Com recorde de inscrições, evento tem programação variada com 17 peças de todas as regiões brasileiras, sendo uma produção internacional, além de prestar homenagem a Alexandre Ribondi

Ele está de volta! O Festival Dulcina, que acontece entre os dias 10 e 19 de novembro, chega à sua terceira edição em Brasília, trazendo uma rica programação para profissionais, estudantes e amantes do teatro, e que tem como grande homenageada Dulcina de Moraes, força motriz dos palcos e da profissionalização dessa arte no Distrito Federal e no país. Acontecendo no Plano Piloto e em diferentes Regiões Administrativas, o festival soma quase duas dezenas de peças e performances, uma delas de Lima (Peru), além de uma peça e uma exposição dedica ao jornalista, escritor e teatrólogo Alexandre Ribondi. No total serão 10 dias que ninguém vai querer ficar de fora.

Entre as diversas novidades sobre o Festival Dulcina 2023 é que ele está dando seu primeiro passo rumo à sua internacionalização abrindo espaço para outros países da América Latina ao receber a participação de Astrágalo (produção encenada dias 10 e 11, às 20h no Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 sul), um depoimento cênico da companhia Ópalo Teatro, em coprodução com CAPAZ, que denuncia as práticas da traumatologia e ortopedia infantil no Peru na década dos anos 70 e 80. “Um espetáculo necessário que traz a temática da acessibilidade e da diversidade de corpos como tema, questões que precisam ser conhecidas, pensadas e discutidas”, analisa o coordenador geral do evento Cleber Lopes.

Outra novidade é que pela primeira vez, o Festival recebe a participação de peças das cinco regiões do Brasil, com espetáculos oriundos do Amazonas, Paraná, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. “Não centralizar e tampouco delimitar as inscrições de produções foram medidas tomadas com o objetivo de contemplar todos esses espaços, gerando assim um entendimento que o Festival Dulcina é de fato um espaço diverso”, destaca Lopes sobre esta edição que teve nada menos do que exatas 361 inscrições, diante de 204 no ano passado, ou seja, um aumento de 80%. “E isso comprova que a quantidade de produções realizadas em todo o país, bem como a vontade de participar do evento, é enorme, o que nos traz uma percepção muito positiva do trabalho que nos propusemos a fazer”, avalia o coordenador.

Mesmo com um dia a menos em relação aos anos anteriores, o Festival está trazendo mais produções neste ano. A programação é intensa, ao todo são 17 espetáculos (143 selecionados por edital, 3 a convite da Produtora C1, responsável pelo evento e 1 participação especial internacional). Isso quer dizer que em alguns dias estarão sendo encenadas peças e realizadas ações de formação em até três locais diferentes: Gama, Plano Piloto, Ceilândia, Samambaia e Taguatinga são as Regiões Administrativas (RAs) por onde o evento vai passar. “A curadoria primou pela diversificação, apostando em diferentes tipos de espetáculos, performativos, cômicos, dramáticos, então é realmente para um público diverso, tendo em vista o processo de acolhimento, formação e aperfeiçoamento feito por Dulcina de Moraes ao longo de toda sua trajetória”, explica Cleber Lopes.

Entre as atrações que estarão em cena, o grupo mais conhecido que vai participar desta edição é Os Melhores do Mundo com uma peça inédita (depois de mais de uma década sem estrear espetáculos). O espetáculo Telaplana (que já está fazendo algumas apresentações no Clube do Choro às terças-feiras) será apresentado no SESC Ceilândia, no dia 15 de novembro, às 19h. A comédia explora situações absurdas que a tecnologia trouxe para as nossas vidas, cada vez mais “virtual e interativa”. O ingresso é gratuito.

E além de peças encenadas, o Festival Dulcina conta ainda com cinco ações formativas, onde duas delas serão workshops, um sobre Teatro Negro e outro com a companhia pernambucana Magiluth; além de três mediações com debates com estudantes, antes e após os espetáculos: Enluarada: Uma Epopeia Sertaneja, Übercapitalismo, e Media Negra (na apresentação realizada no Espaço Semente no Gama).

Extra, extra e um viva a Ribondi!

