A CAIXA Cultural Brasília inaugura a mostra das/os artistas selecionadas/os à 4ª edição do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea, com 15 artistas visuais do Distrito Federal e do Entorno. Participam da exposição Clarice Gonçalves, Fernanda Azou, Iris Helena, João Angelini, José Roberto Bassul, Luciana Paiva, Manduca, Marcos Antony, Rafael Marques, Rodrigo D’Alcântara, Romulo Barros, Severina Gonçalves, Silvie Eidam, Thalita Perfeito e Vanesa Liberato, com obras em pintura, desenho, fotografia, objeto escultórico, vídeos e instalação.
Na abertura da exposição, acontece uma Conversa com os cinco membros do júri. A 4ª edição do Transborda Brasília de Arte Contemporânea é realizada com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF) e apoio CAIXA e Governo Federal. A mostra fica em cartaz até 30 de julho nas Galerias Principal e Piccolas I e II, com visitação de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é franca e livre para todos os públicos. A CAIXA Cultural Brasília fica no SBS Quadra 4, Lotes 3 / 4.
Depois de um hiato de cinco anos, a mostra do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea acontece em um clima de muita alegria e prazer em observar que nesse período mais e mais artistas passaram a produzir e a mostrar seus trabalhos. Virgínia Manfrinato, organizadora e realizadora do prêmio ressalta também a importância do Transborda para o mapeamento da produção artística contemporânea do Distrito Federal e Entorno.
Extrapolando as expectativas, a organização do prêmio registrou 343 inscrições válidas e recebeu mais de mil obras para avaliação da banca de seleção, formada por curadoras e curadores brasileiros, de cinco regiões diferentes. Participaram do júri Agnaldo Farias (SP), André Severo (RS), Marília Panitz (DF), Marisa Mokarzel (PA) e Gleyce Heitor (PE). “Pela primeira vez desde a primeira edição, em 2015, conseguimos alcançar artistas visuais em 35 diferentes regiões do Distrito Federal e Região de Integração e Desenvolvimento do DF. O que nos permitiu um levantamento mais completo em relação à última edição, em 2018, quando alcançamos cerca de 190 inscritos”, diz.
“Na mostra de artistas selecionados para esta edição do Transborda Brasília, vemos uma produção artística do Distrito Federal e das Cidades do Entorno diversa, múltipla e plural”, afirma Virgínia Manfrinato. “É uma produção pujante que apresenta as muitas camadas sociais, culturais, políticas e econômicas que atravessam não só os artistas do DF e Entorno, mas do Centro-Oeste”, continua Manfrinato. A mostra apresenta artistas visuais de diferentes gerações e em momentos diversos de suas carreiras, entre iniciantes e veteranos, que trabalham com linguagens, suportes e técnicas diferentes. “O público irá se maravilhar com os trabalhos apresentados e poderá participar da programação paralela à mostra, realizada pelo educativo coordenado pelo arte-educador Matias Monteiro”, sentencia.
A premiação
Os artistas selecionados para a Mostra do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea receberão um acompanhamento crítico com um dos membros da banca julgadora e prêmios de aquisição para uma das obras selecionadas, sendo 12 prêmios de aquisição de obra no valor em dinheiro de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) cada; e três prêmios de aquisição de obra no valor em dinheiro de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada.
Conheça as/os artistas que participam da mostra do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea.
Clarice Gonçalves é artista visual e mãe solo, vive e trabalha em Taguatinga- DF, é graduada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e desde 2005 apresenta sua pesquisa pictórica em mostras individuais e coletivas, feiras e premiações pelo país e afora. Sua produção aborda temas como socialização, sexualidade, maternidade e animalidade e respectivas performances dentro do contexto social como reflexo de sua pesquisa poética em torno de suas vivências corporais. Seu meio principal de materialização é a pintura, embora cada vez mais os processos performáticos tenham feito parte da criação dessas imagens em pintura através da dança, vídeo e fotografia. Clarice é integrante do coletivo matriz, um coletivo de mães artistas do DF que desenvolve lambes e intervenções urbanas na cidade. A artista foi finalista do prêmio PIPA online 2022 e participou de sua primeira residência no final do ano passado, no Centro Cultural Pé Vermelho, em Planaltina.
