Dirigido por Paolo Genovese, “O Primeiro Dia da Minha Vida”, protagonizado por Toni Servillo, traz a história de quatro pessoas que repensam suas vidas

Baseado num romance do próprio diretor Paolo Genovese (“Perfeito Desconhecidos”), O PRIMEIRO DIA DA MINHA VIDA é protagonizado por Toni Servillo, Valerio Mastandrea e Margherita Buy e traz a história de um homem misterioso que se apresenta a quatro pessoas que não veem mais saída em suas vidas. O desconhecido promete mostrar, em uma semana, como o mundo seria um lugar pior sem eles. O longa é distribuído pela Pandora Filmes e chega aos cinemas brasileiros em 14 de março.

“Inicialmente, não pensava em transformar meu livro em filme. Comecei a escrevê-lo por uma vontade urgente de contar uma história, sem ter que esperar orçamento, produção, atores… Escrever é difícil porque, ao contrário do cinema, é preciso expressar tudo apenas com palavras, mas é imediato, de graça e você pode fazer isso em qualquer lugar. Fiquei disposto a fazer um filme após ouvir que as pessoas que leram a história gostaram muito. Eles me agradeceram pela história que contei, uma história de esperança. Talvez neste momento precisemos de histórias que nos deem coragem, que nos estendam a mão”, disse o cineasta em entrevista.

Com roteiro assinado por Genovese, Isabella Aguilar, Paolo Costella e Rolando Ravello, o filme se passa em Roma e traz um toque de realismo mágico com um personagem misterioso, interpretado por Servillo, que encontra quatro pessoas que não se conhecem e que pensam em acabar com suas vidas.

Arianna (Margherita Buy) é uma policial que vive uma dor insuportável; Napoleone (Valerio Mastandrea) é um coach motivador que não consegue mais se motivar; Emília (Sara Serraiocco) é uma ginasta que acabou numa cadeira de rodas; e Daniele (Gabriele Cristini, de 12 anos) é um influenciador mirim que sofre bullying.

Essas pessoas irão enfrentar seus traumas, repensar suas dores e o desejo de acabar com tudo. Inicialmente, sem confiar um no outro, os quatro desconhecidos começam a criar laços de amizade e afeto que os fazem repensar suas situações e planos.

Todos os quatro são permeados por sentimentos absolutos, profundamente ligados à nossa sociedade. A depressão é filha do que vivemos, é o buraco negro mais profundo. Como explica Napoleone, ao contrário dos outros três, ele está doente sem saber o motivo. Já Emília vive a ansiedade da competição, de ter que ser a melhor.

“E hoje, mesmo nas crianças, a exposição é adicionada à tríade família-escola-amigos, outra coisa com que lidar. E depois há a dor ancestral, a da perda de um filho. Uma coisa que este filme tenta fazer é que os quatro protagonistas possam reagir, encontrar sempre um ponto de vista diferente, uma razão, algo para seguir em frente”, conta o cineasta.

Servillo, por sua vez, conta que um personagem como esse é uma novidade em sua carreira, que inclui filmes como “A Grande Beleza” e “O Labirinto”. “Procurei dar ao meu personagem características de simplicidade, imediatismo, cotidiano. Então eu diria que mais do que um barqueiro de almas, ele é uma pessoa que convida os quatro suicidas a redescobrirem uma parte de si mesmos que talvez mantenham escondida e não tenham coragem de trazer à tona. Ou ele é uma dessas pessoas as quais sentimos que precisamos em momentos de particular desconforto, se não de desespero. Daquelas pessoas para se ter perto, que simplesmente ajudam e te dão conforto”, conta.

Servillo também destaca a força que os personagens encontram uns nos outros e aponta isso como fundamental para o nosso tempo. “No filme, os protagonistas decidem organizar juntos um dia absolutamente normal, porque a personagem de Mastandrea funciona como um coach motivador, por isso procuram encontrar um mínimo de serenidade e recomeçar a partir daí”.

Buy explica que “há momentos chave que podem representar o verdadeiro nascimento de uma pessoa e isso é recorrente até no trabalho. Para mim, por exemplo, quando consegui entrar na Academia Nacional de Artes Dramáticas, foi o primeiro dia em que realmente senti que estava no lugar certo. Depois de uma grande espera que durou anos; quando entrei lá falei: ‘ah, estou nascendo’”.

Sinopse

Um homem misterioso se apresenta a quatro pessoas que chegaram ao fundo do poço para lhes oferecer um acordo: uma semana para fazê-los voltar a se apaixonar pela vida. Sua intenção é oferecer a possibilidade de descobrir como seria o mundo sem eles e ajudá-los a encontrar um novo sentido para suas vidas. Uma história sobre a força para recomeçar quando tudo ao seu redor parece estar desmoronando.

Ficha Técnica

Direção: Paolo Genovese
Roteiro: Paolo Genovese, Isabella Aguilar, Paolo Costella, Rolando Ravello
Produção: Raffaella Leone, Andrea Leone
Elenco: Toni Servillo, Valerio Mastandrea, Margherita Buy, Sara Serraiocco, Gabriele Cristini, Lidia Vitale, Antonio Gerardi, Vittoria Puccini, Thomas Trabacchi
Direção de Fotografia: Fabrizio Lucci
Desenho de Produção: Chiara Balducci
Trilha Sonora: Maurizio Filardo
Montagem: Consuelo Catucci
Gênero: Drama
País: Itália
Ano: 2023
Duração: 121 minutos

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes “The Square: A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.