A banda Super Condutores lança o clipe “Soneto do Sono”, criado inteiramente com Inteligência Artificial, inspirado em Carlos Drummond de Andrade e com estética única
O poeta Carlos Drummond de Andrade dizia que desejava compor uma canção “que fizesse adormecer as crianças e acordar os homens”. E foi exatamente isso que a banda Super Condutores fez em ‘Soneto do Sono’, a faixa 9 do álbum ‘Sertão Vai Virar Marte’.
Soneto é um poema em formato clássico, que alcançou seu apogeu na pena do lusitano Luís de Camões, tendo sido usado em tempos mais recentes também pelo ‘poetinha’ Vinícius de Moraes. Sua estrutura é composta por dois quartetos e dois tercetos, rimados direta ou alternadamente. E agora, os Super Condutores passam a honrar essa tradição em verso da língua portuguesa. E que versos.
Com tintas ibéricas, Vítor Patalano destila em prosa e verso todo o existencialismo presente em sua lírica, enquanto violões de 6 e 12 cordas conduzem um diálogo rimado de acordes diminutos, sublinhado por uma orquestra que evoca os faroestes de Enio Morricone.
Super Condutores
Soneto do Sono é um diálogo harmônico, como há muito não se via, entre a língua portuguesa e a música brasileira. Uma canção para nos fazer sonhar com dias e discos melhores. Uma canção feita, definitivamente, para despertar os homens e todos os amantes da boa música.
Para Vitor, os versos da canção se valem de uma forma literária clássica, quase arcaica: ”o soneto e o seu clipe usam uma forma imagética ultramoderna — a IA generativa— considerada por muitos uma ‘máquina de sonhar’, já que a ferramenta costuma alucinar. Usando uma fotografia de 35 mm, o clipe de Soneto do Sono faz rimar passado e futuro, verso e reverso da consciência, e o resultado é um experimento barroco-digital, em uma Península Ibérica imaginaria, situada entre os reinos de Al-Andaluz e Algoritmo, onde toda ilusão é expressão da mais pura verdade”, explica o músico.
A música faz parte do álbum de estreia da banda – O Sertão Vai Virar Marte, produzido por Kassin e gravado no lendário estúdio Nas Nuvens, de Liminha. O projeto segue a batuta do publicitário pós-graduado em Inteligência Artificial e músico, Vítor Patalano, (Me & The Plant), e conta com outros condutores de peso como Pedro Garcia (Planet Hemp) na bateria, Rodrigo Tavares (Caetano Veloso e Seu Jorge) nos teclados, Regis Damasceno (Cidadão Instigado) no baixo, violão e guitarra, além do próprio Kassin nas guitarras. Todos os músicos são compositores e produtores, e essa polifonia de talentos reunidos resulta num equilíbrio singular entre produção e composição; razão e emoção.
As 10 músicas do álbum, com distribuição do Cri du Chat Disques / Universal Music, serão acompanhadas por videoclipes produzidos pelo próprio Patalano, inteiramente através de IA. Cinco já estão disponíveis no Youtube da banda (Link).
Soneto do Sono
Se eu quiser viver, eu vivo
Se eu quiser morrer, eu morro
E se eu ficar indeciso
Fecho os olhos e só durmo
Deixo a noite me cobrir
Peço pra apagar o sol
E se não for demais pedir
Borde estrelas no lençol
Porque meu inconsciente
Tem caráter e nunca mente
Nele, gozo é gozo, dor é dor
E se é ilusão que sinto
A vida é o sonho que eu desminto
E a morte o pesadelo do amor
“Supercondutores são materiais capazes de transportar energia sem resistência. Se a música é o meio universal para a troca de energia emocional entre as pessoas, então podemos dizer que a música é o supremo supercondutor da natureza. E como a palavra ‘condutor’ designa também ‘maestro’, temos aí a gênese do nome Super Condutores”, explica Patalano.
O álbum, com distribuição do Cri du Chat Disques Universal Music, descreve um mundo distópico de pessoas hiper-conectadas pela IA mas desconectadas da própria natureza, ameaçado pelo extremismo ideológico e climático. A sonoridade ora é abrasiva — como no fuzz das guitarras de tonalidade tropicalista — ora gélida, com timbres de sintetizadores e vozes robóticas que parecem anunciar o apocalipse digital. Os ouvintes são conduzidos por ritmos e cadências variadas, que compõe um autêntico libretto em 10 atos — canções — de emoções contemporâneas: o metrônomo acelerado da ansiedade, o escapismo etéreo dos mundos virtuais, a busca por heróis fugazes, e os incessantes encontros e desencontros amorosos, onde o coração — literalmente — pulsa soterrado por camadas de loops, timbres e texturas.
O disco também fala sobre as emergências climáticas e os riscos que trazem para o planeta, que está ficando cada vez com menos recursos e tempo habitável. “E se ao contrário do que diz a música Sobradinho: O sertão vai virar mar – o sertão vire o planeta Marte?”, questiona Patalano.
Ambicioso em sua proposta estética e ao mesmo tempo acessível às ondas radiofônicas, O Sertão Vai Virar Marte aterriza na cena musical para injetar frescor ao pop-rock nacional e mostrar que é possível resgatar a tradição do rock brasileiro criativo e inteligente, capaz de emocionar as novas gerações e fazê-las refletir sobre o futuro.
Faixas O Sertão Vai Virar Marte:
01 – ANTARES – 3:23
02 – VIAGEM AO CENTRO DA TERRA – 3:44
03 – TRÁGICO – 3:28
04 – HOJE – 3:28
05 – O SERTÃO VAI VIRAR MARTE – 4:39
06 – DELÍRIO – 4:16
07 – GUERRA E PAZ – 4:50
08 – RECEITA DE HERÓI – 3:13
09 – SONETO DO SONO – 2:37
10 – LOVE LOOP – 3:35
Banda Super Condutores:
Vítor Patalano:
Vocais, Violões, Guitarras,
Piano, Rhodes, Wurlitzer, Synths,
Loops
Kassin: Guitarras e Lap Steel
Regis Damasceno: Baixo, Guitarra
e Violão 12 cordas
Pedro Garcia: Bateria
Rodrigo Tavares: Piano elétrico,
Teclados, Synths, Loops
Beto Montag: Vibrafone
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Lançamento do clipe Soneto do Sono
Data: 30/05
Link para assistir: Soneto do Sono