A exposição em homenagem ao jornalista e teatrólogo Alexandre Ribondi chega como um dos destaques do Festival Dulcina, além de A Vida Ordinária de Cristina, peça escrita por ele e que, inclusive, abrirá a programação teatral às 19h da sexta-feira 10 de novembro, na Sala Marco Antônio Guimarães do Espaço Cultural Renato Russo. Com direção de Alessandro Brandão, a montagem gira em torno do diálogo entre duas mulheres (uma cis e uma trans) que se encontram nos bastidores de um programa de televisão sensacionalista, enquanto esperam para as gravações. Ao longo da conversa, as duas trocam experiências e perspectivas a respeito da vida e do mundo, desenrolando uma trama de amor e desconstrução de preconceitos.

Há 50 anos fazendo arte, Alexandre Ribondi está entre aqueles que, assim como Dulcina de Moraes, se tornaram sinônimos do teatro brasiliense. Trabalhando com grandes nomes nacionais e internacionais, o escritor tem sua carreira marcada pela crítica social em defesa da diversidade. Laís Aderne, Dimer Monteiro, Ricardo Torres, Hugo Rodas, Plínio Mósca, Irmãos Guimarães, Marcelo Saback foram alguns dos parceiros de trabalhos deste homem que lançou Cássia Eller e tantos outros talentos para o mundo. Com fotografias artísticas e de seu acervo pessoal à exposição promete emocionar quem o conheceu e encantar as novas gerações que precisam saber quem é Alexandre Ribondi e o que ele representa para o teatro de Brasília.

Dulcina e o Festival

Dulcina de Moraes viveu toda a sua vida dedicada ao teatro. Nasceu em meio a uma turnê, em 1908, e foi batizada com o nome da avó, que também era atriz. Dulcina sempre enfatizou ter nascido no teatro. Estreou nos palcos ainda bebê, roubando a cena em um berço para não fugir aos olhos da mãe, mas foi na adolescente que se lançou profissionalmente. A partir daí foram inúmeras montagens, durante quase toda a vida (só na companhia Dulcina-Odilon foi uma centena ou mais que isso, segundo seu biógrafo e amigo Sérgio Viotti).

Dulcina só diminuiu seu ritmo nos palcos para a realização daquilo que seria o seu maior legado: se mudou para Brasília em maio de 1972 para construir o prédio que abrigaria a nova sede da Fundação Brasileira de Teatro, fundada no Rio de Janeiro em 1954 e que até hoje batalha pela permanência de suas atividades. A instituição formou milhares de profissionais nas últimas décadas, entre artistas e arte educadores.

É em memória e reconhecimento à história de Dulcina de Moraes, que o Festival Dulcina celebra essa trajetória revolucionária e seu impacto na história do teatro brasileiro, no mercado da economia criativa e no processo de profissionalização de seus agentes. “Estamos falando sobre resistência, sobre uma verdadeira heroína do teatro brasileiro. É nosso dever apresentar esse nome como parte intrínseca da história das artes no Brasil, base das artes no Distrito Federal, que formou cerca de três mil profissionais ao longo de sua existência, fazendo um trabalho árduo para que a arte cênica não seja vista como um hobby, mas um trabalho de fato, criativo, responsável por nada menos do que 3% do PIB nacional atualmente. Viva Dulcina!”, festeja Cleber Lopes.

Programação teatral

Dia 10/11/23 – sexta-feira

19h – A Vida Ordinária de Cristina (DF)
Espaço Renato Russo – Sala Marco Antônio Guimarães
Sinopse: Com direção de Alessandro Brandão e texto assinado por Alexandre Ribondi, a montagem gira em torno do diálogo entre duas mulheres que se encontram nos bastidores de um programa de televisão sensacionalista, enquanto esperam para as gravações. Uma é Tônia, uma mulher transgênero, interpretada pela estreante Luísa Rodrigues. A outra é Cristina, uma mulher cisgênero simples e intimidada pelo ambiente, encarnada por Adriana Nunes. Ao longo da conversa, as duas trocam experiências e perspectivas a respeito da vida e do mundo, desenrolando uma trama de amor e desconstrução de preconceitos.
Duração: 50 min
Classificação indicativa: 14 anos

