O Memorial dos Povos Indígenas inaugura duas exposições temporárias que celebram a arte e a cultura dos povos originários, disponíveis até 23 de março
O Memorial dos Povos Indígenas Indígenas (Zona Cívico-Administrativa, em frente ao Memorial JK) inaugura duas exposições temporárias que celebram a diversidade cultural e a riqueza artística dos povos originários do Brasil. As mostras fazem parte do edital de incentivo promovido pela gestão do projeto educativo da ONG Amigos da Vida, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, e ficarão abertas ao público até o dia 23 de março de 2025.
A exposição Imenu: Arte Visual Kaxuyana e Tiriyó, idealizada pela artista indígena Bárbara Rehkayie Kaxuyana, traz 30 pinturas que retratam grafismos e desenhos tradicionais dos povos Kaxuyana e Tiriyó, habitantes das terras indígenas no Parque do Tumucumaque, no norte do Estado do Pará, próximo à fronteira com Suriname, da bacia do rio Trombetas. As obras foram criadas em uma oficina realizada na aldeia Santo Antônio, onde jovens e anciãos compartilharam histórias, saberes e técnicas ancestrais, conectando-as a materiais contemporâneos.
“Será minha primeira exposição. As expectativas estão cheias de inspiração. É uma oportunidade importante para compartilhar nossa cultura e conhecimentos ancestrais”, comenta Bárbara, que também atua como documentarista e ativista. As obras, feitas em tecidos de algodão cru com tintas de tecido, representam uma conexão entre o passado e o presente, destacando a centralidade da cultura Kaxuyana e Tiriyó na identidade e na resistência dos povos originários.
A exposição Sarã, ãbakoháy ~ug hãhãw: Raízes, Memórias e Território, assinada por Uakyrê Pankararu Braz, reúne 20 obras que refletem a espiritualidade, as memórias e a relação com o território dos povos Pankararu e Pataxó localizados na Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, Vale do Jequitinhonha – Minas Gerais. O título, em língua patxohã, remete a raízes, memórias e território – elementos centrais na luta e na identidade de seus povos.
“Abrir este espaço no Memorial dos Povos Indígenas foi muito importante. Nossa arte é uma forma única de comunicação, e essa oportunidade contribui para a valorização do nosso modo de pensar”, afirma Uakyrê. As ilustrações, criadas com lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tinta guache carregam referências das mulheres indígenas, guardiãs da sabedoria ancestral, e convidam o público a explorar uma visão autêntica e profunda da conexão com o sagrado e o mundo natural.
As exposições reforçam a importância do Memorial como um espaço de diálogo e protagonismo indígena. Para ambas as artistas, ter suas obras expostas simboliza um marco na valorização das expressões artísticas indígenas e na construção de narrativas feitas por suas próprias vozes.
O Memorial
O acervo do Memorial dos Povos Indígenas possui um inventário formado por peças de plumárias, cerâmicas e com os insumos próprios de diversas etnias. No espaço, há uma reserva técnica com as peças doadas do acervo particular dos antropólogos Darcy Ribeiro, Berta Ribeiro e Eduardo Galvão. No espaço também há peças apreendidas pela polícia federal na Operação Pindorama.
Serviço
Memorial dos Povos Indígenas
(Zona Cívico-Administrativa, em frente ao Memorial JK)
Funcionamento: De terça-feira a domingo, de 09h às 17h
Informações: @memorialdospovosindigenas
Acesso: gratuito