As HQs Anjinho – Além e Dente de Leite exploram narrativas profundas e emocionantes, consolidando a produção independente e autoral no mercado brasileiro de quadrinhos

Brasília vive um momento muito interessante para as histórias em quadrinhos. Além de uma cena independente com produção constante, duas obras recém-publicadas estão chegando ao mercado por duas das principais editoras no Brasil.

Anjinho – Além, de Max Andrade, é o título mais recente do selo Graphic MSP, dedicado às releituras autorais de personagens de Mauricio de Sousa, o pai da Turma da Mônica, cuja obra atualmente é publicada pela Editora Panini.

Dente de leite, escrita por Patrick Martins e ilustrada por Igor Frederico, por sua vez, é o quadrinho vencedor do 1º Prêmio Geek de Literatura, uma iniciativa da Amazon com a editora Pipoca & Nanquim e o site Omelete.

Anjinho
Max Andrade e Patrick Martins | Foto: Vinícius Maroli

Anjinho – Além

Depois de questionar veementemente o Criador, Anjinho recebe uma punição: perde a auréola e as asas e é enviado à Terra, para realizar uma missão. E, para ele, não vai ser nada fácil concluí-la. Em Além, o talentoso Max Andrade entrega ao clássico personagem de Mauricio de Sousa uma releitura emocionante, divertida e cheia de aprendizados.

Max Andrade é natural de Uberlândia-MG e leitor de quadrinhos desde a infância por intermédio do pai, que lhe apresentou títulos da Turma da Mônica, Disney, Marvel e DC Comics. Porém, após o lançamento no Brasil do mangá Dragon Ball, em 2000, passou a se inspirar nos quadrinhos japoneses. Cursou dois anos da faculdade de design, contudo, abandonou o curso ao perceber que não era direcionado ao desenho.

Autor radicado em Brasília, publica desde 2008 e, entre suas HQs, estão Tools Challenge (Editora Draco) e The Hype (vencedora do 29º Troféu HQ Mix na categoria melhor publicação independente edição única). Em 2016, foi um dos vencedores do concurso internacional Silent Manga Audition, da editora japonesa Coamix Corp of Japan, prêmio que teve vários desdobramentos, inclusive três viagens ao Japão e publicação de HQs no país asiático. Em 2021, publicou Juquinha – O solitário acidente da matéria e ilustrou Elemento incomum, HQ sobre a tabela periódica, roteirizada por Richarde Guerra. Seu lançamento mais recente é Anjinho – Além, releitura do personagem criado por Mauricio de Sousa, 96 páginas, disponível tanto em capa dura (R$ 59,90) quanto em capa cartonada (R$ 39,90). Siga o autor: www.instagram.com/puffnopiripaf

Dente de leite

Nesta instigante e pungente obra, uma idosa cumpre religiosamente uma rotina doméstica. Todos os dias, ela cozinha para quatro pessoas, organiza de forma metódica os pratos na mesa e, de noite, chora copiosamente na banheira. Ela está presa ao ciclo da solidão devastadora da velhice e da recordação obsessiva da própria vida.

Com uma narrativa que une as tintas do niilismo absurdista de Samuel Beckett com o cinema melancólico de Chantal Akerman, Dente de leite explora o tema da violência doméstica, do abandono afetivo e da profunda angústia existencial provocada pelo drama da maternidade compulsória.

Lançada originalmente de maneira independente e on-line pelos autores Patrick Martins (roteiro) e Igor Frederico (arte), a HQ rapidamente chamou a atenção do público e foi congratulada com o 1º Prêmio Geek. A edição tem 188 páginas, incluindo algumas coloridas, impressas em papel pólen de alta gramatura e capa dura com verniz localizado.

Patrick Martins é brasiliense, professor de filosofia, sociologia e literatura, mestre em Metafísica pela Universidade de Brasília e roteirista de quadrinhos. Criou, ao lado do desenhista Igor Frederico, a página de tiras digitais Memórias de um Outro. Contribuiu com as obras Estrelas desaparecem, mas eu permaneço e Pesadelos metafísicos. Em 2021, venceu o 1° Prêmio Geek de Literatura, que resultou na publicação, em 2022, da sua primeira graphic novel, Dente de leite. Siga o autor: www.instagram.com/strange_who

Igor Frederico nasceu em Planaltina-DF, cursou Filosofia na UnB, deu aula por alguns anos e que achou por muito tempo que amava a área, até que estresse e ansiedade o levariam a ter um ataque de nervos. No lado artístico, tudo começou aos cinco anos, quando seu pai desenhou um Pinóquio e lhe pediu para copiar. Nunca mais deixou de amar qualquer tipo de arte e, mesmo vindo de uma região isolada, sempre buscou modos de alcançá-la: internet discada, viajando horas de ônibus, pedindo abrigo na casa de amigos.

Não consegue decidir qual arte ama mais, se quadrinhos, cinema, música ou literatura e tem o sonho cretino de trabalhar com todas. Hoje reside em Belo Horizonte fazendo o que achava que amava, mas eventualmente ficando estressado, nervoso e ansioso. Em 2013, teve uma ideia besta com seu amigo e decidiu começar uma página de tirinhas. Siga o autor: www.instagram.com/igorfredericoart

Anjinho – Além
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