O espetáculo “O Último Tango” leva às cidades do DF uma emocionante discussão sobre envelhecimento e etarismo, com 22 apresentações e ações culturais gratuitas e acessíveis

O espetáculo O Último Tango circula por seis cidades do DF (Plano Piloto, Sobradinho, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Planaltina) com 22 apresentações gratuitas e 25% das sessões totalmente acessíveis (para surdos e cegos) e 50% (surdos).

Além das sessões da peça, o projeto traz ações paralelas como bate-papo com elenco após as apresentações, aulão de tango no Conic, exposição de fotos de bailarinos 50+, oficinas lúdicas para idosos em centro de vivências e ciclo de debates sobre o envelhecer para populações vulneráveis e dissidentes.

O Último Tango

O espetáculo O Último Tango é um compasso entre dança, teatro, audiovisual e música. Um lampejo lúdico, inovador e essencial para a sociedade discutir e repensar o etarismo como um importante tema de política pública. Multicultural, o projeto contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) traz em seu escopo uma série de atividades em torno da itinerância inédita de 22 sessões da montagem por seis cidades do DF (Plano Piloto, Sobradinho, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Planaltina), com entrada franca e 25% das sessões totalmente acessíveis para cegos e surdos e 50% (surdos).

Entre 9 de outubro e 8 de dezembro de 2024, o projeto executa ações paralelas que ampliam sensivelmente o debate apresentado no palco. A abertura do projeto acontece de forma lúdica com tango na rua em aulão promovido pelo coreógrafo Paulo Pivetta, no calçadão do Boulevard Center (Conic), dia 9 de outubro (às 12h). A partir da estreia da peça (10/10), no foyer de cada teatro, a fotógrafa Nityama Macrini apresenta exposição individual “Corpos que Dançam Não Envelhecem”, com dançarinas e coreógrafo na maturidade, a exemplo de Yara de Cunto e Gisele Santoro.

O projeto corre cinco centros de vivências e grupo de apoio a idosos no Plano Piloto, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Planaltina, com “Oficina de Jogos Lúdicos para a Maturidade”, ministrada pelo ator, arte-educador Jones Abreu Schneider. Visita dois centros universitários (Iesb e Uniceub) e um terreiro de Umbanda para discutir o envelhecer em populações vulneráveis e dissidentes, como LGBTQIANP+, mulheres negras, matrizes africanas e artistas.

“É um projeto de fôlego, uma ocupação inédita que parte da montagem teatral e dialoga com multilinguagens como a dança, a fotografia, com o objetivo de pautar o envelhecimento e suas consequências. A urgência de políticas públicas e o combate ao etarismo”, observa Schneider, ator e idealizador do projeto, que realiza itinerância em parceria com o coletivo Criaturas Alaranjadas.

O projeto busca sensibilizar o público para as questões que envolvem o envelhecimento, destacando a importância de inclusão e do respeito às diversidades presentes nas diferentes comunidades. A itinerância tem o fôlego de 22 sessões da montagem que narra o encontro de dois homens com ritmos de vida distintos, um deles maduro e o outro idoso, que juntos, encontram na dança o compasso da superação e um sopro de salvação.

Montagem tocante

A peça mergulha no universo de dois desconhecidos que se unem em razão da paixão pelo tango e que revoluciona as suas vidas. Os personagens, Antônio (Chico Sant´Anna) e Manoel (Jones Abreu Schneider) apontam para a capacidade de reinvenção do ser humano em qualquer faixa etária da vida. Executados pelos musicistas Janaina Sabino (piano digital) e Pedro Tupã, o tango e canções de matriz africana são temas para reflexões profundas sobre encontros e superação. Temas como finitude, etarismo, preconceito, homofobia e os horrores e contradições de um tempo que flerta com o fascismo vão sendo costurados e resultam em um palco para reflexões sobre a vida e a autonomia na terceira idade.

