare (2011), direção Roger Mello
Entropia (2008), direção Marcelo Mello
Meninos do Mangue (2005), direção Marcelo Mello
Elogio da Loucura (2003), direção Marcelo Mello
Curupira (1996), direção Ricardo Schöpke
O País dos Mastodontes (1994), direção Ricardo Schöpke
Uma História de Boto Vermelho (1993), direção Ricardo Schöpke

ELENCO

André Araújo é ator, formado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Dentre seus trabalhos, pode-se destacar “ADUBO ou a sutil arte de escoar pelo ralo” e “O Rinoceronte”, direção de Hugo Rodas, “Gota D`Água” e “Pão com Mortadela”, direção de João Fonseca (RJ) e o musical No Piano da Patroa, de Lena Horn e Roberto Burgel (RJ). No cinema protagonizou o longa metragem argentino “Tarde en el Abismo”, do diretor Pedro Oswald, e o curta metragem “A Minha Maneira de Estar Sozinho”, além de atuar dos curtas “Passeio”, “Felizes Para Sempre”, “O Homem Pipoca”, “Véi” e “Macacos me Mordam” e dos longas “A Concepção”, de José Eduardo Belmonte, e “As Vidas de Maria”, de Renato Barbieri.

Roger Vieira é ator e cantor formado pela Universidade de Brasília. Dentre seus trabalhos como solista em óperas, pode-se destacar “Transposição” do compositor Brasileiro Emílio Nunes, com execução pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro sob a regência do Maestro Cláudio Cohen e “Lobgesang” de Felix Mendelssohn-Bartholdy, com execução pela Orquestra Capital Philarmonia sob a regência do maestro Artur Soares. Como ator, participou de “O Tempo de Bia” (2016) de Ana Flávia Garcia, e recentemente o musical “Vivendo de Brisa” (2019) dirigido por André Amaro.

Caísa Tibúrcio é atriz, diretora e produtora. É bacharel, mestre e doutoranda em artes cênicas pela UnB. Tem um núcleo de trabalho solos chamado Casulo Teatro por meio do qual realiza suas montagens, pesquisas cênicas musicais e circulações com os espetáculos: “Enluarada: uma epopeia sertaneja”, com o infantil “Sementes: quando o sonhadário germina” e com o seu mais recente trabalho “Travessia”. Também é integrante do Coletivo Criadouros, com a qual realizou pesquisa e montagem dos espetáculos “Achadouros – teatro para bebês” e “Cria”.

Larissa Lopes é uma cantora de todos os cantos, apaixonada pela música da era do rádio, como os sambas-canção de Angela Maria e Dolores Duran. Nascida em Natal, mudou-se para Brasília em 2016. O espetáculo Mundo na Mão, de Roger Mello, foi a estreia como atriz dessa jovem cantora potiguar de 25 anos, dona de um timbre único e uma voz potente.

Renata Menezes nasceu em Santos-SP, iniciou seus estudos musicais com seu pai. É bacharel em clarineta pela UNESP, licenciada pelo Uniceub. Venceu os Concursos Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e Orquestra Sinfônica Municipal de Santos. 1.o lugar no II Concurso Internacional de Música de Câmara de Buenos Aires. Convidada do United-Berlin Ensemblefür Neve Musik. Ganhou bolsa da Longy School of Music-Boston. Foi professora da Escola de Música e do Projeto Música e Cidadania sediado no Paranoá. Integra Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.

Ze Krishna nasceu em Nova Delhi e começou seus estudos na Índia, mas foi em São Paulo que se interessou pela música e se encontrou na guitarra. Veio para o Centro-Oeste, ingressou na Escola de Música de Brasília e em música na UnB, focou no jazz e na bossa nova até se formar. Hoje, ele se apresenta com grandes músicos como Hamilton Pinheiro, Pedro Vasconcellos, Renato Galvão entre outros.

Victor Angeleas é bandolinista de 10 cordas, compositor e arranjador. Reúne mais de 30 composições próprias gravadas nesses trabalhos. Mestre em performance musical pela Universidade de Brasília. Foi professor e coordenador da Escola de Música de Brasília por 4 anos. Coleciona importantes premiações. Já se apresentou em diferentes países, e participa de projetos, que exploram sua musicalidade de diversas maneiras. Preza pela originalidade e pela sensibilidade, deixando os caminhos fluírem sem amarras.

Artur Gedankien é um ator brasiliense formado pela CAL – Casa das Artes de Laranjeiras. No teatro, trabalhou em diversos espetáculos, tais como Dispare, Yerma e A Lei e o Rei, entre outros. No audiovisual, trabalhou no curta Aqueles Dois Naquela Manhã e no longa A Roda da Vida. Mais recentemente passou a integrar o Onda Coletivo, participando dos espetáculos online Alguma Coisa Entre a Vida e a Morte e A Meia-Luz.

Ariadna Moreira estudou na Escola de Música de Brasília e na UnB. Tem ampla experiência como cantora lírica em diversas produções nacionais e internacionais, tendo se apresentado na Europa, Japão, Estados Unidos e México, entre outros. Integrou ainda os elencos dos espetáculos O Cortiço, de Jonathan Andrade, e Mundo na Mão, de Roger Mello.

Fernanda Vitória iniciou sua história na música em 2005 e nunca mais parou. Em sua trajetória tocou em diferentes grupos musicais tais como: Tamnoá, Patubaté, Coletivo Filhas de Oyá, ChoroDelas, Grupo Caliandra (roda de samba e choro), Raízes Nova Geração (samba reagge) e Martinha do Coco. Atualmente é integrante do Samba da Malandra, Batida do Contorno, Mulheres de Samba de Brasília, Sereia Luzia, Teatro Além do Mar (Sonoplastia), Ajuntá (musica instrumental) além de fazer trabalhos freelancer e autoral. Devida a sua vasta experiência, com o Maracatu do Baque Virado, Fernanda se tornou a regente do Maracatu do Boiadeiro Boi Brilhante.