20h – Astrálago (Lima/Peru)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Sinopse: Astrágalo é um depoimento cênico da companhia Ópalo Teatro em coprodução com CAPAZ, que denuncia as práticas da traumatologia e ortopedia infantil no Peru na década dos anos 1970 e 80. O nome está inspirado em uma das sete peças ósseas que formam o tarso e se chama Astrágalo. Este osso na antiguidade foi conhecido também como “taba” e foi usado como brinquedo de azar pela sua anatomia cúbica e seus seis lados, ou seja, o astrágalo é o antepassado do dado moderno. O jogo de azar representa o destino inexorável que tivemos que percorrer. Cada um de nós vem para este mundo com um destino. As pessoas com deficiência chegam a este mundo com o desígnio de ter que superar os obstáculos e limitações que a sociedade impõe para encarar os preconceitos e paradigmas estabelecidos socialmente. Com cunho testemunhal, este projeto visa reivindicar os direitos e o espaço de pessoas diversas que tiveram que se submeter a diferentes tratamentos médicos, agravando a sua vulnerabilidade e sacrificando assim grande parte da sua infância, sua vida, sua dignidade e seu sorriso.
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 14 anos

Dia: 11/11/23 – sábado

19h – A Máquina Desejante (DF)
Espaço Cultural Renato Russo – Sala Multiuso
Sinopse: A Máquina Desejante surge como uma peça-concerto-instalação interpretada por dois músicos-performers (João Lucas e César Lignelli). A obra funde na linguagem teatral os parâmetros de composição musical de modo a criar uma expressividade híbrida em que a narrativa da voz (Aurora), dos mecanismos, das imagens videográficas e das intensidades performativas é movida pela tração rítmica, harmônica, melódica ou tímbrica dos eventos sonoros. De modo inverso, a música flui na reverberação dramatúrgica de mecanismos maquínicos desenvolvidos pelos autores, acompanhando a narrativa de Aurora (a voz) e ampliando os seus sentidos produzindo um sentido aventuroso de compromisso com o público. A ideia é lançar o desafio de uma experiência perceptiva conjunta, ancorada que está, por um lado, na performatividade mecânica do cenário e, por outro, na expressividade abstrata da música.
Duração: 50 min
Classificação indicativa: 14 anos

20h – Astrálago (Lima/Peru)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas (veja sinopse acima)

Dia 12/11/23 – domingo

18h – Quarto Azul (AM)
Espaço Cultural Renato Russo – Sala Marco Antônio Guimarães
Sinopse: Quarto Azul conta a história de um casal no começo de um relacionamento. O primeiro beijo, o primeiro encontro, a primeira relação, tudo é apresentado de forma cômica e romântica. Afinal, como não se lembrar de quando tudo era novidade? Nessa modernidade das relações líquidas – conceito instituído pelo sociólogo Zygmunt Bauman, descobriremos nossa reação ao entrar naquele quarto pela primeira vez. O Grupo Jurubebas de Teatro estreou em 2017 este espetáculo que, na verdade, é um ato, uma peça-conversa com o espectador que brinca entre o real e o ficcional. A peça faz parte da pesquisa que o diretor Felipe Jatobá desenvolve sobre dramaturgias de autoficção, uma relação performativa bem-humorada e afetiva que aproxima o espectador da narrativa.
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

20h – Transmitologia (DF)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Transmitologia é um espetáculo teatral que conta a história de uma travesti guerrilheira, vivida por Maria Léo Araruna, e que sobrevive ao atual apocalipse político-social em que vivemos. Um mundo de arquiteturas e conceitos em ruínas ─ no qual a guerra e o desejo pelo agora são as únicas constantes ─ é corporificado por essa personagem também capenga em manter a integridade de sua mulheridade e humanidade (inclusive, muito orgulhosa de tais fracassos). A peça tem a necessidade de retratar a interação íntima entre o contexto de violência em que se vive e os afetos e sentimentos por ele impulsionados, e como essas mesmas sensações são capazes de acionar potências criativas para novas possibilidades de mundo.
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Dia 13/11/23 – segunda-feira

15h – Enluarada: uma Epopeia Sertaneja (DF)
Teatro Paulo Autran – SESC Taguatinga Norte
Sinopse: “Enluarada – Uma Epopeia Sertaneja” traz à tona a culinária, os mitos e ritos que envolvem histórias tradicionais, onde os personagens presentes na cultura popular mineira, como os caipiras, violeiros, garimpeiros, vaqueiros, santos e moças, permitem a comunicação com o público a partir da história narrada sobre a jovem donzela Maroca e seu grande amor, o Heitor, vaqueiro e também violeiro. Enquanto prepara uma galinhada, a moça (interpretada por Caísa Tibúrcio) conta sua narrativa, que tem como pano de fundo, uma epopeia no interior campestre mineiro, que mistura histórias inventadas e lembradas, a partir de suas vivências familiares. Ao término do preparo, que coincide com o fim do espetáculo, ela oferece a comida ao público como uma grande celebração ao teatro.
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

