Espetáculo inédito da Cia Em Comma, Anáguas entra em cartaz pelas Escolas do DF e também para o público, em geral

Peça fala sobre conflitos familiares por meio de três personagens femininas que questionam o cerne da sociedade patriarcal pelo viés do posicionamento de mulheres do início da década de 20.

O conflito. A força. O desejo. Sentimentos revelados ou velados de mulheres de uma família tradicional do início do século 20. A obra literária Anáguas, de Lourdes Ramalho (1923 – 2019), prevalece atual e universal ao questionar as relações familiares e o posicionamento da mulher mediante a sociedade. Temática esta atemporal.

Em ode à escritora e às mulheres, a Cia Em Comma traz para os palcos o espetáculo inédito no DF “Anáguas” – indumentária que fica por debaixo das saias. A produção, que conta com direção de Ernandes Silva – fundador da Cia – e com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC/DF, terá estreia pelas escolas do Ensino Público e em Espaços Públicos do Distrito Federal. Para o público, em geral, o espetáculo poderá ser conferido no dia 19 de junho, segunda-feira, às 10h, em estreia no Complexo Cultural de Samambaia.

Ainda, no dia 20 do mês, às 19h, no Céu das Artes, Estação Cidadania, no Recanto das Emas. Para Escolas e Centros de Convivências, a peça será apresentada dia 20 de junho, às 10h, no Centro Educacional São Francisco, Quadra 17, Lote 100, na região administrativa de São Sebastião. Também no dia 22, às 10h, no Centro de Convivência – COSE – Gama Sul. Ainda no dia 22, às 20h, no Centro De Ensino Fundamental 213 De Santa Maria. Todas as sessões contam com tradução em libras e audiodescrição para promover a acessibilidade. Gratuito. Não recomendado para menores de 14 anos. Mais informações no Instagram: @anaguas_ciaemcommadf.

Em cena, Fátima Braga dá vida à matriarca Maria da Graça, mãe viúva que teve 21 filhos, dos quais restaram apenas seis. Genice Barego é Maria Exaurina, a filha considerada “o eixo e centro da casa” que tenta seguir o caminho do pai. Clara Camarano é Maria Cândida, a caçula “revolucionária” que bate de frente com mãe e irmã ao questionar valores da época e querer romper com os laços sanguíneos.

“Esta é uma peça que fala de temas atuais, Porque Lourdes Ramalho é atemporal. E são três personagens, três mulheres com personalidades extremamente fortes que, cada uma ao seu modo, falam sobre o ser mulher e sobre as relações familiares na década de 20. Temática que não muda na sua essência”, destaca o diretor Ernandes Silva.

E neste emaranhado de mulheres, cada personagem revela traços específicos: A mãe que representa o rompimento do patriarcado da época. A filha mais velha que quer manter a tradição deste patriarcado – que até hoje reverbera – e, a filha mais nova, que chega para tentar romper com este formato que considera hipócrita.

Bastidores

Para mesclar o atual com tradicional, que revelam a atemporalidade de Lourdes Ramalho, Ernandes Silva que também assina a cenografia mostra uma casa em ruínas – tal como os laços familiares – de forma contemporânea, porém sem deixar de lado objetos cênicos de época e o figurino do período da década de 20, assinado pela atriz e figurinista Fátima Braga.

A trilha sonora original de Marcelo Bopp também dá o tom destas personagens sofridas, porém cheias de garras e “vontades”.

“É muito interessante viver esta mãe tradicional. Eu, Fátima, já passei por várias situações na minha vida que mostram este patriarcado tão pesado para nós, mulheres. De não poder andar de saia abaixo do joelho na infância, de ter que andar com vestimentas cobertas, mesmo no calor. E somos nós, mulheres, que sofremos com isso”, destaca Braga, que dá vida a protagonista Maria da Graça.

Sobre a autora 

Maria de Lourdes Nunes Ramalho, conhecida literariamente como Lourdes Ramalho (1920 – 2019), foi uma professora, poeta, dramaturga e pesquisadora brasileira, nascida em Jardim do Seridó, no Rio Grande do Norte. Em 1958, fixou residência em Campina Grande, na Paraíba, cidade onde viveu até o seu falecimento. Autora de uma extensa obra para o teatro, dentre elas “Anáguas”, a escritora passou ainda pela poesia infantil e de cordel e foi estudióloga das obras do dramaturgo espanhol Federico García Lorca (1898-1936).

Em “Anáguas”, peça teatral que conta com semelhanças com a famosa e eterna “A Casa de Bernarda Alba”, de Lorca, ela fala sobre relacionamentos familiares, conflitos dando voz à mulheres que vivem em uma casa em “ruínas”. Por uma tríade de personagens femininas, a dramaturga aponta para conflitos existentes entre as diferentes gerações de mulheres de modo a evidenciar a decadência do patriarcado no Brasil, em meados do século 20.

Conheça a equipe:

Direção Geral e Cenografia: Ernandes Silva
Atuação: Clara Camarano, Fátima Braga e Genice Barego
Dramaturgia: Lourdes Ramalho
Iluminação, Operadora de Som e Luz: Tauana Barros
Maquiagem: Jú Welasco
Figurino: Fátima Braga
Trilha Sonora Original: Marcelo Bopp
Música Tema da Mãe: “Olho do Sol” de Paola Tainan @paolatainanmusica
Cenotécnicos: Araújo Lima e Théo Neto
Fotografias: Humberto Araújo
Designer Gráfico: Fábio Carvalho
Assessoria de Imprensa e Mídias Sociais: @startcapital.bsb
Produção e Gestão Cultural: O Carcará – Gestão, Formação e Tecnologia LTDA
Realização: Cia Em Comma de Teatro – Instagram da @ciaemcomma – @ernandes_ator

Serviço:

Espetáculo inédito no Distrito Federal, Anáguas entra em cartaz pelas Escolas do DF e também para o público, em geral

19 JUN. | SEG. | 10h
Local: Complexo Cultural de Samambaia

20 JUN | TER | 10h
Centro Educacional São Francisco, Quadra 17, Lote 100 – São Sebastião

20 JUN | TER | 19h
Local: Céu das Artes, Estação Cidadania de Recanto das Emas

22 JUN | QUI | 10h
Centro de Convivência – COSE – Gama Sul

22 JUN | QUI | 20h
Centro De Ensino Fundamental 213 De Santa Maria

Gratuito

Não recomendado para menores de 14 anos
Mais informações no Instagram: @anaguas_ciaemcommadf