Patrocinado pelo FAC, espetáculo Conversa de Drag’s? estreia dia 19 de setembro, no Teatro Paulo Autran do Sesc de Taguatinga

Um projeto teatral patrocinado pelo Fundo de Apoio à Arte e Cultura do DF (FAC), do Governo do Distrito Federal, promete levar o público a refletir sobre a vivência e a sobrevivência de pessoas que são colocadas à margem da sociedade pelas suas características muitas vezes não compreendidas e facilmente discriminadas e desrespeitadas. “Conversa de Drags” estreia no próximo dia 19 de setembro, no Teatro Paulo Autran, do Sesc de Taguatinga.

Para falar sobre o tema, foram escalados: Lucio Piantino, um ator gay com Síndrome de Down, que vive a personagem Úrsula Up na peça; e a atriz Andy Souza, que é mulher trans travesti, dando vida à personagem AndyvaDivã em “Conversa de Drag’s”.

Conversa de Drag’s

“O espetáculo surgiu da vontade e da necessidade, cada vez mais urgente, de trazer, de forma lúdica, estas reflexões para uma parte significativa da sociedade que ainda não entendeu a riqueza e importância da diversidade para o desenvolvimento social e humano”, explica Lurdinha Danezy, que assina o texto da peça.

Como falar de temas tão sensíveis como deficiência, preconceito, identidade de gênero, sexualidade, direitos pessoais e respeito pelo outro, sem ferir, magoar ou mesmo discriminar pessoas? “Um grande desafio”, responde Danezy.

Durante o processo criativo, Lurdinha Danezy criou o “esqueleto” e propôs que cada integrante da produção contribuísse com informações referentes à sua realidade. “A atriz Andy trouxe, por exemplo, a sua vivência, além de informações sobre o contexto Drag e um pouco do riquíssimo universo LGBTQIAPN+, que quando começamos a escrever, ainda não tinha o N”, conta, lembrando que à esta sigla são acrescentadas letras que trazem a diversidade sexual, que precisa ser explicada, entendida e respeitada, independente das pessoas concordarem ou não.

Segundo Lurdinha, é preciso falar também sobre a sexualidade de pessoas com deficiência que, como pessoas humanas, têm os mesmos desejos e impulsos sexuais que quaisquer outras. Neste sentido, Lucio Piantino fala de sua vivência como pessoa homossexual com deficiência.

O texto perpassa, portanto, pela história dos atores, da diretora, da dramaturga e da assistente de produção, que ajudaram a construir a narrativa de “Conversa de Drag’s”.

A diretora Mônica Gaspar, com seu olhar sensível e respeitoso, buscou explorar do ator e da atriz aquilo que cada tem de mais representativo, trazendo verdade e leveza à esta temática tão delicada.

Já a criação do cenário e do figurino, pensada pelas artistas Sandra Lima e Lurdinha Danezy, também busca trazer elementos do mundo das Drags com texturas, formas e cores que o caracterizam. “Mas é importante lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, ser Drag Queen não tem a ver com identidade de gênero ou orientação sexual. Drag Queen é uma arte e qualquer pessoa, homem ou mulher, pode exercer. É desafiar padrões, questionar e lutar pela liberdade e pelo respeito de ser o que cada um (ou cada uma) é”, conceitua Mônica.

Em resumo, “Conversa de Drag’s” é um espetáculo que valoriza, defende e fortalece a necessidade de respeito ás pessoas, independentemente de suas características.

O espetáculo entra na programação do Teatro Paulo Autran, de 19 a 21 de setembro, sempre às 20h. Na sequência, em outubro, “Conversa de Drags” segue com apresentações gratuitas em escolas públicas do Paranoá, Varjão e São Sebastião, sob o patrocínio do Fundo de Apoio à Arte e Cultura do DF (FAC), do Governo do Distrito Federal. A classificação etária é de 14 anos.

Sobre os Artistas de Conversa de Drag’s

Lucio Piantino é ator, artista plástico, dançarino e palhaço que vem atuando no mercado de arte de Brasília, desde 2008. O fato de ser uma pessoa com síndrome de Down que ocupa espaços inimagináveis, torna Lucio uma referência e uma inspiração para muitas pessoas com deficiência que são excluídas dos ambientes sociais e culturais em decorrência das suas deficiências.

Lucio já atuou no espetáculo Diversos dias que deu origem à atual companhia do mesmo nome que já promoveu os espetáculos protagonizados por ele, a saber: O improvável amor de Luh Malagueta e Mc Limonada, Somos como somos e não cromossomos, primeiro espetáculo solo protagonizado por um ator com Síndrome de Down e agora Conversa de Drag’s, onde divide o palco com a atriz Andy Souza. Lucio também se destaca como palhaço no espetáculo Xaxará e Limonada em A aula de Mágica com o renomado ator e palhaço Luciano Astiko.

Andy Souza é multiartista, arte-educadora e produtora cultural. Iniciou o seu trabalho em 2010, no tradicional Espaço Galleria, palco que conta a história LGBTQIA+ do Distrito Federal (DF) e Entorno. Andy foi responsável pelos conceitos estéticos até a produção executiva de festas da Safada Madrinha Produções, criada por ela, no mesmo ano. Andy desde o início também exerce as funções de DJ e Performer Queer.

Em 2020 finalizou a graduação de licenciatura em Artes Cênicas, na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Durante o processo acadêmico, se envolveu em produções teatrais e outros nichos culturais do DF. Seus trabalhos técnicos com iluminação, cenografia e dramaturgia, na Fundação Brasileira de Teatro, tiveram início em 2015.

No mesmo ano, criou a sua DRAG Andyva Divã, uma personagem que se considera filha de Dulcina de Moraes e reivindica todo o patrimônio roubado de sua mãe. Com a Andyva fez trabalhos como apresentadora e atriz em projetos do audiovisual e em eventos diversos. Participou de diversos coletivos e projetos artísticos no DF e Entorno.

FICHA TÉCNICA

Ator: Lucio Piantino
Atriz: Andy Souza
Diretora: Monica Gaspar
Dramaturga e cenógrafa: Lurdinha Danezy
Atriz e contrarregra: Joana Piantino
Figurinista: Sandra Lima
Sonoplasta: Anna Moura
Assessoria de Imprensa: Proativa Comunicação

SERVIÇO:

Espetáculo Conversa de Drag’s
Local: Teatro Paulo Autran Sesc Taguatinga
Data: 19, 20 e 21 de setembro
Horário: 19h
Faixa etária: 14 anos
Ingressos: Inteira R$ 20,00 – Meia R$10,00
Patrocínio: FAC
Apoio: SESC
Em outubro o espetáculo será apresentado em escolas do Paranoá, São Sebastião e Varjão.