Entre Vênus e Brasília, artista faz debut na música. “Gatinha33” fala de relacionamentos amorosos na era digital
No mundo moderno, conhecer uma pessoa pelas plataformas de encontro não é mais novidade. Desejar quem está do outro lado por uma foto ou por um avatar do que é a pessoa, é algo corriqueiro. É nessa pegada que nasce a nova música de Venusto, artista brasiliense que faz o seu debut com o single “Gatinha33”. A música já vem clipe, tem direção do próprio cantor, produção de Beta Rangel (APT7Filmes) e fotografia de Ricardo Brasília.
“Em ‘Gatinha33’ falo sobre avatares. A forma como nos identificamos e expomos nossas características para relacionamentos amorosos através da tecnologia. Compus ela durante a pandemia, quando uma amiga se mudou para minha casa e todos os dias me contava suas aventuras no bate-papo do Tinder. A bossa vem em contraste, onde em outrora, para adjetivar cantávamos sobre a Musa e seus atributos, como era ‘linda e cheia de graça’. Agora, vi que a poesia pedia o ponto de vista das vontades e desejos da Musa. Nessa ode, estou como narrador”, conta Venusto.
Na letra protagonizada pelo artista, ele explora o desejo ardente de um personagem que não pode encontrar sua musa inspiradora e por isso, o clipe segue na roupagem da solidão que isso aplaca.
“Ele [o enamorado] canta na janela para sua Musa, o planeta Vênus, que adentra o melancólico e árido céu azul do fim da tarde de Brasília. Ele assiste atônito à TV, onde o Gato Félix está preso em uma bolha sem saber o que vai lhe acontecer. O enamorado se pavoneia, se joga ao chão, perde a cabeça, enquanto tenta lidar e entender seus sentimentos pela a Gatinha33. No clipe e na capa do single apresento esse enamorado que explode em flores. No desejo da conquista, ele se adorna para ser desejado”, explica Venusto.
A estreia com Vênus entrando em destaque no clipe tem tudo a ver com o cantor, que escolheu se rebatizar como Venusto para a verve cantante. Tiago conta que adorava olhar o céu quando criança e que a caminho da escola bem cedo, sempre via uma estrela que teimava em continuar brilhando mesmo com o raiar do dia. A estrela era na verdade o planeta Vênus, que pode ser visto a olho nu no hemisfério sul. “Quando fui decidir meu nome artístico, escolhi um que significasse minha narrativa e existência, um nome que me era íntimo”, comenta.
Venusto, é Tiago Nery Borges, cantor, ator, cineasta e arte-educador. Artista negro, não binário, nascido em Brasília (DF). Em seu trabalho sempre procura a transformação da realidade por meio do diálogo e da democratização do acesso à cultura, tanto que trabalha em um projeto socioeducativo em unidades de internação no DF. Estudou cinema na Academia Internacional de Cinema (SP) e na New York Film Academy (NY/EUA). E música no Conservatório Souza Lima (SP) e na Berklee College of Music (Boston/EUA). Estuda arte desde os 7 anos de idade, tendo acesso a área a partir do projeto das Escolas Parques no Distrito Federal. Hoje é diretor e sócio fundador da APT7Filmes, diretor no grupo teatral Coletivo Esperanza e diretor e ator na Estupenda Trupe.
Na mitologia romana, Vênus é também a deusa do amor algo que transborda na obra de Venusto e das influências que cita para a canção e carreira:
“Entre minhas influências estão Djavan, sua sensualidade, seu jogo com as estruturas melódicas, suas composições imersivas. Johnny Alf, seu inteligente jogo de palavras na composição e sua voz macia. Liniker e a força da natureza que ela carrega em sua arte. Hope Tala, jovem artista inglesa e sua deliciosa pesquisa entre Soul e música latina”, revela o artista.
“Gatinha33” tem produção musical de Fernando Jatobá e Rafael Ops, mixagem e masterização de Fernando Jatobá e foi gravado no estúdio JatoBeats (Brasília-DF). A música já está disponível em todas as plataformas de streaming e no canal do artista no Youtube.