Uma Conversa Íntima. Convergências entre as Literaturas Russa e Brasileira

O que há em comum entre obras literárias brasileiras e russas? As inspirações que tocaram Graciliano Ramos e Fiódor Dostoiévski são tão distantes quanto o sertão nordestino da Sibéria? Como culturas tão diferentes podem convergir? Estas são algumas questões sobre as quais o seminário “Convergências entre as Literaturas Russa e Brasileira” discorrerá. Um dos objetivos do encontro literário é apresentar os fios semânticos que conectam os dois povos, estimulando os participantes a mergulharem no estudo dos laços culturais e humanitários através de um conhecimento mais substantivo da cultura russa. Realizado pela Agência Russa Para Cooperação Internacional Humanitária «Rossotrúdnichestvo» e pelo Instituto Cultural Casa de Autores, o evento acontecerá na Biblioteca Nacional de Brasília, em 15 de dezembro, das 19 às 21h30. A ação conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e Biblioteca Nacional de Brasília.

“Apesar da distância geográfica, há temas e influências mútuas na criatividade entre os nossos países. Pontos de entrelaçamento na literatura podem ser encontrados tanto na prosa quanto na poesia. A cultura russa, especialmente a popular, inspirou escritores e poetas no Brasil. Autores modernos de Brasília e de Moscou, em suas obras, tentam dar respostas a questões muito semelhantes. E se o Brasil é formado a partir das ‘três raças tristes’ descritas por Vinícius de Morais, na canção deste país também há uma lágrima russa”, analisa Andrey Prokin, diretor de Casa Russa no Brasil.

O fenômeno promove situações curiosas, como a relatada por Maurício Melo Júnior, presidente da Casa de Autores. “Por muitos anos um poema de Eduardo Alves da Costa circulou pela internet que teimava em atribuir o texto ao poeta russo Vladimir Maiakovski. Isso se dá por conta das experiências pessoais dos autores, marcados por questões sociais, como a pobreza e a falta de perspectiva”. Maurício também resgata que autores como Nelson Rodrigues, por exemplo, diziam-se fortemente influenciados por Dostoiévski. Enquanto outros intelectuais brasileiros fizeram imersões na Rússia, construindo pontes. Ferreira Gullar e Jorge Amado, este bastante lido na Rússia, chegaram a morar em Moscou.

Apesar da profundidade temática, o seminário atende a estudiosos, ao mundo literário, sendo uma experiência interessante também a leigos apaixonados pelas produções literárias tão ricas de ambos os países. Na programação, haverá um debate sobre a convergência literária entre Dostoiévski e Graciliano Ramos, conduzido por Leonardo Almeida Filho; uma conversa sobre literatura infantil com Alexandre Parente e Andrey Prokin; um recital de poemas de Maiakovski, Ferreira Gullar, Cecília Meirelles e Anna Akhmátova, com Sérgio Duboc e Ângela Barcellos Café e uma apresentação de canções russas.

Convergências
Andrey Prokin e Maurício Melo Junior, à frente da realização do seminário

Programação:

19:15 – Palestra: Graciliano Ramos, Leitor de Dostoiévski. Professor Leonardo Almeida Filho.

19:30 – Apresentação de Alexandre Parente e Andrey Prokin.

20:00 – Recital de poesias: Maiakóvski e Ferreira Gullar, Anna Akhmátova e Cecília Meireles. Com Sérgio Duboc e Ângela Barcellos Café.

20:30 – Apresentação musical

21:20 – Encerramento

Serviço:

Seminário Uma Conversa Íntima – Convergências entre as Literaturas Russa e Brasileira
Biblioteca Nacional de Brasília
Das 19h15 às 21h20
Inscrições gratuitas: .Sympla
Mais informações: [email protected]