A biografia “A medida da vida” celebra os últimos anos de Virginia Woolf, oferecendo uma visão autêntica da renomada escritora
Em contraste com biografias convencionais que se debruçam sobre a vida pessoal do biografado, Herbert Marder escolheu uma perspectiva distinta para explorar a história de Virginia Woolf: tomou nota dos registros mais íntimos. Diários, cartas e a bibliografia woolfodiana serviram como base para A medida da vida, que traz uma visão detalhada sobre os últimos dez anos vividos pela escritora.
O cerne da obra – agora em nova edição lançada pela Tordesilhas – explora a resistência literária de Woolf, as relações interpessoais complexas e os eventos políticos e históricos que a cercavam. Com uma narrativa perspicaz e fluída, o professor emérito de inglês na Universidade de Illinois ainda delineia a consciência de perigo pessoal que permeou as ações e percepções de Woolf nos anos que antecederam à Segunda Guerra Mundial.
Quanto ao desfecho da vida de Virginia, o biógrafo não insiste em encontrar explicação racional sobre o suicídio, e ressalta a importância do relacionamento da autora com a médica e prima Octavia Wilberforce.
A segurança de sua ligação com Leonard (marido de Virginia) voltou então a confortá-la: ‘Se não fosse pela divina bondade de L., quantas vezes eu deveria estar pensando na morte’, declarou ela, e deu consigo a repetir sobriamente: ‘Isso é que é felicidade’. Ela mesma tinha dito: ‘Se não sofresse tanto, não poderia ser feliz’. (A medida da vida, p. 81)
Marder oferece uma perspectiva diferenciada sobre a trajetória de Woolf ao destacar a participação dela no cenário político, na luta contra a discriminação de gênero e convívio com o influente Círculo de Bloomsbury, constituído por intelectuais como T.S. Eliot, Roger Fry e Maynard Keynes, que se reuniam na residência da dama literária inglesa.
Com fotos, adendos e índice remissivo, A medida da vida oferece a oportunidade de compreender Virginia Woolf sob a ótica da própria autora. De maneira afetuosa, o livro apresenta o retrato de uma mulher atormentada por crises de depressão e pela frágil saúde mental, cujo brilhantismo literário permaneceu inabalável.
Conheça os livros da autora publicados pela Tordesilhas:
Um teto todo seu
Baseado em palestras proferidas por Virginia Woolf nas faculdades de Newham e Girton em 1928, o ensaio Um teto todo seu é uma reflexão acerca das condições sociais da mulher e a sua influência na produção literária feminina.
A escritora pontua em que medida a posição que a mulher ocupa na sociedade acarreta dificuldades para a expressão livre de seu pensamento, para que essa expressão seja transformada em uma escrita sem sujeição e, finalmente, para que essa escrita seja recebida com consideração, em vez da indiferença comumente reservada à escrita feminina na época.
Esta edição traz, além do ensaio, uma seleção de trechos dos diários de Virginia, uma cronologia da vida e da obra da autora e um posfácio escrito pela crítica literária Noemi Jaffe.
O leitor comum
Publicado pela primeira vez em 1925, O leitor comum reúne uma seleção de ensaios de Virginia Woolf – a maior parte originalmente publicada em veículos como o Times Literary Supplement, Dial, Vogue e The Yale Review.
Coletados durante mais de 20 anos de atividade crítica, estes ensaios partem da figura do “leitor comum” (tomada emprestada incialmente de Samuel Johnson) em contraponto aos saberes da academia, dos quais Woolf, enquanto mulher no século XX, fora privada.
A obra, agora em nova tradução para o português de Marcelo Pen e Ana Carolina Mesquita, traz notas de fim de Andrew McNeillie, editor dos ensaios completos de Woolf, notas dos próprios tradutores, além de prefácio de Marcelo Pen.
Ficha técnica
Título: A medida da vida
Subtítulo: Os últimos anos de Virginia Woolf
Escritor: Herbert Marder
Tradutor: Leonardo Fróes
Editora: Tordesilhas
Páginas: 448
ISBN: 978-6555680829
Tamanho: 15×23 cm
Valor: R$ 112,90
Onde encontrar: Amazon
Sobre o autor:
Herbert Marder é professor emérito de inglês na Universidade de Illinois. Nasceu em Viena e se mudou para os Estados Unidos durante a infância, fugindo do Holocausto, crescendo em Nova York. Seu interesse por Virginia Woolf remete não apenas a estudos dedicados à escritora, mas também ao grupo de Bloomsbury, do qual ela fez parte, tendo publicado Feminism and Art: A Study of Virginia Woolf.
Sobre a editora:
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