20h – Enluarada: uma Epopeia Sertaneja (DF)
Teatro Paulo Autran – SESC Taguatinga Norte (veja sinopse acima)
(Será realizado bate papo com o público ao final das apresentações)

Dia 14/11/23 – terça-feira

8h – Horário Comercial (MT)
Rodoviária do Plano Piloto (acesso Metrô)
Sinopse: O que é o nosso trabalho? A que se destina? É importante para quê? Compreendemos plenamente a importância das ações mecânicas ou intelectuais que tanto usamos para trabalhar? Como nos sentimos em relação à carga horária que dedicamos de nosso tempo de vida para realizar os trabalhos que fazemos? Horário Comercial é uma performance inspirada no livro “A Vida Não é Útil” de Ailton Krenak. Ali, uma persona com roupa de trabalhador, trabalha amarrando e desamarrando nós em um cabo por 8 horas seguidas com um intervalo de 1 hora para o almoço, sem construir ou concretizar nada.
Duração: 9 horas
Classificação indicativa: Livre

19h – Fauna (MG)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Sinopse: “Ei, você me conhece? Posso me aproximar? Eu sou só um animal vivo.” Nesta peça-conversa, dois atores (Italo Laureano e Rejane Faria) convidam o público a explorar a dimensão política dos afetos. Corpos e discursos se misturam e se confundem para desconstruírem identidades pessoais e coletivas. “Fauna” é o sexto espetáculo do Quatroloscinco, estreado em setembro de 2016, e que dá continuidade à pesquisa iniciada com “Ignorância” (2015). Esta montagem rompe a narrativa tradicional, atenuando os limites físicos entre palco e plateia e criando um circuito de situações que levam o espectador para dentro da cena. Referenciada pela obra “O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e fim do indivíduo”, do filósofo Vladimir Safatle, a peça discute temas como violência, desejo, liberdade, confissão e desamparo. Esta produção representou Minas Gerais no Sesc Palco Giratório 2018, maior projeto de circulação teatral do país, pelo qual esteve em 31 cidades de 16 estados. Também participou de outros 14 festivais nacionais e internacionais de teatro.
Duração: 80 min
Classificação indicativa: 16 anos

Dia 15/11/23 – quarta-feira

11h – Romeu e Julieta (SP)
Torre de TV, Praça Central da Feira
Sinopse: Romeu e Julieta é um pretexto para, mais uma vez, a Cia. Talagadá, por meio do Teatro de Formas Animadas, falar de temas tão pertinentes ao momento em que vivemos como: violência, intolerância, preconceito e discriminação em diferentes níveis e situações, para os quais a arte se faz tão necessária, seja como um artifício de fuga, engajamento político e social, ou, apenas, um modo lúdico de vingar a vida. Desse modo, buscou-se inspiração na vida e obra de Arthur Bispo do Rosário (1911 – 1989), negro, nordestino e pobre que foi diagnosticado como paranoico-esquizofrênico em uma interface com o clássico de Shakespeare, propondo ao expectador, além de uma experiência cômica, lúdica e onírica, também uma reflexão política e social, na qual, mais
que compadecer do amor impossível dos protagonistas, pensar nas consequências dos atos que nós mesmos representamos, seja como “Capuletos” ou “Montéquios”.
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: livre

19h – Tela Plana (DF)
Teatro Newton Rossi – SESC Ceilândia
Sinopse: Ninguém vive mais sem o celular, TV, tablet, Computadores. Eles estão nos carros, nas ruas, elevadores. A relação cada vez mais presente e dependente que temos com a tela plana, foi o mote para a criação do novo espetáculo da Cia. Os Melhores do Mundo. Hoje ela é dobrável, redonda, touch e, melhor, divertida. Afinal, pode ser sobre qualquer coisa, posto que absolutamente tudo está ali, refletindo, girando. Porque a tela é plana, trágica, dramática, mas necessariamente arredondada para o humor, o grupo agora orbita nessas telas, e se valem da enorme quantidade de informações que insiste em “metaversar”, trazendo para o público uma série de esquetes inéditas que giram em torno de… do… do quê mesmo?
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

