Festival de teatro contemporâneo apresenta um recorte expressivo da presença feminina nas áreas do fazer, da criação e da atuação cênica Solos Férteis
Solos Férteis – Festival e Encontro Internacional de Mulheres no Teatro chega à sua 4ª Edição, com atividades presenciais e online, e se consolida como espaço referencial de encontro e divulgação para público e artistas com uma intensa programação.
Entre os dias 12 e 17 de setembro, serão apresentados 17 espetáculos no Teatro da CAIXA Cultural (SBS), à noite, e, à tarde, no Teatro SESC Garagem (913 Sul), local onde ocorrerão debates após cada sessão. O Festival também promove quatro oficinas no Instituto Federal de Brasília – IFB (610 Norte) e no Instituto Bíblico (601 Norte). A versão online será transmitida em novembro pelo canal do Festival no YouTube (www.youtube.com/@solosferteis7431), com sessões de espetáculos, oficinas, entrevistas e saraus.
Idealizado e sob a direção geral da atriz e diretora teatral Luciana Martuchelli, o Festival surgiu em 2010 do desejo “de dar protagonismo e endosso aos papéis das mulheres nas artes cênicas, em criar espaços de troca e afeto, características do feminino, bem como de aprendizado e para que seus discursos e reflexões tenham voz”, rememora Luciana. Outro alicerce do Festival é o convívio, que se dá na presença e participação das artistas em todas as atividades, proporcionando momentos de troca.
Ao longo dos seis dias de atividades, promovidas pelo Festival, “novos contextos e experiências serão apresentados para que artistas mulheres possam explorar novos olhares e abordagens para a criação teatral e nutrir, com mais profundidades, suas prioridades políticas, estéticas e existenciais”, destaca Luciana, que complementa: “o festival é um projeto onde diretoras, atrizes, técnicas, pensadoras e dramaturgas podem descortinar novos rumos”.
O Festival é uma realização da Tao Filmes e da Cia Yinspiração, com fomento do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do DF e apoios da CAIXA Cultural Brasília, Governo Federal – União e Reconstrução, SESC DF e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF.
Com o tema “Artistas sem Fronteiras – A Torre de Babel”, esta 4ª Edição do Solos Férteis – Festival e Encontro Internacional de Mulheres no Teatro evoca debates acerca dos desafios e oportunidades do fazer artístico e da preservação da voz e da perspectiva crítica das mulheres no teatro, por meio da difusão da produção feminina inédita e autoral, o intercâmbio, a igualdade de gênero e a inclusão de pessoas com deficiências. Assuntos que atravessam as dramaturgias das montagens e irão permear os debates e as oficinas.
Para compor a programação, foi aberta uma convocatória através da qual foram recebidas propostas vindas de todo o Brasil e de outros países da América Latina. O que motivou a organização a ampliar a programação, que previa apenas seis solos originalmente. “O processo de curadoria foi bastante desafiador, dada a qualidade dos trabalhos apresentados, com destaque para as montagens locais que somam nove” comenta Juliana Zancanaro, coordenadora geral do festival, que ressalta: “nosso desejo é trazer um pouco do Brasil e do mundo pra Brasília, mas essa edição enaltece o DF, em especial”.
Entre as selecionadas do Distrito Federal, estão Adriana Lodi, com Senhora P; Maria Leo Araruna, com Transmitologia; Camila Guerra, com Pedra (P)árida; e Adriana Nunes, com O Misterioso Desaparecimento de W, numa linha mais intimista, diferente de como o grande público a conhece nos Melhores do Mundo. Conhecida por papéis marcantes em novelas e séries, Tereza Seiblitz se apresenta no Festival com Carangueja, de texto próprio sobre o feminino, questões sociais e ambientais. Também de fora do DF, a carioca Danielle Anatólio, com Lotus; e Juliana Pardo, de São Paulo, com Hiléia; e Ana Marinho, da Paraíba, com Razão para Ficar.
Solos Férteis tem como marca, além da diversidade de temas e linguagens sob a ótica feminina, textos próprios. Com exceção de O Misterioso Desaparecimento de W, texto do italiano Benni, todos os solos foram escritos pelas artistas e/ou seus coletivos. A programação completa está disponível na bio do Instagram: www.instagram.com/solosferteis/.
Oficinas
As quatro oficinas presenciais do Festival são: Corporeidades Dissidentes e Performatividade Negra, com Danielle Anatólio (RJ), e Juliana Pardo (SP); Lab Bambu – Jogo das Formas em Cena, com Poema Mühlenberg (DF); Em Busca do Segredo da Flor, para mulheres acima de 60 anos com Priscilla Duarte (SP); e Palhaça a Pina Bauch, com Bárbara Salomé (SP), e Bruna Betito (SP), essa com tradução para Libras. As inscrições gratuitas já estão abertas e podem ser feitas através de formulários disponíveis na bio do Instagram: www.instagram.com/solosferteis/. Outras duas ocorrerão em novembro, em formato virtual.
Rede internacional
Solos Férteis integra a rede internacional de Festivais – The Magdalena Project, na qual mulheres de teatro são protagonistas. Espalhada por mais de 50 países, a rede, desde a sua criação por Jill Greenhalgh, em 1986, no País de Gales, se firma sobre três pilares: Mostra, Residências Artísticas e Intercâmbio de Ideias. Os intercâmbios e conectividade ganham amplitude através do Fórum [virtual] de Discussão, onde fotos, vídeos e textos são publicados e algumas atividades transmitidas.
