Filme LGBTQIA+ ‘Nós Somos o Amanhã’ é selecionado para o Festival de Brasília 2023. Longa combina elementos fantásticos e da cultura LGBT para fazer uma viagem aos anos 1980

Dirigido por Lufe Steffen, diretor do aclamado ‘São Paulo em Hi-Fi’, Nós Somos o Amanhã foi selecionado para a Mostra Competitiva do prestigiado Festival de Brasília que acontece entre 09 e 16 de dezembro. O longa combina elementos fantásticos e da cultura LGBT para fazer uma viagem ao passado, aos anos 1980.

Com muito colorido e bom humor, a trama resgata o espírito juvenil dos anos 1980, trazendo músicas e elementos que marcaram a época, incluindo regravações inéditas de hits de Xuxa, Trem da Alegria e Balão Mágico. A distribuição é da Descoloniza Filmes e o longa chega aos cinemas do país no primeiro semestre de 2024.

Como no famoso seriado Chaves, o filme é uma fantasia desvairada que brinca com o elenco, e traz adultos interpretando crianças de 12 anos. Uma raridade no cinema nacional, este é um musical para adultos, uma fantasia psicodélica onírica, que busca na fantasia sua maneira de narrar. E para a trilha sonora, o próprio elenco regravou os sucessos dos anos 80.

O elenco é composto por nomes que vieram do teatro musical nacional, e conta com Claudia Ohana, como uma professora que defende seus alunos LGBTs e Silvero Pereira, que faz uma fada drag queen, a atriz trans Alicia Anjos, e o ator trans Bernardo Assis (da novela Salve-se quem puder).

A trama é inspirada em memórias do próprio cineasta. Os personagens são um grupo de alunos que sofre discriminações na escola. Separados por suas diferenças, tentam sobreviver ao bullying, perseguidos por questões étnicas, de gênero, sexualidade, forma física, comportamento. Até que um dia, a professora musical e futurista Clara Celeste aterrissa para mostrar que tudo pode ser diferente.

Ao experimentar o empoderamento, os alunos se unem e finalmente conseguem viver suas identidades com liberdade. Mas a escola, a normatividade e o monstro do conservadorismo estão de olho.

“Fiz NÓS SOMOS O AMANHÃ pensando que ele é o filme que eu gostaria de ter visto na minha infância nos anos 80. Por isso, ele é uma versão brasileira e LGBT+ de filmes como Os Goonies, História sem Fim, Os Garotos Perdidos, Labirinto, De Volta para o Futuro, e claro, tem também um pedaço reservado para Super Xuxa Contra o Baixo Astral!”, explica o diretor.

Ao olhar para o passado, numa fantasia repleta de magia, abordando questões e personagens LBGT+, Lufe, que também assina o roteiro, pensa, também, sobre o presente, sobre os dilemas e desafios da comunidade, num filme marcado pelo colorido e a alegria.

“Acredito que NÓS SOMOS O AMANHÃ é um filme que, ao imaginar a infância da comunidade LGBT+ nos anos 80, está fazendo um retrato do mundo de hoje. Quais eram as lutas por respeito, visibilidade, direitos e liberdade nos anos 80? São as mesmas de hoje. Acho que é um filme que fala muito sobre o hoje”, conclui.

Steffen é pesquisador da temática LGBT+ no cinema, e dirigiu dez curtas e dois longas documentais, entre eles ‘São Paulo em Hi-Fi’. NÓS SOMOS O AMANHÃ é seu primeiro longa ficcional, que tem produção de Diego Sousa e Yas Chiden; produção executiva de Ibirá Machado; direção de produção e produção executiva de Edu Lima. O filme conta, em sua equipe, com fotografia de Julia Zakia; direção de arte de Denise Fujimoto e Luiz Henrique Lula; e figurino, cabelo e maquiagem assinados por Taisa Lira. A direção musical e trilha sonora original ficam a cargo de Andrés Giraldo.

NÓS SOMOS O AMANHÃ será lançado no Brasil pela Descoloniza Filmes.

Sinopse

Anos 80. Um grupo de alunos encara discriminações na escola, perseguidos por questões étnicas, de gênero, sexualidade, forma física, comportamento. Até que um dia a professora musical e futurista Clara Celeste aterrisa para mostrar que tudo pode ser diferente. Conseguirão nossos heróis vencerem a batalha contra a intolerância?

