Brasília é a única cidade da região Centro-Oeste a receber o ato n°1 do projeto “Brasil sem Ponto Final”, que tem em seu escopo o espetáculo “Vírgula”, assinado por Paulo Emílio Azevedo, além de uma oficina. Dias 09 e 10 de dezembro, no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo.
Duas apresentações do espetáculo “Vírgula” (ato n°.1) e a realização de uma oficina criativa, anunciam a chegada de “Brasil sem Ponto Final” (BR,) em Brasília/DF. O projeto, que contempla 11 metrópoles brasileiras, é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e GOVERNO FEDERAL União e Reconstrução. O espetáculo traz, em cena, “o corpo político que dança”, dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo. Na capital do país, as ações envolvendo a montagem e uma oficina gratuita ocorrem nos dias 09 e 10 de dezembro, no Espaço Cultural Renato Russo, no Teatro Galpão Hugo Rodas, na 508 Sul.
Interpretado pela Cia Gente, do Rio de Janeiro, e vencedor dos prêmios FUNARJ e FOCA, “Vírgula” é o espetáculo onde Paulo passa a escrever, de modo mais enfático, uma dramaturgia para a Dança lado a lado com o Teatro. É, também, o momento em que ele inaugura o seu 3° ciclo de produção estética, por meio da célula criativa que denominou de “pausa” – anteriormente, investigou no 1° ciclo a “queda” (1999-2011) e no 2° ciclo, o “desequilíbrio” (2012-2020).
No espetáculo, observa-se uma experiência sobre o “tempo”; de se fazer e agir por meio de pausas, sendo as mesmas (r)existência, contraponto ou desobediência à correria estabelecida pela tecnologia. Esta, por sua vez, refere-se a tudo aquilo que faz com que o corpo se submeta a uma velocidade que não lhe é própria. É dessa perspectiva, aliás, que Paulo sublinhou em “Vírgula” seu subtítulo: uma ode à lentidão.
“O texto e o espetáculo nasceram das nossas experiências e limitações. Há diversas formas de expressões e de linguagens em cena e tem sido incrível a maneira como a plateia, em diversas regiões, vem interpretando esses encontros. Cada um com sua leitura. Cada um com sua carga de vida”, revela Paulo, que já esteve profissionalmente em Brasília, no Festival Marco Zero.
Sinopse
Nove personagens numa travessia. No percurso, uma gama de desafios que se intercalam entre repetições, silêncios e textos performáticos, sempre em busca da breve respiração de cada “frase cênica”. Diante desta ode e o apelo à “pausa”, aparece um cenário rizomático potencializando outros enunciados ao reconhecimento da pluralidade de vozes.
Oficina Gratuita
Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. Por conta disso, haverá uma oficina intitulada “Corpo-Memória”, ministrada pela professora Isa Czar. Informações sobre o conteúdo e o professor estão no serviço, no final do texto.
Sobre o diretor
Paulo Emílio Azevedo: Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra. Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea. Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão, onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil. Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA”, por meio da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10), por meio do Instituto Itaú Cultural. Participou como coreógrafo convidado no Festival D’Avignon (2023). Palestrante na FLIP Paraty/RJ (2017). Em seguida, integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e, em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la réception em Lyon (França). Quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que ele denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação. Fundador da Cia Gente (2012) e mentor da Fundação PAZ, plataforma virtual responsável por preservar, difundir e registrar sua propriedade intelectual. Tem vinte e um livros publicados.
Saiba mais em @cia.gente | https://fundacaopaz.com
Sobre a oficina “Corpo Memória”
Gênero/característica principal: A oficina gratuita, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes. Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.
Capacidade: 30 alunos.
Sobre a professora Isa Czar
Isabelle Czar, Isa, é dançarina, performer e pesquisadora com investigação mais precisa para a prática do Dancehall, desde 2011. É cofundadora do Coletivo Jamaicaxias, que atribui sentido de memória e patrimônio imaterial à cultura afro-caribenha. Campeã do DHQ Contest Academia Dancehall 2023. Atua como intérprete-criadora na Cia. Gente, integrando o espetáculo “Vírgula” e é professora do Núcleo de Deformação da Cia, na Zona Norte do Rio. Participou de produções de artistas como Elza Soares, Kbrum, Banda Braza, BK, Razor B e Million Stylez.
Saiba +
Depois de haver passado o ato n°2 pela região Norte (Belém/PA e Manaus/AM), Nordeste (São Luís/MA e João Pessoa/PB), Sudeste (Belo Horizonte/MG), além de parte do Centro-Oeste (Campo Grande/MS), o ato n°1 retoma sua ação nesta última região, depois de ocupar Vitória/ES, retocando ainda os louros que habitaram os palcos da região Sul, em Curitiba/PR e Porto Alegre/RS. Depois da capital do país, o projeto se encerra no Rio de Janeiro, cidade sede da Companhia.
Serviço | Brasília/DF
Ação: espetáculo “Vírgula” ato n°1
Data: 09 e 10 de dezembro
Horário: sábado, 20h, e domingo, 19h
Local: Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Endereço: 508 sul, Bloco A | Entrada pela W2 e W3 Sul
Duração: 55 minutos
Classificação: 14 anos
Ingresso: R$ 20,00 (inteira)| R$ 10,00 (meia-entrada)
Ação: oficina “Corpo-Memória”
Data: 09 e 10 de dezembro (sábado e domingo)
Horário: das 10 às 12h
Local: Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Endereço: 508 sul, Bloco A | Entrada pela W2 e W3 Sul
Classificação: 18 anos
Horário: 10 às 12h.
Capacidade: 30 pessoas
Ingresso: Gratuito
Duração: 240 minutos
Informações e inscrições: No Instagram @cia.gente | Link na bio
《Na apresentação de domingo (10/12) haverá duas ações além do espetáculo: antes da sessão, um resultado expositivo dos alunos da oficina “Corpo-memória” e após a mesma, um bate-papo com a direção e os intérpretes sobre o projeto e história da companhia》