Em cartaz na Galeria A Pilastra (Guará II), a exposição coletiva Superfície Sensível. Trabalhos inéditos – de três pintoras negras – investigam questões identitárias e expressam suas existências
Até 20 de abril e com atividades gratuitas durante a temporada, Superfície Sensível apresenta 18 obras de Cris Akanni, Pamela Wylla e Rayza de Mina sob curadoria de Gisele Lima. Residentes no entorno do Plano Piloto, as três pintoras se dedicam, em suas produções, a investigar, criticar e se aprofundar em questões identitárias, raciais e subjetivas, que atravessam as suas existências.
As telas, que ganham as paredes de uma Galeria pela primeira vez, apresentam as mais variadas facetas “daquilo que aqui estamos entendendo como superfície sensível: A Pele, o Cabelo e a Pintura Negra”, detalha Gisele Lima.
Na mostra, o público tem a oportunidade de se sensibilizar com retratos do cotidiano, da vivência, da delicadeza, do afeto e da subjetividade de mulheres negras. “Suas provocações e seus desdobramentos e como isso influenciou na produção artística delas e na formação de toda uma sociedade”, pontua a curadora.
Graduada em Arquitetura e Urbanismo, Cris Akanni começou a desenvolver suas obras impulsionada pela pandemia de Covid-19. Com tinta à óleo, a artista revela sua intimidade, seu tempo de criança nas ruas de Ceilândia, suas crenças e resgata suas raízes nordestina. Suas telas têm como personagens pessoas pretas, em primeiro plano, inseridas em cenários familiares a ela.
Fruto da linha de pesquisa, que investe em pinturas, colagens, escritas e fotografias, Pamela Wylla se concentra na apresentação das poéticas e existências do corpo preto. A jovem artista de 26 anos e moradora de Ceilândia, foi uma das finalistas no Programa Arte Ocupação, na coletiva Laços e Confrontos, e integrou o Circuito em Ebulição: Nova Arte Contemporânea em Brasília.
Rayza de Mina, natural de Lago da Pedra (MA) e hoje vive em São Sebastião, onde, há mais de 10 anos, atua como produtora cultural e ajudou a fundar o Ponto de Cultura e Arte de Rua Casa Frida e o Território Sebastianas. Seu caminho nas artes visuais tem como bases o desenho, a gravura, a pintura, o muralismo, e traz um reflexo sensitivo da sua realidade. Em 2019, foi premiada na 1ª Bienal Black Brasil Art.
Os trabalhos expostos serão registrados e em um catálogo digital junto a textos críticos produzidos por curadores e historiadores da arte, que integram o grupo de pesquisa curatorial e convidados da Galeria A Pilastra. O material será lançado ao final do projeto de Manutenção da Galeria, em setembro, que conta com fomento do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
Ao longo da temporada da mostra em cartaz serão realizadas, no dia 1º de abril, às 16h, uma visita orientada pelas artistas e curadora, e no dia 15, a partir das 17h e na área externa da Galeria, o Quintal da Pilastra, a performance Breves Costuras Ancestrais. Todas as atividades da Pilastra são gratuitas, pautadas em conhecimentos da cultura popular, com base na pedagogia griô, e sob a coordenação da também artista e arte educadora Lua Cavalcante.
Serviço:
Exposição Coletiva Superfície Sensível
Curadoria Gisele Lima
Artistas Cris Akanni, Pamela Wylla e Rayza de Mina
Local: Galeria A Pilastra
Endereço: QE 40, Polo de Modas (final da rua 21), Guará II
Visitação: de quarta a sábado, das 15h às 20h, até 20 de abril
Dia 01/04, às 16h, visita orientada pelas artistas e curadora
Dia 15/04, às 17h, performance Breves Costuras Ancestrais, no Quintal da Pilastra
Entrada franca e livre para todos os públicos
Informações: (61) 98636-1774
Realização: A Pilastra
Patrocínio: FAC – Fundo de Apoio a Cultura do Distrito Federal