Ficha Técnica:

Roteiro & Direção Lufe Steffen
Direção de Produção / Produção Executiva Edu Lima
Produção Executiva Ibirá Machado
Produção Diego Sousa / Yas Chiden
Direção de Fotografia Julia Zakia, DAFB
Direção de Arte Denise Fujimoto / Luiz Henrique Lula
Figurino / Cabelo / Maquiagem Taisa Lira
Direção Musical / Trilha Sonora Original Andrés Giraldo
Direção Vocal Cimara Fróis
Montagem Renato Sircilli
Color Grading / Finalização Marina Franzolim
Motion Design Bruno Temóteo / Matheus Nogueira
Som Direto Caio Bologna / Guilherme Chiappetta
Edição & Mixagem de Som / Artista de Foley Cauê Bravim
Fotos Yara Andrade

Elenco Claudia Ohana, Rico Dalasam, Silvero Pereira, Lufe Steffen, Érica Ribeiro, Alìcia Anjos, Everton Salzano, Luci Oliveira, Luciano Andrey, Ewerton Novaes, Marcella Piccin, Allana Silva, Bruno Germano, Myke Douglas, Bernardo de Assis

Sobre Lufe Steffen

Cineasta, roteirista, jornalista, escritor, ator & cantor, formado em Comunicação – Rádio & Televisão na Universidade Metodista, além de formação técnica como ator na Fundação das Artes de São Caetano do Sul.

Como roteirista e cineasta, escreveu e dirigiu 10 curtas-metragens ficcionais entre os anos de 1997 e 2017 – todos ligados à temática LGBTQIA+, assim como seus 2 longas documentais, os premiados “São Paulo em Hi-Fi” ( 2016 ) e “A Volta da Pauliceia Desvairada” ( 2012 ). Roteirizou e dirigiu “Cinema Diversidade”, série documental para TV em 10 episódios, sobre o cinema brasileiro LGBTQIA+ do século XXI e inspirada em seu próprio livro “O Cinema que Ousa Dizer Seu Nome” ( Editora Giostri, 2016 ). Publicou ainda o livro jornalístico “Tragam os Cavalos Dançantes” ( 2008 ), obra-reportagem sobre a casa noturna paulistana underground A Lôca.

Em 2017 implantou a websérie “Memórias da Diversidade Sexual”, produzida junto ao Museu da Diversidade Sexual, onde escreveu, produziu e dirigiu todos os episódios. Em 2018 criou e realizou, junto à Codorna Filmes, o 1º Workshop de Roteiro Audiovisual Exclusivo para Pessoas Trans, que aconteceu no Museu Lasar Segall, em São Paulo. Desde 2017 ministra oficinas sobre o cinema LGBTQIA+ do Brasil e do mundo, de forma online e presencial, além de realizar cursos sobre teledramaturgia, radionovelas, música pop e cinema musical.

Mantém o canal Naftalufe, no YouTube, onde apresenta programas semanais sobre a cultura pop vintage do século XX. Acaba de finalizar seu 1º longa de ficção, o musical queer ambientado nos anos 80 “Nós Somos o Amanhã”, que está em fase de lançamento em festivais. Seus próximos 2 longas-metragens são “Cinema Intruso”, documentário em fase de finalização; e “Uma Breve História da Imprensa LGBTQIA+ no Brasil”, documentário que venceu em 1º lugar o Edital ProAC de Cultura LGBTQIA+ em 2022, e que está em fase de montagem, com lançamento previsto para 2024.

Sobre a Descoloniza Filmes

Fundada em 2017 por Ibirá Machado, a Descoloniza Filmes nasceu com o propósito de equiparar a distribuição de filmes dirigidos por mulheres e que tragam novas propostas narrativas e temáticas, contribuindo com a construção de uma nova forma de pensar. Em 2018, a Descoloniza lançou o filme argentino “Minha Amiga do Parque”, de Ana Katz, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Sundance, “Híbridos – Os Espíritos do Brasil”, de Priscilla Telmon e Vincent Moon, o chileno “Rei”, de Niles Attalah, vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Roterdã, e “Como Fotografei os Yanomami”, de Otavio Cury. Em 2019 codistribuiu junto à Vitrine Filmes a obra “Los Silencios”, de Beatriz Seigner, e levou aos cinemas “Carta Para Além dos Muros”, de André Canto.

Durante a pandemia, lançou diretamente no streaming os filmes “Saudade Mundão”, de Julia Hannud e Catharina Scarpellini, e “Castelo de Terra”, de Oriane Descout, retomando os lançamentos em salas no segundo semestre de 2021, com “Cavalo”, de Rafhael Barbosa e Werner Sales, “Parque Oeste”, de Fabiana Assis, e “Aleluia, o canto infinito do Tincoã”, de Tenille Barbosa. Em 2022 realizou os lançamentos de “Sem Rosto”, de Sonia Guggisberg, e “Gyuri”, de Mariana Lacerda, “Aquilo que eu Nunca Perdi”, de Marina Thomé, e “Êxtase”, de Moara Passoni. Para 2023 prepara os lançamentos de “Muribeca”, de Alcione Ferreira e Camilo Soares, “Para’í”, de Vinicius Toro, “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán, “Seus Ossos e Seus Olhos”, de Caetano Gotardo, dentre outros.