Fernanda Azou é uma artista brasiliense que vive e produz no Núcleo Bandeirante, Distrito Federal. Sua pesquisa surge de observações do comportamento geracional, focando nas condutas autodestrutivas de jovens adultos. Apropriando-se do termo cinematográfico “Gore”, a artista é guiada pelo sentimento de impotência, causado por situações-limite, e aborda a violência, não como idealização da catástrofe, mas sim como representação de uma realidade abjeta. Atualmente, a pesquisa da artista está inclinada para a investigação da obsolescência da tecnologia e como seus efeitos afetam as situações físicas e mentais dos indivíduos inseridos na dicotomia real/virtual. Suas obras estão em acervos públicos como Museu Nacional de Brasília, Museu de arte de Anápolis (MAPA), Museu de arte de Ribeirão Preto (MARP), Casa da Cultura da América Latina (CAL-UnB) e Galeria da Câmara dos Deputados.
João Angelini é morador de Planaltina/DF (periferia de Brasília), artista plástico, curador e gestor cultural. Através de múltiplos gestos e formatos, sua produção discute sobre nosso sistema, formação, as ocupações territoriais, modos de controle e opressão. Uso do vocabulário imagético e paisagens de onde mora, num trânsito entre a Planaltina colonial e a Brasília moderna. Desde 2005, expõe e é premiado por sua produção individual. A 59ª Bienal de Veneza (2022), 2º Prêmio Décio Noviello Artes Visuais (2021), Arte como Respiro – Itaú Cultural 2020, Novas Efervescências – E.C. Porto Seguros (SP) 2019, nos Rumos do Itaú Cultural (2014, 2009 e 2006), Bolsa Funarte de Produção (2011) e Anima Mundi (2009) pontuam parte da trajetória de sua obra.
Artista visual graduado em arquitetura, José Roberto Bassul vê sua fotografia como “uma tentativa de desenhar pensamentos, projetar desejos, construir espaços para a imaginação”. Recebeu relevantes prêmios nacionais e internacionais, entre os quais o 1º lugar no 10º Prix Photo AF 2021, o Prêmio América Latina do FotoRio 2020, o de Fotolivro do Ano no Moscow International Foto Awards – MIFA 2020 e, por duas vezes, o 1° lugar no International Photography Awards – IPA 2018 e 2021. Seu trabalho tem sido frequentemente exposto em festivais, galerias e museus, em oito mostras individuais e dezenas de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Autor dos fotolivros Paisagem Concretista (2018) e Sobre Quase Nada (2020), suas obras integram importantes coleções públicas e particulares.
Iris Helena é uma artista multidisciplinar licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba, Mestre em Poéticas Contemporâneas e doutoranda em Deslocamentos e Espacialidades em Arte Contemporânea pela Universidade de Brasília. Sua pesquisa caracteriza-se pela investigação crítica, filosófica, estética e poética da paisagem urbana a partir de uma abordagem dialógica entre a imagem da cidade e as superfícies/suportes escolhidos para materializá-la. Os suportes precários e ordinários são muitas vezes retirados de seu consumo cotidiano e possibilitam a (re)construção da memória atrelada ao risco, à instabilidade, à memória coletiva e sobretudo, ao desejo do apagamento. Iris Helena é ganhadora de diversos prêmios na área como Prêmio FOCO Bradesco 2017, Prêmio PIPA categoria Online 2018, Menção Honrosa no II Prêmio EDP Tomie Ohtake, entre outros. Participa de exposições nacionais e internacionais desde 2008 e atualmente é representada pela galeria Portas Vilaseca (RJ). Vive e trabalha em Brasília (DF).
Luciana Paiva é artista, pesquisa a visualidade do texto e tem como ponto de partida o uso dos elementos da escrita como matéria. Concluiu o Doutorado em Artes pela Universidade de Brasília em 2018; cursou o Programa Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 2011 e participou do Rumos de Artes Visuais 2011-2013. Em 2019 foi uma das artistas selecionadas para o 29o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo apresentando a exposição individual Cidade Partida. Participa de exposições desde 2004, atuando também como educadora e na organização e curadoria de eventos em arte. Desde 2017 integra o grupo de artistas vinculados ao Pé Vermelho Espaço Contemporâneo em Planaltina – DF.
