Renan Barbosa lança uma releitura em xote de “Pétala por Pétala”, de Chico César, antecipando o EP Canto do Homem de um Lugar, previsto para fevereiro
O cantor e compositor paraibano Renan Barbosa, radicado em São Paulo há 32 anos, lança, no dia 13 de dezembro, o single de “Pétala por Pétala”, composição do também paraibano Chico César e da paulista Vanessa Bumagny.
Renan Barbosa
Renan revela que Pétala por Pétala não é apenas sua preferida da brilhante obra de Chico César, mas a considera uma das mais belas canções da MPB. Há muitos anos, a incluiu no repertório dos seus shows, inclusive num dos mais recentes: “Do barro do chão”. Renan é fã assumido de Chico César, e acompanha de perto sua trajetória, desde o bombástico lançamento de “Aos vivos”, nos anos 90, quando já morava em São Paulo. A novidade é que, na sua interpretação de estúdio, a música é apresentada como xote, e não como a balada plangente cantada por Chico.
O single de Pétala por Pétala antecipa o EP “Canto do homem de um lugar”, com lançamento programado para fevereiro de 2025, no qual o artista paraibano se reconecta com a música regional nordestina, especialmente o forró. Afinal, ele nasceu e morou (até concluir a faculdade) em Campina Grande, terra do maior São João do mundo, que legou ao Brasil e ao mundo nomes como Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro, Marinês, Elba Ramalho, entre outros.
O arranjo do single ficou a cargo de Kaneo Ramos, com quem Renan tem trabalhado, exclusivamente, nos últimos dez anos, em álbuns e projetos como os shows “Do desejo”, “Viço”, “Não sou melhor do que tu”, “Humano demasiado insano”, “Do barro do chão” e “Negras maravilhas”.
Segundo Kaneo, a música Pétala por Pétala já há muito tempo é uma favorita do repertório de Renan: da banda e do público. “A doçura e força da sua voz combinavam com o teor da letra, e com os arranjos acústicos que criamos para o show Do Barro do Chão – onde estava incluída” – afirma o produtor. “Quando decidimos gravá-la em estúdio, foi muito natural transformá-la de canção em xote: tinha tudo a ver com o espírito do EP que estamos produzindo, com o trabalho atual de Renan e com a sonoridade da música. A rabeca do Filpo Ribeiro (convidado especial para essa gravação) trouxe um ar nostálgico e tradicional para a faixa, e para a harmonia nova que fizemos. Fiquei muito feliz com o resultado. Sinto que imprimimos muita emoção no arranjo e na interpretação” – completa.
Outro ponto de conexão, além da origem paraibana de Renan e Chico César, é que Kaneo Ramos tocou violão de 12 cordas na gravação de Chico para o clássico Sobradinho, trilha sonora de Mar do Sertão, novela recente da Rede Globo, e integrou a banda que o acompanhou no programa “Encontro”, para o lançamento da música.
Renan acrescenta que se sente feliz por ser um intérprete masculino de MPB a valorizar o cancioneiro de Chico César: “a sua história, como compositor, é de várias cantoras estreladas disputando suas canções com valentia e ciúme; mas ele deveria ser mais gravado por cantores, porque suas composições são belíssimas”.
O single de Pétala por Pétala foi gravado em São Paulo, em outubro, nos estúdios Mani (por Kaneo Ramos) e Paredemeia (captação da voz), por Rovilson Pascoal, músico e produtor que trabalhou com nomes como Zeca Baleiro, Milton Nascimento, Elza Soares, Cauby Peixoto, Maria Alcina, Mariana Aydar, Lirinha, Josyara, entre outras dezenas de grandes nomes da música brasileira.
A capa é assinada pelo artista plástico paraibano Neto Maia (@maia.neto, radicado em Salvador), amigo de Renan e que criou uma gravura que expressa o significado da letra sem cair na literalidade, com beleza e sensibilidade.
Por uma feliz coincidência, o single está previsto para ser lançado nas plataformas de streaming no dia 13 de dezembro, dia nacional do forró e do aniversário de Luiz Gonzaga, o pai da música nordestina, cujos shows Renan assistiu, inúmeras vezes, em Campina Grande. Gonzagão tinha uma relação muito próxima com a cidade, onde era tratado como um rei, de fato, e muito amado pelo público. Cantou a origem da cidade e a saga dos catadores de algodão, na célebre Tropeiros da Borborema (Rosil Cavalcanti e Raymundo Asfora), música até hoje tocada em todo o Nordeste.