20h – Miró: Estudo nº 2 (PE)
Teatro Garagem – SESC 913 Sul
Sinopse: Personagem é qualquer ser atuante de uma história ou obra. Normalmente é uma pessoa, mas pode ser um animal, um ser fictício ou um objeto. Uma locação, como o Castelo da Disney, pode ser um personagem também. Personagens podem ter nomes ou não, reais ou fictícios, tudo pode ser um personagem. Isso é o que diz o Wikipedia, mas o que dirá o Estudo N°2? Que comece o jogo deste espetáculo que começou a ser idealizado em 2015, quando o grupo teatral pernambucano Magiluth passou por um momento de reformulação interna gigantesco devido a encontros e trocas com grandes artistas. Entre eles encontros, a aproximação com um dos mais importantes poetas pernambucanos da contemporaneidade, Poeta Miró da Muribeca. “Miró: estudo N°2”, o jogo proposto é: como fazer um personagem?
Duração: 80 min
Classificação: 16 anos

Dia 16/11/23 – quinta-feira

15h – Übercapitalismo (DF)
Teatro Newton Rossi – SESC Ceilândia
Sinopse: Übercapitalismo coloca em cena dois personagens do mundo atual, o Entregador e o Coach de Finanças, que evidenciam as contradições do capitalismo e da ideologia da meritocracia. O encontro dos dois personagens – vividos por Abaetê Queiroz e Lupe Leal – promove um olhar sobre os avanços tecnológicos a serviço dos processos de exploração do ser humano pelo ser humano. Nossa tragédia social é apresentada com uma crítica simultaneamente ácida e cômica.
Duração: 60 min
Classificação indicativa: livre
(Será realizado bate papo com o público ao final da apresentação)

17h – Romeu e Julieta (SP)
SDS – CONIC, Praça Zumbi dos Palmares – Setor de Diversões Sul (veja sinopse acima)

Dia 17/11/23 – sexta-feira

20h – Medéia Negra (BA)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Sinopse: O espetáculo expõe as opressões contra as mulheres negras em diferentes lugares de fala e tempos históricos, como um grito contundente contra o condicionamento social que as marginaliza, julgam e aprisionam. A partir de fragmentos de diferentes versões do mito clássico, elementos musicais e referências da cultura negra, o monólogo de Márcia Limma provoca o público a refletir sobre o seu lugar no processo de descolonização e evoca o poder das mulheres negras para reagir às violações e lutar pela libertação. Desde sua estreia, em 2018, a peça já foi indicada a diversos prêmios e circulou por festivais internacionais na Alemanha, Uruguai e Portugal, dentre diversos festivais nacionais como o Festival nordestino de Guaramiranga, Festival de Arte Negra-FAN, FIT São José do Rio Preto entre outros importantes do país.
Duração: 50 min
Classificação indicativa: 12 anos

21h – Cabeça Oca (SP)
Espaço Cultural Renato Russo – Sala Marco Antônio Guimarães
Sinopse: A Cia Talagadá, na construção desse projeto, se propôs a um novo desafio artístico: saciar o ímpeto político de denunciar atitudes as quais acham-se contrárias ao desenvolvimento humano, e ao mesmo, tempo transcender sua capacidade criativa através de poéticas visuais e do teatro de formas animadas, proporcionando, de fato, uma comunhão entre público e espectador e não apenas um projeto que satisfaça uma das partes, seja o entretenimento ou a doutrina de um pensamento estético e filosófico. O existencialismo entra como tema principal, após diversas pesquisas, em resposta à necessidade dos integrantes da companhia em falar de si mesmos, do impacto com o mundo a sua volta; o poder e a influência que a mídia no mundo atual e na difusão de uma alienação generalizada.
Duração – 60 minutos
Classificação – 14 anos