Manduca, Manoel da luz Nogueira, nascido na pacata cidade de Babaçulândia, às margens do rio Tocantins, na região norte do Brasil, em 1958. Em 1963, transfere-se para Brasília com a família. Na infância vivia rabiscando e desenhando nos cadernos escolares. Assim, estuda desenho artístico e publicitário no IUB, e cartazista e letrista no SENAC Brasília/DF. Aos14 anos, já trabalhava fazendo cartazes, e desenhando publicidade, em vidraças dos comércios locais. Porém, “viver da arte” naquele período, era conturbado e confuso e pouco rentável. Então, arrumou outras profissões: cobrador de ônibus, Office boy, fuzileiro naval, bancário, funcionário público e economiário. Sem nunca deixar o lado artístico, cursou edificações e desenho arquitetônico no nível médio, e graduação em ciências contábeis com pós-graduação em finanças. Em 2012 ao se aposentar da CEF, pode enfim se dedicar e “viver de arte”. de maneira integral.
Marcos Antony é doutorando em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Natural do Distrito Federal, onde habita a cidade do Itapoã-DF, cidade satélite localizada às margens de Brasília. Esta dinâmica espacial centro/periferia é um tema presente na construção de sua poética, em que elementos tirados da vivência cotidiana na periferia transformam-se em processos escultóricos. Criando, assim, obras que são gestos oriundos da sobrevivência em uma periferia, como por exemplo: a apropriação e o improviso, utilizando materiais muitas vezes descartados que retornam como estruturas efêmeras. A madeira é um material principal em sua utilização sistemática de cores em tons complementares que buscam se assemelhar aos contrastes das fachadas que são os amontoados de muros de qualquer cidade periférica. Deste modo, as circunstâncias que dão a forma à produção, incursionam por práticas espaciais que se moldam à proposta contida na ação diante do espaço, tanto institucional quanto público.
Rafael Marques, 1997, nasceu, vive e trabalha em Brasília, Brasil. Em sua pesquisa, Rafael utiliza diversas mídias e linguagens tais como a gravura, a música, a luthieria, a pintura entre outras, para explorar o caráter controverso/duvidoso das relações entre o ser e suas percepções sobre si mesmo e o outro, por meio da provocação de estranhezas. Atualmente cursa graduação em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB), é impressor de gravura e sócio fundador do Vilarejo 21, um espaço de produção e fomento à arte, criatividade e cultura em Brasília.
Rodrigo D’Alcântara (1992) é multiartista, curador e pesquisador. É uma bixa brasileira-transnacional. Nascido em Niterói, RJ, e crescido em Brasília, DF, é bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília e Mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsa CNPq). Atualmente é bolsista doutorando em História da Arte na Concordia University (Montreal, CA). Sua prática artística alimenta mitologias e alegorias brasileiras a partir de uma visão dissidente, sincrética e multidimensional. D’Alcântara manifesta sua arte principalmente nas linguagens da videoarte, da performance, da instalação e da pintura. Ao decorrer de sua trajetória já expôs em espaços como A Gentil Carioca (RJ), Mendes Wood DM (SP), Museo Ettore Fico (Itália); Salão Anapolino (GO), Trans Film Festival Berlin (Alemanha), Aphrodite Athens & Epidaurus Film Festival (Grécia), Valongo Festival Internacional da Imagem (SP), Festival Internacional Cineversatil (Argentina), Vancouver Latin American Film Festival (Canadá), entre outros.
Romulo Barros (Medeiros, 1995) nasceu e cresceu no interior de Minas Gerais, um meio social onde os padrões de comportamento culminam na repetição das histórias locais, processo em que todos acabam dentro da mesma trouxa. Observa essas experiências e as insere em sua produção. Questionando sempre a própria identidade, procura externar a sua própria perspectiva, de um ser que busca, em si e em sua memória e ancestralidade, uma relação de afeto, vínculo, fluxo e refluxo. Atualmente tem uma produção artística que perambula pelos campos da pintura, instalação e escultura.
