O segundo episódio, inédito, da série “O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-americana”, dirigida por Daniel Augusto, viaja à Argentina e proporciona um encontro entre duas gerações de mulheres escritoras nascidas no país. Como protagonista desse capítulo inédito, Mariana Enriquez fala de sua experiência como autora e jornalista, e da influência de Silvina Ocampo em sua obra.

Em um depoimento que ora se configura como um bate-papo informal com o jornalista Cristian Alarcon, ora se apresenta como uma espécie de monólogo, Mariana Enriquez relembra sua trajetória até o momento em que ela esbarra na obra e na história de vida de Silvina Ocampo, falecida em 1993.

Enriquez elenca similaridades entre seus trabalhos: narradoras femininas, o interesse em questões mentais, distorções da realidade e o protagonismo de crianças que vivem uma infância não-idealizada — não são retratadas como símbolo de pureza ou inocência. “As mulheres de Silvina são muito extremas e algumas das minhas também”, analisa a escritora.

Além dessa relação entre passado e presente da literatura feminina argentina, Enriquez fala de outros temas que movem sua escrita em direção ao terror e à violência. Em certo momento, ela visita a Escuela de Mecánica de La Armada, que abrigou um campo de concentração de prisioneiros durante a ditadura militar argentina. Naquele local, onde ocorreram graves violações dos direitos humanos e diversas mortes, ela relembra o medo que sentiu ao descobrir o significado da palavra “tortura”, ainda criança.

“O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-Americana” é uma produção da Pacto Filmes viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia é na Quinta do Pensamento, 13 de janeiro, às 21h30.

O rock de Brasília dos anos 1980, suas histórias e bandas lendárias dão o tom de documentário

As histórias da cena do rock de Brasília dos anos 1980 — e de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude — é contada com depoimentos dos próprios músicos no documentário “Rock Brasília — Era de Ouro”.

Dirigido por Vladimir Carvalho e produzido pela Ligocki, o longa reúne alguns dos protagonistas desse período, como o cantor e compositor Renato Russo — em imagens raras —, o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, membros da Legião Urbana; Dinho Ouro Preto, e os irmãos Fê e Flavio Lemos, da formação original do Capital Inicial; Phelippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rude; além dos artistas que se aproximaram dessa turma, como Caetano Veloso e os músicos Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, integrantes do Paralamas do Sucesso. A exibição é na Segunda da Música, 10 de janeiro, às 22h.

Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 10/01

22h – “Rock Brasília — A Era de Ouro” (Documentário)

A história dos jovens brasilienses que, liderados por Renato Russo, veem o seu sonho tornado realidade — a consagração e o sucesso de suas várias bandas de rock. Nesta terceira parte de uma trilogia sobre a formação histórica, política e cultural de Brasília — as outras são “Conterrâneos Velhos de Guerra” (1991) e “Barra 68” (2000) —, o cineasta Vladimir Carvalho investiga as origens das grandes bandas de rock que tomaram de assalto o cenário musical brasileiro a partir de 1980, como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e muitas outras. Uma história pontuada por momentos conturbados, como o quebra-quebra no show do Legião Urbana no Estádio Mané Garrincha, em junho de 1988, e performances emocionantes, como a do Capital Inicial na Esplanada dos Ministérios, em 2008, com Dinho Ouro Preto cantando a música do colega Renato Russo “Que País É Esse?”. Diretor: Vladimir Carvalho. Duração: 112 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 11 de janeiro, terça-feira, às 02h e às 16h; 12 de janeiro, quarta-feira, às 10h; 15 de janeiro, sábado, às 22h.

Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 11/01

22h20 – “Vilanova Artigas — O Arquiteto e a Luz” (Documentário)

O documentário remonta a trajetória do icônico arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas, que fez grandes projetos como o Estádio do Morumbi e a sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Por meio das lembranças de familiares, amigos e ex-alunos (alguns famosos, como Paulo Mendes da Rocha), de imagens de arquivo e de visitas a seis de suas principais obras, a história de vida de Artigas é mostrada, bem como suas ideias arquitetônicas modernistas e criativas. Direção: Pedro Gorski, Laura Artigas Duração: 93 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 12 de janeiro, quarta-feira, às 02h20 e às 16h20; 13 de janeiro, quinta-feira, às 10h20; 16 de janeiro, sábado, às 20h20.

Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 12/01

22h – “Casa de Areia” (Ficção)

Após a morte do marido em um acidente, uma mulher grávida (Fernanda Torres) e sua mãe (Fernanda Montenegro) lutam para sobreviver no rigoroso deserto do Nordeste brasileiro com a ajuda de um morador local. Diretor: Andrucha Waddington Duração: 115 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 13 de janeiro, quinta-feira, às 02h e 16h; 14 de janeiro, sexta-feira, às 10h; 15 de janeiro, sábado, às 15h.

Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 13/01

21h30 – “O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-Americana” (Série) – Ep. “Mariana Enriquez”

Aos 9 anos, ela aprendeu sobre o terror lendo notas de revistas: torturas, desaparecimentos e sequestros de crianças praticados pela ditadura argentina. Na juventude, vive o horror de uma vida sem perspectivas num subúrbio de um país quebrado economicamente. Escritora e jornalista, Mariana Enriquez se notabiliza por divertir-se com a morte, a crueldade e a violência. Sua literatura é um caso de amor com o terror. Escreve sem receios. Seu compromisso, diz, é com a linguagem, e não com o real. Traz em sua bagagem cultural o fantasma de Silvina Ocampo, sobre quem escreveu um ensaio biográfico. Diretor: Daniel Augusto. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 14 de janeiro, sexta-feira, às 01h30 e às 15h30; 15 de janeiro, domingo, às 20h15; 16 de janeiro, domingo, às 11h.

Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 14/01

20h – “1968 – O Despertar” (Série) – Episódio: “A Onda”

As lutas pelos direitos civis dos negros e os primeiros movimentos estudantis contra a Guerra do Vietnã nos anos 1960 deram impulso às revoltas globais que se espalhariam pelo planeta em 1968. No Brasil, o regime militar instaurado em 1964 é contestado pela juventude em protestos na rua ou em organizações clandestinas. A Revolução Cubana é uma inspiração para os movimentos que se espalham pela América Latina e pela África, onde Che Guerava tenta exportar a revolução. Manifestações em toda a Europa são reprimidas duramente. Diretor: Don Kent. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 15 de janeiro, sábado, às 0h e às 12h30; 16 de janeiro, segunda-feira, às 18h; 17 de janeiro, terça-feira, às 14h.

Sábado – 15/01

18h – “Os Ímpares” (Série) – Ep.: “Pedro Santos – Baiana System e Domenico Lancellotti”

Neste episódio, a banda Baiana System faz uma releitura da música “Desengano da Visita”, do álbum “Krishnanda”, de Pedro Santos. Domenico Lancellotti também é convidado e faz sua versão para “Ritual Negro”. Sebastião Tapajós, que tocou no disco, relembra o amigo Pedro Santos e o processo de composição e gravação. Diretor: Henrique Alqualo e Isis Mello Duração: 27 min. Classificação: Livre.

Domingo – 16/01

19h – “Meu Corpo, Minha Vida” (Documentário)

“Meu Corpo, Minha Vida” é um debate sobre a questão do aborto no Brasil. Vozes de ambos os lados expressam sua opinião: os que acham que o aborto deve ser descriminalizado e os que defendem a lei como está. O filme personaliza esse debate através do caso de Jandira Magdalena dos Santos, morta ao fazer um aborto clandestino, que recebeu cobertura nacional e internacional. Diretora: Helena Solberg. Duração: 75 min. Classificação: 14 anos.

Sobre o Grupo Curta!

O Grupo Curta! tem como missão a difusão de conteúdos audiovisuais relevantes nas áreas de artes e humanidades, sejam brasileiros ou estrangeiros, através da TV linear (canal CURTA!), de plataformas de streaming de operadoras de telecom e da internet. A curadoria de conteúdos é, portanto, o motor central do grupo e foi uma das que mais aprovaram projetos originais para financiamento da produção pelo Fundo Setorial do Audiovisual: já foram mais de 125 longas documentais e 872 episódios de 77 séries que chegam ao público em primeira mão através de suas janelas de exibição:

O canal Curta!, linear, está presente nas residências de mais de 10 milhões de assinantes de TV paga e pode ser visto nos canais 556 da NET / Claro TV, 75 da Oi TV e 664 da Vivo Fibra, além de em operadoras associadas à NeoTV;

O Curta!On, o novo clube de documentários do Curta!, no NOW da Claro/NET, conta com mais de 450 filmes e episódios de séries documentais, organizadas por temas de interesse como Música, Artes, MetaCinema, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mitologia e Religião, Sociedade e Pensamento. Há também pastas especiais com novidades – que estreiam a cada mês –, conteúdos originais exclusivos, biografias, além de uma degustação para quem ainda não é assinante do serviço.

A Tamanduá TV, plataforma marketplace aberta para qualquer internauta, já reúne mais de quatro mil conteúdos. O usuário pode alugar filmes e séries específicos ou assinar de forma econômica um dos pacotes que contêm conteúdos segmentados por área de interesse: CineBR, CineDocs, CineEuro, CurtaEducação (para professores e estudantes do Ensino Médio e Enem), MetaCinema (para aficcionados e estudantes de Cinema), entre outros. Os pacotes CineBR, CineDocs e CineEuro são disponibilizados desde 2018 como serviço de valor agregado (SVA) para perto de oito milhões de assinantes de banda larga fixa (ISP) da operadora CLARO, sem custo adicional.

As atividades do Grupo Curta! também promovem a geração de royalties para produtores audiovisuais independentes, com a exploração de seus direitos audiovisuais nas diferentes janelas de streaming. O pacotes Cines da Tamandua TV e do Curta!ON estão repassando anualmente mais de R$ 1,5 milhão de reais em royalties para os produtores dos conteúdos que difunde.

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