A banda Celacanto lança seu álbum de estreia “Não tem nada pra ver aqui”, explorando temas de caos externo e introspecção, com influências do pós-punk
A banda Celacanto lança hoje, via Matraca Records, o debut “Não tem nada para ver aqui” – ouça aqui. O grupo paulistano formado por Eduardo Barco (guitarra e sanfona), Giovanni Lenti (bateria), Matheus Costa (baixo) e Miguel Lian (voz e guitarra), estreia com um disco produzido por Luiz Martins (Lauiz/Pelados) e master de Fernando Sanches no Estúdio El Rocha.
Celacanto
“Não tem nada para ver aqui” é dividido em dois momentos estéticos: na primeira parte do álbum, o eu lírico reflete sobre o caos externo, trazendo para as canções temas como compressão da existência num mundo acelerado, corporativista e capitalista. Já o segundo momento é mais intrínseco e afetivo, voltado a um caos interno, revelando sentimentalismo e até dilemas românticos.
“A ideia que guia ‘Não tem nada para ver aqui’ apareceu quando o Edu chegou meio cabisbaixo num ensaio, falando que vinha sentindo que o mundo andava rápido demais e que ele não conseguia acompanhar. É um sentimento com o qual a gente se identificou, nós quatro. Logo, começou a ficar claro que isso era um assunto subjacente nas composições que já estavam prontas”, completa Miguel sobre as temáticas motrizes do álbum. “Daí pra frente, houve um esforço mais consciente de investigar essa ideia das velocidades diferentes – no limite, esses mundos diferentes, um mais ansioso e externo e outro mais introspectivo e emotivo. Tentamos olhar para onde eles se contrapõem e onde se sobrepõem”, ele explica.
As nove faixas do álbum acompanham um eu lírico cansado, contemplativo e desiludido, além de paisagens sonoras mais densas, onde destacam-se os synths, guitarras dissonantes e harmonias deslocadas, que por vezes dão espaço a referências de maior leveza.
“Gostamos de pensar em referências de gêneros e estéticas. Acho que o pós-punk foi muito presente em todas as partes do processo do álbum. Seja com referências mais clássicas, como Joy Division, Television, Talking Heads, e até com um movimento mais novo, com bandas como Shame, Squid e Black Country New Road. Cada um de nós acaba trazendo essas referências mais pessoais no álbum, mesmo que de maneira discreta”, revela Matheus sobre a sonoridade da banda.
“O trabalho nas letras envolveu muitas inspirações brasileiras. Em ‘É de pano’, a letra puxa um pouco os caminhos de Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo. Quando a gente fez ‘Você fica velho’, estávamos todos meio imersos no catálogo do Lô Borges e principalmente do Milton Nascimento, e acho que isso transparece de alguma forma. Quando fizemos ‘Quadros’, só consegui desempacar na letra depois de ouvir muito aquele álbum do Caetano Veloso, ‘Estrangeiro’. Sem falar em ‘Desamarrado’, uma canção que bebe muito d’O Terno”, aponta Miguel.
Letras
Ficha técnica
Capa do álbum
Sobre a Celacanto
Banda de indie rock formada em São Paulo (SP) pelos amigos Eduardo Barco (guitarra e sanfona), Giovanni Lenti (bateria), Matheus Costa (baixo) e Miguel Lian (voz e guitarra), a Celacanto faz de 2025 seu ano de lançamentos, a começar pela divulgação de “Cedo” e “Dançando sozinho”, singles inéditos e autorais com produção musical de Luiz Martins, o Lauiz.
A Celacanto traz em sua sonoridade o encontro da guitarra, do baixo e dos synths em conduções próximas às do indie. A banda integra o casting fixo do selo Matraca Records e lança em abril de 2025 seu disco de estreia, “Não tem nada pra ver aqui”.