Maurício de Almeida lança Equatoriais em Brasília. Obra Equatoriais amplia o foco proposto pelo bem-sucedido Beijando Dentes, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura
Após um hiato de sete anos, Maurício de Almeida, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura e do Prêmio São Paulo, volta à cena literária brasileira com Equatoriais, um livro com treze contos que mergulha o leitor em viagens pelo Brasil e pelo universo da subjetividade humana.
Lançamento da Maralto Edições, cada conto da obra é uma viagem singular em que a busca por respostas é motivada pelo desconforto pessoal dos personagens, gerando intensos processos de aprendizado e autodescoberta. Equatoriais vai além das fronteiras geográficas e revela um Brasil invisível aos olhos desatentos. As histórias sensíveis e cativantes dos personagens expõem um panorama sentimental diverso, explorando o amadurecimento tanto individual quanto coletivo.
“A concepção do livro aconteceu ao longo da última década”, explica Maurício de Almeida. “Tal como Beijando dentes (Record, 2007), o livro foi construído aos poucos: assim que passei a acumular alguns contos esparsos, notei que parte deles dialogava entre si, que tratava de temáticas semelhantes. Então, passei a escrever novos contos a partir dessa temática comum, que, no caso de Equatoriais, referia-se a deslocamentos pelo Brasil e ao impacto que essas situações causavam nos personagens. Um fato interessante sobre a produção do livro foi tê-lo encerrado durante a pandemia, pois foi durante a quarentena, quando não era possível sequer sair de casa, que concluí uma obra cujo tema central é viajar.”
Com um enredo envolvente e uma linguagem que combina poesia e relato, Equatoriais abre com o conto que dá título ao livro. Nele o autor dimensiona o trajeto, escreve as estradas pelas quais se buscam e colidem não apenas as relações de afeto, mas a própria planta baixa do país. O leitor faz uma travessia pelos estados brasileiros, e se depara com povos originários, generais e relações paternas. “Estuário” revela pai e filho numa situação inusitada que os fará jogar, literalmente, o mesmo jogo. Em “Adentro”, o leitor faz um mergulho na desolação indígena diante de uma transamazônica que não leva a lugar nenhum.
“O livro é autobiográfico na mesma medida em que Flaubert é madame Bovary”, reflete Maurício. “Os contos, os personagens são mobilizados por coisas que me mobilizam também, mas as experiências que vivem, a forma como encaram e resolvem os dilemas que confrontam em nada me dizem respeito. O que talvez seja mais compartilhado entre nós (personagens e eu) seja a posição de que falam sobre essas experiências. Por exemplo, quando se deparam com questões indígenas, a posição de onde falam é de um homem branco, urbano, a quem a vivência compartilhada necessariamente impõe uma diferença, fato que os impede de assumir a voz indígena.”
Sem publicar livros desde 2017, quando recebeu o cobiçado Prêmio São Paulo de Literatura na categoria autor estreante com menos de 40 anos pelo romance A instrução da noite, Maurício vem se expandindo em outras expressões artísticas, imprimindo novas habilidades em peças de teatro e roteiros de curta-metragem. Essa rica imersão em diferentes linguagens é a base de sua habilidade única de transitar com maestria entre os universos literários, explorando as nuances que cada um oferece e trazendo à tona novidades que enriquecem suas obras. Em Equatoriais ele expande o foco, que anteriormente dedicava-se à família e aos afetos íntimos, ao explorar afetos fraternos, românticos e eróticos.
O livro já está disponível nas principais livrarias e plataformas digitais e é uma rica oportunidade de viagem pelo Brasil e pela complexidade das relações humanas.
Equatoriais:
Páginas: 156
Autor: Maurício de Almeida
Preço: R$ 44,90
Editora: Maralto Edições
Vendas: Amazon