Com texto inédito de Santiago Serrano e dirigido pelo dramaturgo e roteirista Sérgio Maggio, o espetáculo reúne um time talentoso de diversas gerações da capital federal, que já se apresentaram em espaço alternativo, a Galeria do CCBB Brasília, em 2023, com casa lotada todos os dias, graças ao Prêmio de Estímulo ao Teatro Funarte 2022. E agora voltam, graças ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC), em montagem inédita do espetáculo para teatros tradicionais. “Nessa nova etapa, agora com todas as apresentações são realizadas dentro de teatros convencionais, o que traz uma experiência inédita para a equipe”, aponta Sérgio Maggio.

Circulação DF 2024:

NOVEMBRO

Plano Piloto | Teatro Hugo Rodas / Espaço Cultura Renato Russo
Dia 1 e 2 de novembro, às 20h.

Teatro Sesc Paulo Gracindo (Gama)
Dia 6 de novembro, às 16h (libras e audiodescrição e bate-papo com plateia) e às 20h.

Teatro Sesc Paulo Autran (Taguatinga)
Dia 12 de novembro, às 16h (libras e audiodescrição e bate-papo com plateia) e às 20h.

Teatro Sesc Newton Rossi (Ceilândia)
Dia 14 de novembro, às 16h (libras e audiodescrição e bate-papo com plateia) e às 20h.

Complexo Cultural de Planaltina
Dia 19 de novembro, às 16h (audiodescrição e bate-papo com plateia) e às 20h.

DEZEMBRO

Plano Piloto | Teatro Hugo Rodas / Espaço Cultura Renato Russo
Dia 5 de dezembro, às 20h.
Dia 6 de dezembro, às 20h.
Dia 7 de dezembro, às 20h (audiodescrição).
Dia 8 de dezembro, às 19h

Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 70’ minutos

Ações paralelas

ⱱ Aula de Tango
(dia 9/10/24, às 12h, no calçadão do Boulevard Center, Conic)
Outra ação que faz parte do projeto e acontece em um único dia é um Aulão de Tango, em 9 de outubro, às 12h, no Conic, no passeio do Boulevard Center (Setor de Diversões Sul), com o professor Paulo Pivetta, responsável pela preparação dos atores Sant´Anna e Schneider. É direcionado ao público passante e aberto a qualquer pessoa, sem limite de idade.

ⱱ Corpos que dançam não envelhecem
(nos foyers dos teatros durante a circulação de 10/10 a 8/12/24)

No foyer dos teatros onde acontecem as sessões da peça, enquanto espera o primeiro sinal, o espectador vai apreciar a exposição “Corpos que Dançam não Envelhecem”, da fotógrafa Nityama Macrini. A mostra surge como uma proposta ousada e necessária para desmistificar a ideia de que a dança é uma prática reservada apenas ao corpo jovem. Ao clicar dançarinos na maturidade, o projeto desconstrói os preconceitos associados ao corpo do artista e à sua suposta “data de validade”.

Foram fotografados, em Brasília, ícones da dança do DF: Yara de Cunto (bailarina clássica, coreógrafa contemporânea e criadora do Balé do Teatro Guaíra), Gisèle Santoro (bailarina clássica, coreógrafa e mentora do Seminário Internacional de Dança), Lenora Lobo (dançarina e coreógrafa da Alaya Cia. de Dança) e Luciana Lara (dançarina e coreógrafa Anti Status Quo Cia. de Dança), e bailarino e coreógrafo moçambicano Idio Chichava, que fez residência na capital.

Jogos Lúdicos para a Maturidade (com Jones Abreu Schneider)

Estimular a criatividade, a memória e o bem-estar emocional são os principais objetivos dessa iniciativa para promover a interação e a socialização entre os idosos. O projeto estará presente em cinco Centros de Convivência de Idosos, com oficinas de duas horas de duração, totalizando dez horas de aulas ministradas pelo ator e arte-educador Jones Schneider. Os locais escolhidos incluem Centros situados no Plano Piloto e nas cidades de Ceilândia, Taguatinga, Gama e Planaltina, democratizando e espalhando vivências, a força motriz deste projeto, pelos arrabaldes/ quatro cantos do DF.