Dia 18/11/23 – sábado

18h30 – Há uma festa sem começo que não termina com o fim (CE)
Espaço Cultural Renato Russo
Livro é árvore, verso já foi traço escrito na terra arada. Os verbos são passado e presente simultâneos. Nenhuma palavra termina em si mesma, os corpos também não. Num rito coletivo de festa e de teatro, uma casa se reabre às/aos convivas e reaprende: como estarmos juntos novamente? Quatro artistas (Eliel Carvalho, Jota Júnior Santos, Nelson Albuquerque e Silvianne Lima), tal qual páginas soltas de um livro, folheiam o tempo e convidam o público a percorrer um lugar, um ontem, uma vida, um agora, um país, um amanhã. Este texto-peça, criado em 2021, é um encontro, uma confidência, uma roda de conversa. Um convite para fazer dançar as memórias de cada um e de todos nós; do grupo Pavilhão da Magnólia; e do Brasil. Ao dançarem juntas, fazem aparecer os fantasmas de nosso país, feridas nunca superadas.
Duração: 100 min
Classificação Indicativa: 16 anos

19h – Senhora P (DF)
Espaço Cultural Renato Russo –Teatro Galpão Hugo Rodas
Sinopse: Senhora P dialoga sobre violências contra mulheres e discute as multiplicidades de abusos cometidos em territórios públicos e privados. Passeia entre a distopia e a hiper-realidade, onde uma Professora é confrontada com um turbilhão de interrogatórios, memórias e anseios de outros futuros possíveis. A obra usufrui de uma estrutura composta por aulas, depoimentos e um interminável interrogatório que lançam Adriana Lodi, atriz/personagem, numa busca por encontrar formas de agir contra os processos de subordinação, adestramento e opressão impostas pelo patriarcado capitalístico colonial. A criação do espetáculo é assinada pelo Coletivo coquetel molotov e contou com a participação de Daniela Diniz, Fernando Villar, Rodolfo Godoi para a construção da dramaturgia autoral.
Duração: 80 min
Classificação indicativa: 16 anos

20h – Medéia Negra (BA)
Espaço Cultural Semente – Gama (veja sinopse acima)
(Será realizado bate papo com o público ao final da apresentação)

Dia 19/11/23 – domingo

18h – O Arquipélago (PR)
Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
O solo do ator Pablito Kucarz, leva à cena a história de sua mãe. Uma mulher comum, como diversas outras mães que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar na cidade grande. Também se permite questionar esta história quando, em busca de sua própria identidade, se confronta com temas como preconceito, bullying, machismo e violência. Com tom suave a narrativa tem ares de fábula pessoal ao lançar mãos de metáforas poderosas: a família que é um
arquipélago, juntos porém separados pela água salgada; o garoto mariposa, agredido por ser diferente dos outros garotos; a pedra lançada como um projétil que ao invés de ferir prefere dançar.
Duração: 50 min
Classificação indicativa: 14 anos

19h – Há uma festa sem começo que não termina com o fim (CE)
Espaço Cultural Renato Russo (veja sinopse acima)

Ações formativas

Dia 15/11/23 – sábado

9h às 13h – Workshop “Estudando os Estudos”, grupo Magiluth com Lucas Torres
Espaço Cultural Renato Russo
“Estudando os Estudos” visa explicitar os caminhos percorridos pelo grupo Magiluth para a construção dos seus dois últimos trabalhos “Estudo nº 1: Morte e vida” e o “Miró:Estudo nº2”

Dia 18/11/23

14h às 18h – Workshop “Estéticas de terreiros na construção do corpo do intérprete médium” com Ricardo César
Complexo Cultural de Samambaia
O encontro vai trabalhar exerccícios físicos e vocais a partir de exercícios baseado na corporeidade afro-ameríndia dos povos tradicionais de terreiro. Será proposto também construção de pequenas cenas para maior percepção destas técnics de interpretação e criação cênica.

Serviço:

FESTIVAL DULCINA
De 10 a 19 de novembro de 2023
BILHETERIA PAGA NOS SEGUINTES LOCAIS:
Espaço Cultural Renato Russo
Teatro Garagem – SESC 913 sul
bilheteriadigital.com
R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia)

ENTRADA FRANCA NOS SEGUINTES LOCAIS:
Teatro Paulo Autran – SESC Taguatinga Norte
Teatro Newton Rossi – SESC Ceilândia
Espaço Cultural Semente – Setor Central – Gama (ao lado da Rodoviária)
Torre de TV – Praça da Feira
Praça Zumbi dos Palmares – SDS
Rodoviária do Plano Piloto
Entrada Franca

*Todos os espetáculos tem acessibilidade com tradução em libras e audiodescrição
* Necessário agendamento de audiodescrição até 48h antes do espetáculo pelo whatsApp 61 9860-1384
Programação completa no site www.festivaldulcina.com.br