Cynthia Araújo lança “A vida afinal – Conversas difíceis demais para se ter em voz alta” em Brasília, dia 19, na Livraria Circulares. Autora aborda o viver sob a perspectiva da morte em livro lançado recentemente pela editora Paraquedas
A editora Paraquedas, selo da Claraboia, lança, em Brasília, o livro “A vida afinal – Conversas difíceis demais para se ter em voz alta” (158 pág.), da colunista do blog Morte Sem Tabu, da Folha de São Paulo, Cynthia Araújo. Na obra, Cynthia analisa as expectativas irreais de pacientes com câncer avançado. Ela reflete sobre como pensar na ilusão de uma vida longa e no projeto para futuros distantes pode desviar a atenção do viver o presente da melhor forma possível, também a partir de uma doença grave da sua mãe. O evento acontece na Livraria Circulares (103 Norte, bloco A, no Quanto Café) no dia 19 de outubro, às 19h.
A escritora e defensora pública Mariana Salomão Carrara, finalista do Prêmio Jabuti, assina o texto de apresentação do livro, que conta também com a quarta capa assinada pela roteirista e jornalista Camila Appel. O livro também tem prefácio de Sarah Ananda, médica paliativista e fundadora da equipe de cuidados paliativos do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG), e blurb do oncologista e paliativista Munir Murad Jr e da escritora e da jornalista Jéssica Moreira.
Embora a obra faça uma leitura realista e, muitas vezes, dura sobre a proximidade da morte, especialmente diante de doenças graves, também apresenta, em sua escrita envolvente, uma visão leve e acolhedora sobre como pensar que morrer pode redimensionar a ideia de viver.
“Precisamos falar em morrer como a possibilidade real que é. É muito comum que, diante de doenças graves, conversas delicadas e difíceis sobre a proximidade da morte sejam permanentemente adiadas, até que seja tarde demais para fazerem diferença sobre a vida afinal”, afirma a autora, que também narra, na obra, um pouco da sua trajetória como membro da Advocacia-Geral da União que se especializou em ações judiciais de saúde, e como pesquisa e vida real se misturaram, ao contar a história da doença grave da sua mãe.
Nascida em Petrópolis (RJ), em 1984, Cynthia Araújo mora em Belo Horizonte desde 1997 com seu marido Daniel e sua filha, Beatriz, que acabou de fazer dois anos. Formada em direito pela UFMG, ela se tornou membro da Advocacia-Geral da União dois anos depois de se formar.
Mestre e doutora pela PUC-Minas, sua tese, “Existe direito à esperança? Saúde no contexto do câncer e fim de vida”, foi indicada pelo programa de pós-graduação da PUC-Minas ao prêmio Capes de Teses 2020. Em 2021, foi convidada para expor sua pesquisa no 9º Simpósio Internacional Oncoclínicas e Dana Farber Cancer Institute.
Confira um trecho do livro “A vida afinal – Conversas difíceis demais para se ter em voz alta” :
“Minha pesquisa investigou o papel da esperança em casos de doenças graves e refletiu sobre como a ilusão de sobreviver e projetar um futuro pode desviar a atenção do viver o presente da melhor forma possível. Queremos acreditar que a Medicina sempre tem uma cura. Mas ela não tem – e dificilmente terá um dia – solução para tudo. Embora existam muitas tecnologias que são determinantes para a manutenção e a recuperação da saúde, nós continuamos adoecendo. E morrendo.”