Poéticas Carnavalescas apresenta exposição gratuita em Brasília, revelando o carnaval da capital federal através de fotografias que mostram diversidade, cultura e resistência popular
Poéticas Carnavalescas – O que fotografias de carnaval de diferentes épocas têm em comum? Todas apresentam um registro do momento histórico-social. Entre fantasias, cortejos, palcos e festas de rua, o olhar das lentes encontra ali manifestações culturais, religiosas, ritos, diversidades de corpos, manifestação do feminismo e novas formas de agir e pensar.
Foi com esses motes que o fotógrafo Humberto Araujo idealizou o projeto “Poéticas Carnavalescas” que, em sua primeira edição, realizou uma residência artística de fotografia documental do carnaval 2025 da capital federal. Agora, o resultado poderá ser conferido em exposição que estará em cartaz até o dia 14 de junho na Galeria A Pilastra (QE 40 – Guará II). Gratuito. Livre para todos os públicos. Mais informações no Instagram: @poeticascarnavalescas.
A iniciativa Poéticas Carnavalescas – Residência Artística em Fotografia – Edição Brasília 2025 que é realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo – DF selecionou 6 fotógrafes para vivenciar o carnaval por diversos ângulos com Humberto Araujo. Cada selecionade teve uma ajuda de custo de R$ 1200 (alimentação, transporte e ademais) e aulas teóricas e práticas com Araujo, além da participação de outro renomado fotógrafo da cidade, Diego Bresani.
A mostra de resultados do processo intenso que começou em fevereiro de 2025 já pode ser conferida. A curadoria é da pesquisadora, curadora e produtora cultural, Gisele Lima. “Fotografias de carnaval têm um enorme valor documental. Documentar a integração da cidade com a festa. Ver como as pessoas se organizam e fazem acontecer esse espetáculo. Mas onde queremos chegar com tudo isso?
A um exercício de fotografia para fotografar mais e melhor o momento histórico-social da cultura popular do Distrito Federal. Ao mesmo tempo em que essa residência artística proporciona um ambiente favorável à criação imagética, também deixa um legado em forma de repositório de imagens que serve à história e à memória do Distrito Federal”, explica Humberto Araujo.
E cerca de 40 fotos irão expor trabalhos que não se limitam apenas a alegria da folia. As imagens mostram o árduo trabalho dos ambulantes, a presença da polícia, o movimento político da festa, dentre outros.
A mostra conta com os trabalhos feitos pelos artistas Cristiano Carvalho, Diego Oliveira, Malinha, Ramona Jucá, Sant Caê e Yara Maya sob direção artística de Humberto Araujo que também terá obras expostas.
Segundo a curadora Gisele Lima, os registros realizados pelo grupo de fotógrafos se tornam documentos sensíveis da complexidade do carnaval como fenômeno cultural e político. Ao percorrer diferentes Regiões Administrativas, os artistas captam não apenas a estética vibrante dos blocos e das fantasias, mas também as singularidades territoriais e afetivas que moldam cada manifestação carnavalesca. Da Asa Norte à Ceilândia, cada imagem traz consigo marcas próprias de pertencimento, invenção e desejo de ocupação do espaço urbano”.
A exposição propõe, assim, um mergulho nas múltiplas camadas do carnaval candango e destaca como ele se afirma ano após ano como um movimento de resistência pelo direito à cidade, à festa e à cultura de rua. Frente aos desafios impostos pela gestão dos espaços públicos e às tentativas de silenciamento das expressões populares, o carnaval do DF reafirma sua potência coletiva e sua força poética.
Humberto Araujo é fotógrafo de cena/palco e de eventos e manifestações culturais, em especial nas áreas do teatro, dança, cinema, música e cultura popular. Transita entre a fotografia comercial e as artes visuais. Desde 2012 fotografa o carnaval de rua de Brasília-DF. Fotografou mais de uma dezena de edições de festivais de arte e cultura, incluindo: Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival de Teatro de Curitiba, Festival Ibero Americano de Artes Integradas, e o Cena Contemporânea (Brasília-DF). Atualmente se dedica à fotografia de espetáculos cênicos e retratos.
Gisele Lima é pesquisadora, curadora e produtora cultural formada em Teoria, Crítica e História da Arte pela Universidade de Brasília. Desde 2015 se dedica à investigação de processos de criação, trabalho artístico, produção cultural e curadoria. Integra a diretoria da galeria-escola A Pilastra, onde desenvolve o compromisso de promover o desenvolvimento artístico, profissional e engajado dos participantes, buscando contribuir para o cenário da arte contemporânea e promover outras perspectivas artísticas a partir do olhar dissidente.
Serviço:
Até o dia 14 de junho na Galeria A Pilastra (QE 40 – Guará 2)
Horário de visitação: Quarta a sexta (14h às 19h) e Sábado (10h às 15h)
Gratuito
Livre para todos os públicos
Mais informações no Instagram: @poeticascarnavalescas.