SINOPSE “O ÚLTIMO TANGO”

Na vida de Antônio, um octogenário viúvo que vive sob a pressão de seus filhos, a perda de memória parece um fardo. No entanto, seu espírito sonhador ainda brilha ao lembrar-se da promessa feita a sua falecida esposa, Elvira: aprender a dançar tango e conhecer Buenos Aires. Por outro lado, Manoel, um artista maduro sem residência fixa, enfrenta dificuldades financeiras enquanto ensina tango nas praças.

Quando os caminhos de Antônio e Manoel se cruzam, eles descobrem uma conexão inesperada que transforma suas vidas. Juntos, eles se unem ao ritmo vibrante do tango portenho, rompendo as barreiras do tempo e da solidão, e criando uma narrativa poderosa sobre sonhos, solidariedade e a luta contra as adversidades. Uma história que se impõe à sociedade, urgentemente convidando à reflexão.

Ficha Técnica O Último Tango:

Concepção do projeto, coordenação de produção e direção artística: Jones Abreu Schneider e Criaturas Alaranjadas
Direção de cena: Sérgio Maggio
Direção de imagens: Catarina Accioly
Dramaturgia: Santiago Serrano
Produção: Paula Jacobson
Tradução: Carmem Moretzsohn
Intérpretes: Chico Sant´Anna (Antônio) e Jones Abreu Schneider (Manoel)
Musicista: Janaina Sabino (piano digital), Pedro Tupã (percussão) e Lucas Ramalho (stand in percussão)
Bailarinos em videoarte: Dilo Paulo e Lenna Siqueira (Corpus entre Mundos)
Fotógrafa exposição: Nityama Macrini.
Bailarinos exposição: Yara de Cunto, Gisèle Santoro, Lenora Lobo, Luciana Lara e Idio Chichava
Cenografia: Maria Carmem de Souza
Coreografia cênica: Dilo Paulo
Iluminação e desenho de luz: Rodrigo Lélis
Preparação e coreografias de tango: Paulo Pivetta
Edição e câmeras: João Paulo Procópio e Gui Campos
Pesquisa de figurino e objetos de cena: Astaruth Lira, Jones Abreu Schneider e Sérgio Maggio
Figurino: O Grupo
Artesã bonecos: Edinartesgomes
Operador de luz e som: Jeff Landim e Michel Araújo
Operador de vídeo: Hugo Lira e Caio Marins
Coordenação de acessibilidade: Astaruth Lira
Audiodescrição: Fernando Rodrigues (Instituto da Pessoa com Deficiência)
Intérprete de libras: Flávia Novaes
Camareira: Celeste Silva
Assistentes de produção: Carol Petitinga
Assistente de direção: Noah Marques
Coordenação financeira: Katiana Santiago
Assistência administrativa: Thaline Hellen
Identidade visual: Fernando Lopes
Design: Jana Ferreira
Redes sociais: Loane Luniere e Ianca Gomes/ Gibi Comunica

Agradecimentos:

André Mendes (Sesc Gama); Bárbara Chebon; Bidô Galvão; Boulevard Center; Camilla Valadares; Carol Nemetala (Sesc Taguatinga); Casa dos 4; Casa Rosa; Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB/DF; Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Ceilândia Norte); Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Planaltina); Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Plano Piloto/ Obra Social Santa Isabel – OSSI; Centro Universitário IESB; Dênis Camargo; Douglas Érico;, Douglas Silva; Embaixada da Argentina no Brasil; Espaço da Casa Viva (Taguatinga); Flávia Portella; Fernanda Cabral; Grupo dos Mais Vividos GMV (Sesc Gama); Instituto Cidade Céu de Arte, Educação e Cultura; Instituto Janela das Artes; Júnior Ribeiro (Secec/DF); Leonardo Hernandez; Lenka Neiva; Lino Ferreira; Lorena Oliveira; Márcia Tauil; Mírian Tereza (CCBB/DF); Rede Sesc de Teatros do DF; Renice Querino da Fonseca; Secretaria de Educação do Distrito Federal; Sâmea Andrade; Secretaria Regional de Ensino de Sobradinho, Thayane Queiroz (Sesc Gama) e Uniceub.