Mezanino da Torre de TV celebra 62 anos de Brasília com exposição “Arranjos de memória e esquecimento” de artistas do DF

Iniciativa do Banco BRB com patrocínio da cerveja Beck’s, a mostra “Arranjos de memória e esquecimento” traz produções de Azul, Cecilia Mori, Liz Rodrigues e Maria Porto, homenageando os 62 anos da capital federal. A curadoria é de Beth da Matta, da Nós Galeria (SP).

O aniversário de Brasília vai muito além do mês de abril na galeria de arte do Mezanino, gastrobar localizado no primeiro andar da Torre de TV. Em homenagem aos 62 anos da capital federal, o espaço traz uma mostra com quatro artistas do DF, cada uma com abordagens artísticas distintas: Azul, Cecilia Mori, Liz Rodrigues e Maria Porto. A mostra “Arranjos de memória esquecimento” fica no espaço até 19 de junho e tem curadoria de Beth da Matta, da Nós Galeria, de São Paulo. A exibição é uma iniciativa do Banco BRB e da cerveja Beck’s, juntamente com a BRB Seguros e a Financeira BRB.

“As produções das artistas brasilienses aqui apresentadas são pulsantes e claramente diversas entre si. Fazem uso de suportes distintos e singulares nas suas técnicas e discursos. Entretanto, encontramos pontos, tensões e conexões entre elas”, comenta a curadora. “Azul e Cecilia Mori, por caminhos diferentes, trabalham a linha, o desenho e uma certa insistência e obsessão do gesto, memória e esquecimento”, exemplifica.

No trabalho de Cecilia Mori, é possível notar referências a Brasília e a Portugal, país natal da avó da artista, com o uso da terra vermelha característica do cerrado e a terra preta de Lisboa. Dispostas em caixas de acrílico, as amostras de terra traduzem a ideia de registros de memórias e descolonização. A arte de Mori explora as possibilidades de materiais como papéis em diferentes formatos, produtos industriais e pigmentos.

Azul, por sua vez, aborda a anatomia humana em desenhos com pastel seco sobre papel, fazendo com que o corpo seja muito mais do que algo físico, mas um sentimento. Suas linhas formam imagens ao mesmo tempo que as contornam (ou devoram), como se fossem uma vestimenta.

Fotografia e memórias pessoais

O fio que liga as obras de Liz Domingues e Maria Porto, como aponta a curadora, é o das memórias pessoais e familiares. No caso de Domingues, reflexos da infância em apartamentos na periferia do DF e sua rotina de casa para a escola, a mesma que se tornou seu espaço de trabalho na vida adulta. Na pandemia, a artista passou a contar essa influência do passado no presente em fotografias de celular que mostram uma Brasília borrada e diferente dos cartões postais, com ruas gastas, mastros sem bandeiras e uma criança sozinha em uma praça, vista por uma rede de proteção.

A série Cartografias, de Maria Porto, cria o que se pode chamar de “paisagens psicossociais”, pegando fotografias de família e projetando-as no presente, com valores e sentidos novos. Nas imagens, cenas banais do cotidiano ganham novos sentidos. “Essas cenas crescem em tamanho e significados, ganham manchas vibrantes e coloridas, um verniz quase plástico, um brilho onírico que nos leva para o lugar da dúvida, traduzindo em si nostalgia e acontecimento do presente”, descreve a curadora.

Serviço:

Mostra “Arranjos de memória e esquecimento”
Onde: Mezanino da Torre de TV (Eixo Monumental, Brasília)
Quando: até o dia 19 de junho
Horário de funcionamento da galeria: terça a quarta-feira, 11h30 às 18h, quinta a sábado, 11h30 às 20h
Entrada: R$ 10,00 (taxa de manutenção)
Para mais informações: @meza.nino