Ficha técnica:
Arranjo, violão, backing vocal, mixagem: Kaneo Ramos
Voz: Renan Barbosa
Sanfona: Cleber Silveira
Baixo elétrico: Rafa Xér
Bateria, zabumba, triângulo, xequerê, coco, reco-reco, tama: Emilio Martins
Rabeca: Filpo Ribeiro
Gravada nos estúdios Mani e Paredemeia, em outubro de 2024
Técnicos de gravação: Rovilson Pascoal e Kaneo Ramos
Masterizada por Adonias Souza Jr. (Estúdio Ársis)
Distribuição: Tratore
Sobre Renan Barbosa:
Renan Barbosa é cantor e compositor há 36 anos. Nasceu na Paraíba e é radicado em São Paulo. Tem o forró como régua e compasso de sua trajetória. Iniciou a carreira artística em 1988, num festival de MPB, interpretando a canção “Destino”, de sua autoria, que foi premiada como Melhor Letra. Naquele momento, era apenas um tímido estudante universitário, que subia ao palco pela primeira vez na vida. De lá para cá, nunca mais parou de cantar e compor.
Consolidou sua carreira no estado São Paulo, destacando-se em espaços como CEUs, SESCs, Villaggio Café, Vermont Itaim, Espaço Tu, Ao Vivo Music, Bistrô Esmeralda, Teatro da Rotina e Teatro Bruta Flor.
Em 2011, idealizou e participou do show “Os Homens de Chico”, apresentando 21 canções de Chico Buarque com personagens masculinos, no SESC Pompeia, em três sessões com ingressos esgotados.
Em 2012, integrou o Coletivo Cabeu, ao lado de Adriana Petroni, Mário Martinez e Fabio Cadore, que resultou no EP “Cabeu” (2012), com show de lançamento no SESC São Carlos.
Preferindo o contato olho no olho com a plateia, nos shows ao vivo, foi somente aos 25 anos de carreira que lançou seu primeiro álbum, “A Voz do Agora” (2014), com direção musical de Dino Barioni e participações de Toninho Ferragutti e Mário Manga. O show do álbum ficou em cartaz até 2016.
Em 2016, estreou o bem-sucedido show “Do Desejo”, explorando o universo feminino a partir de Chico Buarque e Hilda Hilst.
Entre 2016 e 2019, continuou a se apresentar com outros projetos, como “Viço”, “Singularplural”, “Se Todo Mundo Sambasse Seria Tão Fácil Viver” e “A Vida Se Alarga Quando um Ponto Finda”.
Em 2019, fez uma participação no álbum “A Babel dos Bichos”, projeto infantil de Mário Martinez e Adriana Petroni, na faixa “Tou com a Macaca”.
Em novembro de 2019, lançou “Não sou melhor do que tu”, EP com quatro canções. Neste trabalho, incorporou uma estética roqueira, inspirada nos ídolos Cássia Eller e Cazuza, com letras e arranjos mais densos, refletindo o momento histórico que o país vivenciava.
No final de 2021, lançou o EP “Humano, demasiado insano”, apresentando músicas que tratavam dos conflitos do ser humano contemporâneo em relação ao tempo, aos desejos e ao seu papel no planeta. Desde 2023, tem se alternado nos shows “Humano, demasiado insano”, “Do barro do chão” e “Negras Maravilhas” (neste, interpreta apenas composições de artistas negros, como Luiz Melodia, Cartola, Gilberto Gil, Djavan e o próprio Renan).
Estreou, em outubro passado, o show “A Voz do Agora, Hoje”, em comemoração aos dez anos de lançamento do seu primeiro álbum, A Voz do Agora, no Espaço Alvenaria, em São Paulo.
Em 2024, lançou o single “Jeito Manhoso”, com participação de Sandra Belê, e a regravação de “Destino”. Atualmente, trabalha na finalização do EP “Canto do homem de um lugar”, projeto que o reconecta às suas raízes musicais. A previsão de lançamento é fevereiro de 2025. O primeiro single “Pétala por pétala”, estará nas plataformas digitais dia 13 de dezembro próximo.
Em São Paulo, frequentou alguns cursos livres de teatro, e a timidez aos poucos ficou restrita à pessoa física e não ao artista. No palco, arrisca-se, provoca, emociona-se: voz, corpo e emoção formando um todo indivisível.
Navega com liberdade e pertinência por todos os ritmos da MPB: do bolero ao samba, da bossa ao forró, passando pelo pop /rock. A voz de timbre original concilia força e suavidade, paisagens agrestes e a urbanidade da metrópole. Notabiliza-se pelo inquestionável carisma, uma forte presença de palco e o modo como se apropria das verdades da letra.
Vem de longe sua ligação com a escrita e a literatura: na adolescência chegou a vencer alguns concursos de contos; tem três irmãos jornalistas; é ex-professor de escrita criativa e já assinou um blog de cultura; é um estudioso da Psicanálise; e se espelha nos ídolos Noel Rosa, Dorival Caymmi e Chico Buarque para contar histórias através da canção, arrebatando e comovendo a plateia.