Severina Gonçalves, 83 anos, é potiguar, vive em Brasília desde 1985, cria arte desde os cinco anos quando brincava de fazer bichinhos com cera de Jandaíra. Sua inspiração vem da natureza, transforma o que os outros chamam de lixo em arte, com técnicas diversas, todas desenvolvidas por ela, pois nunca frequentou uma escola de belas artes. Possui um estilo singular, Arte Severina.
Silvie Eidam nasceu em Frankfurt/Main na Alemanha e vive atualmente no Brasil. O seu avô era o pintor Wilhelm Eidam quem encorajou a sua produção artística desde a sua infância. Ela foi aluna das artistas locais Andrea Simon e Beatrix Pohle-Stiehl, e continuou a sua formação estudando artes plásticas na Universidade de Brasília e no Goldsmiths College em Londres. Ela recebeu por 5 anos consecutivos a bolsa do fundo suiço GEK e apoio financeiro por um colecionador para terminar a série Masculinidades. Ela participa em exposições coletivas no Brasil e Alemanha desde 2005. No seu trabalho ela tem focado em materializar o imaterial e inconsciente. Atualmente, está interessada na temática da morte e da possibilidade de fazer contato com outras dimensões.
Thalita Perfeito é pesquisadora graduada em Artes pela Universidade de Brasília e mestra em Arte Contemporânea pelo PPG-Arte Visuais – UnB. Investiga as linguagens de fotografia, vídeo, instalação e experiências cotidianas ordinárias, mas cintilantes. Flutua por outras áreas, como marcenaria de mobília e é dona e funcionária da microempresa Ripa Marcenaria. Se interessa pelas contradições como o orgânico e o plástico, natural e artificial. Crê na inutilidade como poética.
Vanesa Liberato é uma artista plástica nascida em Brasília e atualmente com ateliê em Taguatinga (DF). Com mais de uma década de dedicação à produção de pinturas, desenhos e ilustrações, ela é fortemente influenciada pela arte popular e seu vasto portfólio em tela e madeira apresenta elementos, personagens e cenários que transportam o observador para um universo fantástico e simbólico, típico de sua linguagem visual. Além de sua produção artística, Vanesa está atualmente graduando-se na Universidade de Brasília em Artes Visuais e seus trabalhos já foram exibidos em algumas exposições coletivas, incluindo o Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos e OBRAXEROX no Museu de Arte de Brasília.
Sobre o Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea
O Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea é um projeto iniciado em 2015, que busca como desdobramentos o mapeamento dos artistas visuais que atuam no Distrito Federal e Entorno, além de incentivar a efervescência artística da cidade, mantendo o diálogo com a produção contemporânea brasileira e internacional. A cada edição cinco curadores de diferentes trajetórias e locais de atuação são convidados para selecionar trabalhos de artistas residentes ou nascidos em cidades do Distrito Federal e Entorno. Os trabalhos selecionados se reúnem em exposição aberta a todos os públicos na CAIXA Cultural Brasília. O projeto é realizado por Virginia Manfrinato e conta com o financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
Serviço:
Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea 2023
Mostra de artistas selecionadas/os
Obras de | Clarice Gonçalves, Fernanda Azou, Iris Helena, João Angelini, José Roberto Bassul, Luciana Paiva, Manduca, Marcos Antony, Rafael Marques, Rodrigo D’Alcântara, Romulo Barros, Severina Gonçalves, Silvie Eidam, Thalita Perfeito e Vanesa Liberato
Onde | Galerias Principal e Piccolas I e II
CAIXA Cultural Brasília
SBS – Quadra 4 – Lotes 3/4 – Brasília – DF
Visitação | Até 30/07
De terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação Indicativa | Livre
Acesso para pessoas com deficiência
Informações | (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449 www.caixacultural.gov.br
Entrada | Franca
Patrocínio | Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF)
Apoio | CAIXA e Governo Federal