Histórico
Passaram pelas três primeiras edições do Solos Férteis artistas da Dinamarca, França, Grécia, Inglaterra, Itália, Peru, Argentina, Nova Zelândia, Costa Rica, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Assista ao minidocumentário sobre a 3ª Edição do Festival em: www.youtube.com/watch?v=ZFZ7qE9PYUs.
Acessibilidade
Alguns espetáculos contarão com tradução simultânea para Libras, assim como os debates. A primeira fileira no teatro terá todos os seus assentos reservados para pessoas com algum tipo de deficiência.
Produção de conteúdo
A fim de contribuir para o diálogo cultural entre o DF com o Brasil e o mundo, todas as convidadas são convocadas a escrever artigos sobre suas pesquisas e trabalhos em meio ao festival. E todo o material, junto com fotos e vídeos, serão disponibilizados no Instagram: www.instagram.com/solosferteis/, e replicados no site da rede Magdalena.
Pré-Solos
No final de semana que antecede o Festival, a Cia Yinspiração, uma das realizadoras, apresenta o espetáculo Diatribe de Amor, encenado por Juliana Zancanaro com direção geral de Luciana Martuchelli. O texto de Garcia Márquez, único de sua autoria especialmente para teatro, traz as belezas e crueldades do cotidiano do amor com a poética do autor colombiano. A peça vai cumprir temporada dias 8, 9 e 10 no Espaço Cultural Renato Russo. Ingressos: https://www.sympla.com.br/diatribe-de-amor__2080189
Serviço:
Solos Férteis – Festival e Encontro Internacional de Mulheres no Teatro
SESC Garagem da 913 Sul, com sessões dias 13, 14 e 16 de setembro, às 15h, com entrada franca, e dia 15, às 19h e às 21h, com ingressos a R$ 30 (inteira), e R$ 15 (meia para professores, estudantes, maiores de 60, funcionários da Caixa, doadores de alimento e artistas).
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos
Teatro CAIXA Cultural, no SBS, com sessões dias 12 de setembro, às 19h, 13 e 14, às 19h e às 21h, e dias 16 e 17, às 18h e às 20h. Nos dias 12 e 13 serão apresentadas performances no foyer do Teatro às 18h30, e no dia 17, às 17h
Ingressos a R$ 30 (inteira), e R$ 15 (meia para professores, estudantes, maiores de 60, funcionários da Caixa, doadores de alimento e artistas).
Vendas a partir do dia 9 de setembro no site da CAIXA Cultural e na bilheteria do teatro.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos
Oficinas: de 13 a 15 de setembro no IFB (610 Norte) e no Instituto Bíblico (601 Norte), mediante inscrição prévia, através do formulário: https://bit.ly/Oficinas4SolosFerteis
Debates: dias 13, 14 e 16 de setembro, no SESC Garagem da 913 Sul, sempre às 16h
Programação, inscrições para as oficinas e mais informações: www.instagram.com/solosferteis/
Programação:
Dia 12 de setembro (terça-feira)
18h30: Capoesia, por Poema Mühlenberg (DF), no Foyer do Teatro da Caixa
19h: Mare Serenitatis, por Luciana Martuchelli (DF), no Teatro da CAIXA Cultural
Dia 13 de setembro (quarta-feira)
15h: O Amor Possível, por Priscilla Duarte (MG), no Teatro SESC Garagem da 913 Sul (com tradução para Libras)
16h: Debate – Memória, representatividade e empoderamento, no SESC Garagem da 913 Sul (com tradução para Libras)
18h30: Amor Título Provisório e Inalterável, por Mariana Baeta (DF), no Foyer do Teatro da CAIXA Cultural
19h: Enluarada, por Caisa Tibúrcio (DF), no Teatro da CAIXA Cultural (com tradução para Libras)
21h: O Misterioso Desaparecimento de W, por Adriana Nunes (DF), no Teatro da CAIXA Cultural
Dia 14 de setembro (quinta-feira)
15h: Pedra (P)árida, por Camila Guerra (DF), no SESC Garagem da 913 Sul
16h: Debate – Multilinguagem, corpo e dramaturgia, no SESC Garagem da 913 Sul
19h: Transmitologia, por Maria Leo Araruna (DF), no Teatro da CAIXA Cultural
21h: Hileia: Semeadora das Águas, por Juliana Pardo (SP), no Teatro da CAIXA Cultural
Dia 15 de setembro (sexta-feira)
19h: Lotus, por Danielle Anatólio (RJ), no SESC Garagem da 913 Sul
21h: Razão pra Ficar, por Ana Marinho (PB), no SESC Garagem da 913 Sul
Dia 16 de setembro (sábado)
15h: Não Aprendi Dizer Adeus, por Bárbara Salomé (SP), no SESC Garagem da 913 Sul
16h: Debate – Descolonização, representatividade e criação, SESC Garagem da 913 Sul
19h: Vaca, por Bruna Betito (SP), Teatro da CAIXA Cultural (com tradução para Libras)
21h: Hileia: Semeadora das Águas, por Juliana Pardo (SP), no Teatro da CAIXA Cultural
Dia 17 de setembro (domingo)
17h: Pedaços de Maria, por Maria Tavares (DF), no Foyer do Teatro da CAIXA Cultural
18h: Senhora P, por Adriana Lodi (DF), no Teatro da CAIXA Cultural
20h: Carangueja, por Tereza Seiblitz (RJ), no Teatro da CAIXA Cultural