Estreia o terceiro episódio da série documental Algoritmos do Rock, uma produção da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo (Sceic), realizada em parceria com as organizações sociais Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA) e Catavento, responsável pelo programa Fábricas de Cultura. A série apresenta um retrato do rock com recorte paulista, desde os anos 50. Com foco na década de 1970, o episódio tem como entrevistado o lendário guitarrista Luiz Carlini, ícone do rock brasileiro e figura central da banda Rita Lee & Tutti Frutti. “Algoritmos do Rock” ficará disponível nos canais de YouTube da plataforma CultSP Play (@cultspplay) e das Fábricas de Cultura (@tvfabricas).
Conhecido nacionalmente pelo inesquecível solo de “Ovelha Negra” — eleito por publicações especializadas como a Guitar Player como o melhor solo da história do rock brasileiro —, Luiz Carlini compartilha memórias de uma época marcada pelo experimentalismo, pelo surgimento de novas sonoridades e pelo fortalecimento de uma cena musical autêntica e contestadora. Este episódio também celebra os 50 anos do álbum Fruto Proibido, lançado em 30 de junho de 1975, obra-prima da discografia nacional e que traz a canção “Ovelha Negra”.
“O bairro da Pompeia é o berço do rock brasileiro, com os Mutantes, que ensaiavam lá. Foi lá que começaram bandas como Made in Brazil, Os Mutantes, Rita Lee & Tutti Frutti, Patrulha do Espaço, Cavalo Vapor, entre outros”, relembra Carlini, que nasceu na Pompeia e teve sua primeira guitarra construída pelos próprios Mutantes. À época, Cláudio César Dias Baptista, irmão mais velho de Arnaldo e Sérgio Dias Baptista, fabricava instrumentos musicais.
Com episódios de aproximadamente 30 minutos, Algoritmos do Rock percorre as diferentes fases do gênero no Brasil, a partir da trajetória de artistas que marcaram época. Como parte central de cada episódio, os entrevistados indicam dez músicas essenciais da década retratada, resgatando histórias e influências que moldaram o rock brasileiro.
“Nosso projeto vem resgatar esse espaço do rock, que ficou um pouco perdido no tempo e nas memórias, com boas indicações feitas por personalidades que fizeram história no segmento”, observa Renato Barreiros, superintendente de Promoção e Articulação das Fábricas de Cultura.
No primeiro episódio, lançado em 25 de janeiro, o entrevistado foi Tony Campello, que falou sobre sua carreira, iniciada no final dos anos 50. Tony trouxe também um panorama do cenário musical da época. Episódio disponível neste link.
O segundo episódio foi uma entrevista com Lílian, gravada no dia 6 de novembro de 2024 – último registro em vida da artista, falecida em fevereiro último. Nele, a cantora trouxe referências da Jovem Guarda e o rock dos anos 60 ouvido no Brasil. Aqui pode ser visto o video.
O cantor Clemente, vocalista da banda Inocentes, será o entrevistado do quarto episódio, abordando o movimento punk tal como se consolidou no Brasil nos anos 80.
“A riqueza cultural de São Paulo também é muito bem representada no rock, desde a chegada do gênero musical ao Brasil. Diversos nomes de grande projeção, nos mais variados estilos dentro do gênero, surgiram no estado, onde o rock continua muito vivo e vibrante. Não apenas o estilo, como os artistas por trás dele, merecem registros como o dessa série, para que essa história e essa manifestação cultural possam chegar a mais pessoas”, declara Gláucio Franca, diretor geral da Associação Paulista dos Amigos da Arte.
Sobre a série
Se antes eram os vendedores das lojas de vinil, os locutores de rádio e os VJs da MTV os grandes responsáveis pela curadoria e disseminação da cultura do rock, hoje essa função vem sendo exercida, em grande parte, pelos aplicativos de streaming musical. São seus algoritmos, sem nome nem sobrenome, que nos sugerem músicas, a partir de palavras digitadas em seus mecanismos de busca. “Nosso projeto vem resgatar esse espaço do rock, que ficou um pouco perdido no tempo e nas memórias, com boas indicações feitas por personalidades que fizeram história no segmento”, observa Renato Barreiros, superintendente de Promoção e Articulação das Fábricas de Cultura geridas pela OS Catavento.
A educação musical e a preservação da cultura tratam de memórias que passam de geração em geração. Desta forma, “Algoritmos do Rock” recorre a personalidades influentes do rock brasileiro em cada década para contar sobre movimentos importantes oriundos do gênero, desde os anos 50, e recomendar aos jovens uma playlist contando um pouco da história de cada música e de cada banda. Os episódios da série ficarão disponíveis ao público pelo YouTube e serão exibidos como palestras para os jovens frequentadores das Fábricas de Cultura.
Sobre a APAA
A Associação Paulista dos Amigos da Arte é uma organização social de cultura que trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da APAA, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 20 anos de atuação, a organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.
Sobre as Fábricas de Cultura
Desenvolvido desde 2007 pelo Governo do Estado, com recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Secretaria de Estado da Cultura, atual Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, o Programa Fábricas de Cultura foi criado para estimular o desenvolvimento integral de cidadãos por meio da valorização e ampliação de universos culturais e da convivência e experimentação artística, bem como incentivar e potencializar a articulação de redes culturais.
As Fábricas de Cultura oferecem à população uma diversa e intensa programação cultural, com cursos de dança, teatro, música, circo, artes visuais, multimeios e xadrez, além de sessões de cinema, shows musicais, bibliotecas com cerca de cinco mil títulos cada e estúdios de áudio e vídeo. Desde 2020, as Fábricas passaram a agregar também as artes digitais, com abordagem nas linguagens de tecnologia e inovação, no intuito de preparar os jovens para as novas profissões e oportunidades do futuro.
O Programa é voltado a todas as idades. Sete das 15 unidades das Fábricas em São Paulo são geridas pela Organização Social Catavento: as da zona Leste de São Paulo e das cidades de São Bernardo do Campo e Santos que realizaram, em 2024, aproximadamente 800 mil atendimentos. Os aprendizes destas Fábricas somam 20 mil jovens e crianças.