A exposição “Perto da Energia Primordial” de Pablo Manrique revela a força invisível do universo vegetal em telas que exploram a energia vital e metamorfoses sutis

A nova mostra Perto da Energia Primordial, do artista PABLO MANRIQUE, depois de suas bem-sucedidas exposições em Brasília, aponta para um novo paradigma em sua pintura. MANRIQUE que vinha de uma forte linhagem do realismo fantástico sul-americano chega agora às portas da abstração. Um turbilhão de energia explode nas novas telas, vindas quase sempre do mundo vegetal, dessa força vital primeira que sustenta a vida no planeta junto com a energia do Sol.

Mas, essas fulgurações, essas florescências que, sem dúvida, lhe servem de pretexto formal, estão a serviço de um propósito metafísico. Pablo Manrique, usando a força expansiva do universo vegetal, está a registrar nessas telas algo mais sutil. Busca flagrar a energia das coisas, essa força motriz que configura e sustenta o mundo material manifestado. As formas que nosso olhar capta nessas telas são, na verdade, metáforas de uma energia primordial.

Perto da Energia Primordial

Sua técnica apurada consegue, através de superposições cromáticas requintadas, nos dizer que por debaixo de cada forma, outra força está a ondular, está a se fazer, numa metamorfose perene. Seu abstracionismo cromático no limite de um figurativo evanescente está a serviço da difícil arte de tornar visível o que normalmente não seria possível captar por um olhar domesticado e objetivo. Está a apontar para aquilo que sustenta todas as formas, ondas de energia se manifestando no espectro do visível.

Algumas telas mais figurativas seguem igualmente essa sua nova proposta. Seus cavalos, suas geometrias parecem se desfazer em linhas; suas formas visíveis seriam apenas um acordo momentâneo, fugaz, de uma força que logo irá configurar outros objetos, outros seres. Tudo flui, portanto, nessa nova proposta pictórica de Pablo Manrique. Um artista extremamente coerente com seu objetivo de nos oferecer uma arte para além dos sentidos, telas que se destinam a uma sensibilidade quase oriental. Um artista, portanto, que usa das formas para apontar sempre para o que está além delas. Um artista ZEN na sua maneira de existir e de criar. Uma exposição obrigatória para os que entendem a arte como a voz silenciosa daquilo que, de maneira persistente, preside todas as formas.

Visitação:

Até a 16 de outubro, de segunda à sexta das 9 às 19h
Local: Espaço Cultural STJ
Informações: 61 3319.6212/6764
[email protected]
Endereço: SAFS – Quadra 6 – Lote 1. Edifício dos Plenários 2º andar/Mezanino Brasília/DF