Loreta divulga single em resposta debochada e combativa à objetificação no ambiente de trabalho

Com produção de Maria Beraldo, “Não me chama pra trampar” antecipa o primeiro disco solo da artista Loreta, “Antes que eu caia”, previsto para ser lançado em agosto deste ano.

Loreta acaba de divulgar “Não me chama pra trampar”. O single aborda, de forma ousada e combativa, a frequente objetificação e desvalorização no ambiente de trabalho. Nele, a cantora retrata a situação em que uma proposta é feita apenas por interesse sexual, ignorando as inúmeras qualidades profissionais da pessoa.

Verso após verso, Loreta entrega uma resposta direta, validando a raiva e a exaustão enfrentadas por aqueles que já foram vítimas de assédio, abuso e desrespeito em seus empregos, especialmente mulheres.

“Essa é uma tentativa de acolhimento a quem já foi vítima de objetificação, esvaziamento profissional, assédio ou abuso sexual no ambiente de trabalho. Mais especificamente, tenta acolher validando a raiva e exaustão em ter que passar por esse tipo de situação. Na música eu me coloco de uma forma bastante ativa, pronta pro combate, sem medo de dizer boas verdades e me assegurar do meu valor, mas é claro que esse não é um estado de espírito possível de se estar sempre… É comum nos sentirmos culpadas, nos sentirmos envergonhadas e guardarmos o que aconteceu conosco. Então, vi esse som justamente como uma oportunidade para falar tudo o que gostaria e com a potência que me contemplava, sem a companhia do medo e da vergonha. Espero que sirva de desabafo e catarse para outras pessoas também, principalmente mulheres”, ressalta Loreta. “Para você que nos objetifica, desrespeita e subestima nossa inteligência a mensagem é: estamos de olho e não estamos sós”, completa.

A sonoridade do registro foi cuidadosamente desenvolvida em colaboração com Maria Beraldo. “A ideia principal foi trazer para o arranjo de cordas uma atmosfera que dialogasse com a letra da música e com a interpretação vocal intensificando a fricção entre raiva e deboche da composição. Desse modo faz presente a linguagem do samba, rítmica e melodicamente, em diálogo com frases melódicas com muitas notas e rapidez que se repetem e se entrelaçam. A forma de captar também foi crucial para o resultado final, todos os microfones posicionados bem perto dos instrumentos dando bastante a sensação de “close”, captando também a aspereza dos timbres, sem receio de soar sujo ou agressivo, assim como acontece com a interpretação, que manda uma mensagem bastante nítida e inteligível ao mesmo tempo sem se preocupar em soar polida e amável”, explica a produtora.

Ácida, bem humorada e combativa, “Não me chama pra trampar” ganhará visualizer que busca reforçar a sensação de “saco-cheio” de forma divertida e debochada. Embora o assunto seja sério, o uso do humor é uma ferramenta eficiente para iniciar um diálogo sobre questões urgentes.

Perto de lançar o seu primeiro disco solo, “Antes que eu caia”, Loreta mostra ao público que compõe para dar sentido e concretizar entendimentos internos, usando a faixa como uma forma de digerir angústias e compreender situações complexas. Suas canções surgem em momentos de urgência, quando ela sente a necessidade de expressar suas emoções e pensamentos de forma criativa e transformadora, propondo, ainda, uma fusão de estilos e climas que abrangem diferentes gêneros. Entre as suas principais influências, ícones como Silvia Perez Cruz, Jadsa, Tim Bernardes, Dominguinhos, Alcione, Silvana Estrada e a já citada Maria Beraldo.

“Não me chama pra trampar” é, do começo ao final, uma declaração de resistência e empoderamento.