A cantora, compositora e produtora musical Jaloo explora o seu lado feminino ao longo de dez faixas, com temas ousados e urgentes

Projeto pensado desde o inĂ­cio como uma trilogia, Jaloo se prepara para lançar seu terceiro ĂĄlbum solo: “Mau”, que chega Ă s plataformas no dia 25 de outubro. ApĂłs os discos “#1”, de 2015, trabalho que aborda o nascimento e a infĂąncia da artista e a retrata como pessoa andrĂłgina; e “ft. (pt. 1)”, que representa o amadurecimento e exalta a masculinidade de Jaloo; o novo ĂĄlbum Ă© uma grande celebração ao feminino e coloca no centro temas como o prazer, a liberdade e o risco. O trabalho serĂĄ lançado pelo selo Elemess.

Mau Ă© um disco extremamente Ă­ntimo. Foi feito no computador e gravado no meu quarto. As palavras emitidas nele foram escritas por essa mesma pessoa que se interessa pelo novo e mĂșsicas feitas com esmero. Acredito ser eletrĂŽnico intenso, brasileiro e urgente!, conta a artista.

Depois de gravar parcerias com nomes como o da conterrĂąnea Gaby Amarantos, MC Tha, Felipe Cordeiro, Badsista, entre outros, Jaloo volta Ă  cena com um trabalho 100% autoral, apĂłs um hiato de quatro anos. Com referĂȘncias que vĂŁo desde o phonk, um ritmo importado da RĂșssia, atĂ© hyperpop, ska e calypso, o ĂĄlbum traz cançÔes que revelam a sua verdade e tocam em assuntos profundos, mas com o bom humor caracterĂ­stico da cantora, que canta, arranja, produz e compĂ”e todas as faixas. É sobre fazer mĂșsica eletrĂŽnica do meu jeito e com as minhas ferramentas e habilidades conquistadas nos Ășltimos anos, revela.

Extremamente dançante, o disco possui dez mĂșsicas, sendo oito inĂ©ditas e duas recĂ©m-lançadas como singles: “Mau”, que dĂĄ nome ao projeto e abre o disco, e “Quero te ver gozar”.

Das inĂ©ditas, o ĂĄlbum traz “Pode”, uma balada com sonoridade latina brasileira, cheia de amor e sexo; “Pra que amor”, forrĂł eletrĂŽnico que, segundo Jaloo Ă©: Safada e triste; “Tudo passa”, que fala de um tĂ©rmino de relacionamento de forma simples, direta e divertida; “Ah!”, mĂșsica que aborda o desejo sexual; “Phonk-me”, que apresenta letra com trĂȘs lĂ­nguas – portuguĂȘs, francĂȘs e inglĂȘs – e pretende descrever o momento de um orgasmo.

O disco segue com a faixa “Profano”, que tem referĂȘncias nos anos 1980 e traz um tom de balada de amor, embora a mensagem passada seja de certa tristeza. “Ocitocina”, que segundo a cantora Ă©: Sobre amar ter ficado longe dos holofotes. É nostalgia e melancolia pura; e “A verdade Ă© que a cidade vai me matar”, mĂșsica que fecha o ĂĄlbum e fala sobre como a cidade grande pode engolir o ser humano.

VÁRIAS VERSÕES DE JALOO

Jaloo se vĂȘ como um ser mutante. Surgiu andrĂłgina, adotou cabelos mais longos, assumiu a cabeça raspada e nĂŁo para por aĂ­. As mudanças poderiam ser apenas estĂ©ticas, mas nenhum movimento Ă© solitĂĄrio. Tudo faz parte de um ciclo, de um momento e tambĂ©m do meu processo criativo. Vivo em constante movimento, comenta a artista.

Com o ĂĄlbum de estreia #1, que tem direção artĂ­stica de Carlos Eduardo Miranda, Jaloo chamou atenção nĂŁo apenas pelas batidas, letras e melodias, mas tambĂ©m por ser uma artista com habilidade para se envolver – com sucesso – em cada fase do processo criativo do ĂĄlbum. Leia: Jaloo compĂ”e, canta, interpreta, remixa, arranja e produz.

Ao levar o trabalho para os palcos, Jaloo conseguiu estabelecer um forte laço com o pĂșblico. Passou com o seu show pelos principais palcos e festivais do paĂ­s, entre eles: Lollapalooza, Bananada, Milkshake, Contrapedal, Coquetel Molotov e Virada Cultural.

Dirigidos e roteirizados pela própria artista, os clipes das faixas “Insight”, “Ah! Dor!”, “Chuva” e “Last Dance” despertaram interesse no campo audiovisual. Não à toa, Jaloo foi convidada para dirigir o videoclipe de outros grupos. A faixa “Apologia às Virgens Mães”, da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, foi uma das que ganhou um vídeo com direção assinada pela paraense.

O contato de Jaloo com o audiovisual nĂŁo parou por aĂ­. Em 2018, fez a sua estreia atuando no filme “ParaĂ­so Perdido”, de Monique Gardenberg. JĂĄ em 2020 estreou na direção musical no segundo ĂĄlbum de Gaby Amarantos. No disco, alĂ©m da direção, Jaloo produz, compĂ”e e ainda canta em uma das faixas: “tchau”.

Em 2021 foi a vez de assumir uma nova persona, “Amado”, e montar com ele uma banda: Os Amantes. Jaloo se une ao duo strobo em um disco com 10 faixas, com destaque para os sucessos das faixas “Linda” e “Cotijuba”.

Jaloo vive uma evolução contĂ­nua, que, no momento, aponta para o prĂłximo passo da trajetĂłria. Ao se descrever nesta nova etapa, a artista conta que o que mudou nela foi o medo: Ele ainda existe, atĂ© porque Ă© necessĂĄrio. Mas nos Ășltimos tempos muita coisa deixou de fazer sentido e com isso um novo portal de argumentos e possibilidades se abriu, tipo falar bobagem e tocar em assuntos delicados, tudo ao mesmo tempo, conta a artista. O lançamento de seu novo ĂĄlbum, “Mau”, que traz conceito pautando inteiramente em Jaloo, revela parte de seu interior, com suas dores e amores.